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Marley & Eu

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clínicos com medição de temperatura intra-uterina, calendários de<br />

menstruação e tabelas de ovulação. <strong>Eu</strong> me senti um zangão servindo à<br />

abelha-rainha.<br />

Era tão excitante quanto uma auditoria fiscal. Jenny estava<br />

acostumada que eu me sentisse excitado ao menor toque, e acreditou que<br />

as antigas regras continuassem valendo. <strong>Eu</strong> poderia estar, por exemplo,<br />

jogando o lixo fora, e ela entraria segurando o seu calendário e diria:<br />

— Minha última menstruação veio no dia dezessete, o que quer<br />

dizer que... — ela faria uma pausa para contar os dias a partir daquela<br />

data — ...precisamos fazer sexo AGORA!<br />

Os homens da família Grogan nunca suportaram fazer nada sob<br />

pressão, e eu não era uma exceção à regra. Era apenas uma questão de<br />

tempo antes que eu acabasse sofrendo a maior humilhação masculina:<br />

brochar. E uma vez que isso acontecesse, estaria tudo terminado. Minha<br />

confiança iria para o espaço, meus nervos ficariam abaladíssimos. Se isso<br />

acontecesse uma única vez, eu sabia que acabaria se repetindo. Brochar<br />

redundava em uma profecia de auto-destruição. Quanto mais eu me<br />

preocupasse em cumprir o meu débito conjugal, menos seria capaz de<br />

relaxar e fazer o que sempre fizera de modo natural. <strong>Eu</strong> suprimia todos os<br />

sinais de afeição física para não pôr idéias na cabeça de Jenny. Comecei a<br />

temer que minha mulher me pedisse, Deus me perdoe, para rasgar suas<br />

roupas e estuprá-la. Passei a pensar que talvez uma vida celibatária em um<br />

remoto mosteiro não seria um futuro tão terrível assim.<br />

Jenny não iria desistir tão fácil assim. Ela era a caçadora, eu era a<br />

caça. Certa manhã, quando eu estava trabalhando na redação do meu<br />

jornal em West Palm Beach, a dez minutos de casa, Jenny me ligou do<br />

seu trabalho e me perguntou se eu gostaria de almoçar com ela em casa.<br />

Você quer dizer sozinho? Sem acompanhante?<br />

contornar.<br />

— Ou poderíamos nos encontrar num restaurante — tentei<br />

Um restaurante bem cheio. De preferência, com vários colegas de<br />

trabalho. E nossas duas sogras.<br />

— Ah, qual é? — ela respondeu. — Vai ser divertido.

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