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Marley & Eu

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cerveja e copos de vinho. Ele chegou a rachar uma veneziana na porta<br />

da varanda. Gradualmente, todos os itens que não estivessem pregados<br />

migraram para um nível mais alto para ficar a salvo das varridas de rabo<br />

de <strong>Marley</strong>. Nossos amigos que tinham crianças pequenas e vinham nos<br />

visitar, comentavam:<br />

— A casa de vocês já é à prova de bebês!<br />

<strong>Marley</strong> não sacudia seu rabo. Ele sacudia o seu corpo todo,<br />

começando pelos ombros indo até o fim do outro lado. Ele era a versão<br />

canina de Slinky. Poderíamos jurar que não havia ossos dentro dele,<br />

apenas um único longo músculo elástico. Jenny começou a chamá-lo de<br />

Sr. Terremoto.<br />

E em nenhum outro momento ele se sacudia mais do que quando<br />

tinha alguma coisa em sua boca. Sua reação em qualquer situação era a<br />

mesma: agarrar o sapato, travesseiro ou lápis mais próximo — realmente<br />

qualquer coisa servia — e sair correndo com ela. Uma voz em sua<br />

cabeça deveria lhe sussurrar: “Vá em frente! Pegue isto! Babe bastante<br />

em cima dele! Agora, saia correndo!”.<br />

Alguns dos objetos que ele agarrava eram pequenos o suficiente<br />

para serem escondidos, e isso o agradava muito — ele acreditava que<br />

ninguém perceberia. Mas <strong>Marley</strong> nunca iria ser um bom jogador de<br />

pôquer. Quando queria ocultar alguma coisa, não conseguia disfarçar<br />

seu contentamento. Ele era sempre muito ativo, mas havia momentos<br />

em que ele explodia num surto hiperativo, como se um espírito<br />

brincalhão tivesse puxado o seu rabo. Seu corpo se contorcia, sua<br />

cabeça balançava de um lado para outro, seu traseiro se movia numa<br />

dança extática. Nós chamávamos isso de “<strong>Marley</strong> Mambo”.<br />

— Muito bem, o que foi que você pegou desta vez? — eu dizia e,<br />

ao me aproximar, ele começava a bater em retirada, correndo em<br />

desenfreada carreira pela sala, sacudindo os quadris, a cabeça subindo e<br />

descendo como um brinquedo de parque de diversões, tão exultante com<br />

seu prêmio proibido que ele mal conseguia se conter. Quando<br />

finalmente eu conseguia cercá-lo e o forçava a abrir a boca, eu nunca<br />

deixava de encontrar alguma coisa. Sempre havia algo que ele pegara no

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