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Marley & Eu

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ecolhidos pelo abrigo e que precisava de um lar. A nota sempre<br />

mostrava uma foto do cachorro, seu nome, e fazia uma breve<br />

descrição, como se o próprio cachorro estivesse falando, defendendo a<br />

sua causa. Era uma brincadeira que o pessoal do abrigo fazia para que<br />

os animais parecessem charmosos e adoráveis. Sempre nos divertíamos<br />

com os currículos dos cachorros, senão por outro motivo, pelo menos<br />

devido ao esforço que eles faziam para mostrar o melhor de animais<br />

indesejados que já haviam sido abandonados ao menos uma vez.<br />

Nesse dia, olhando para mim naquela página de jornal estava uma<br />

cara que reconheci instantaneamente. Nosso <strong>Marley</strong>. Ou pelo menos<br />

um cachorro que poderia ser seu gêmeo idêntico. Era um grande<br />

labrador amarelo com uma cabeça quadrada, sobrancelhas vincadas e<br />

orelhas de abano jogadas para trás em um ângulo engraçado. Ele estava<br />

olhando diretamente para a lente da câmera com uma intensidade tão<br />

vibrante que dava para ver que, assim que tiraram a foto, ele derrubou o<br />

fotógrafo no chão e tentou engolir a câmera. Sob a foto estava o nome:<br />

Lucky. Li o anúncio em voz alta. Era isto o que Lucky tinha a dizer sobre<br />

si mesmo: “Cheio de vigor! <strong>Eu</strong> me daria bem em um lar tranqüilo,<br />

enquanto aprendo a controlar meu nível de energia. Não tive uma vida<br />

fácil, por isso, minha nova família terá de ser paciente comigo e<br />

continuar a me ensinar boas maneiras”.<br />

— Meu Deus! — exclamei. — É ele! Ele retornou dos mortos!<br />

— Reencarnação — completou Jenny.<br />

Era estranho como Lucky se parecia fisicamente com <strong>Marley</strong>, e<br />

também na descrição. Cheio de vigor? Problemas para controlar a<br />

energia? Trabalhar as boas maneiras? Ser paciente? Estávamos bastante<br />

familiarizados com esses eufemismos, pois já tínhamos usado todos eles.<br />

Nosso cão mentalmente desequilibrado havia voltado, jovem e forte<br />

novamente, e mais descontrolado do que nunca. Ficamos ali, ambos de<br />

pé, olhando para o jornal, sem dizer uma palavra.<br />

finalmente.<br />

— Acho que podíamos ir até lá dar uma olhada nele — eu disse,<br />

— Só por diversão — Jenny acrescentou.

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