18.04.2013 Views

Marley & Eu

Marley & Eu

Marley & Eu

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

lixo ou do chão ou, à medida que ele crescia e ficava mais alto, de cima<br />

da mesa de jantar. Guardanapos, lenços de papel usados, recibos de<br />

supermercado, rolhas, clipes de papel, peças de xadrez, tampas de<br />

garrafa — parecia uma arca inesgotável. Certo dia, abri suas mandíbulas<br />

e encontrei meu contracheque grudado no céu da boca.<br />

Dentro de algumas semanas, mal conseguíamos nos lembrar como era<br />

a vida antes de nosso novo morador chegar. Rapidamente, entramos numa<br />

rotina. <strong>Eu</strong> começava todas as manhãs, antes de tomar minha primeira<br />

xícara de café, levando-o para passear na praia e voltava. Depois do café<br />

da manhã, antes de tomar uma ducha, eu revirava o quintal com uma pá,<br />

enterrando suas “minas” terrestres na areia no fundo do terreno. Jenny<br />

saía para o trabalho antes das nove horas, e eu raramente saía de casa<br />

antes das dez, primeiro fechando <strong>Marley</strong> na garagem com uma vasilha de<br />

água fresca, uma pilha de brinquedos, e minha sorridente recomendação<br />

para ele “ser um bom menino”. Ao meio-dia e meia, Jenny voltava para<br />

casa para almoçar, quando ela lhe servia o almoço e jogava uma bola para<br />

ele no quintal até ele ficar ofegante. Nas primeiras semanas, ela também<br />

voltava para casa rapidamente no meio da tarde para deixá-lo sair para fazer<br />

suas necessidades. Na maior parte das vezes, depois do jantar,<br />

caminhávamos com ele até a costa, onde passeávamos ao longo da<br />

Intracoastal, enquanto os iates de Palm Beach vagavam sob o fulgor do pôr-<br />

do-sol.<br />

Passear é provavelmente o termo errado. <strong>Marley</strong> passeava como<br />

uma locomotiva desenfreada. Ele se lançava à frente, puxando a coleira<br />

com todas as forças, engasgando enquanto nos arrastava atrás dele. Nós<br />

puxávamos a coleira de volta e ele nos puxava adiante. Nós puxávamos<br />

para trás, ele puxava para a frente, tossindo como um fumante<br />

inveterado devido à coleira apertando seu pescoço. Ele virava para a<br />

esquerda e para a direita, avançando sobre toda caixa de correio ou<br />

arbusto, farejando, arfando e mijando sem parar inteiramente, em geral,<br />

mijando mais em si mesmo do que no lugar que escolhera. Ele andava<br />

em círculos à nossa volta, enrascando a coleira em nossos tornozelos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!