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Marley & Eu

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quando eu colocava toda a minha mão e massageava a sua cabeça com<br />

meus dedos, a batida explodia como uma metralhadora ou um samba<br />

elétrico. Tumtumtumtumtumtumtumtum!<br />

— Nossa, o seu ritmo é bom! — eu disse. — Você é realmente<br />

um cachorro reggae!<br />

Ao chegar em casa, levei-o para dentro e soltei a coleira. Ele<br />

começou a farejar tudo e não parou até ter cheirado cada centímetro<br />

quadrado da sala. Depois se sentou sobre as patas traseiras e olhou<br />

para mim virando a cabeça de lado como se dissesse: “Muito bem, mas<br />

onde estão meus irmãozinhos e irmãzinhas?”.<br />

A realidade de sua nova vida não se assentou até chegar a hora de<br />

dormir. Antes de sair para buscá-lo, eu havia arrumado seu quarto na<br />

garagem anexa à casa. Nunca estacionávamos o carro ali, usando-a mais<br />

como depósito e despensa. A máquina de lavar e a secadora também<br />

ficavam ali, junto com a tábua de passar. O quarto era seco e confortável,<br />

e tinha uma porta traseira que ia dar no quintal cercado. E com seu<br />

chão e parede de concreto, era aparentemente indestrutível.<br />

seu quarto.<br />

— <strong>Marley</strong> — eu disse, alegremente, levando-o até lá —, este é o<br />

Espalhei brinquedos para ele morder, coloquei jornais no meio da<br />

garagem, enchi uma vasilha com água, e transformei uma caixa de<br />

papelão forrada com lençóis velhos em uma cama para ele.<br />

caixa.<br />

E é aqui que você vai dormir — eu disse, colocando-o dentro da<br />

Ele estava habituado a dormir numa cama dessas, mas sempre a<br />

dividiu com seus irmãos. Agora ele dava voltas do lado de dentro e<br />

olhava desconsolado para mim. Para testá-lo, saí da garagem e fechei a<br />

porta. Fiquei parado, ouvindo. Num primeiro momento, não houve<br />

nenhum ruído. Em seguida, ele começou a ganir baixinho, quase<br />

inaudível. E depois cresceu para um choro convulso. Parecia que estava<br />

sendo torturado.

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