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Marley & Eu

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crianças se sentirem melhor, contei-lhes algo que eu, no fundo, não<br />

acreditava:<br />

— O espírito de <strong>Marley</strong> agora está no céu dos cães. Ele está em<br />

uma imensa planície dourada, correndo livre. E seus quadris estão<br />

bons novamente. E sua audição voltou, sua visão está ótima e ele tem<br />

todos os seus dentes. Ele retomou sua forma física e persegue coelhos o<br />

dia inteiro.<br />

Jenny acrescentou:<br />

— E com milhares de portas de tela para atravessar.<br />

A imagem de <strong>Marley</strong> mexendo-se de forma estabanada pelo céu<br />

fez todo mundo gargalhar.<br />

A manhã estava quase terminando e eu ainda precisava<br />

trabalhar. Retornei à cova sozinho e terminei de enchê-la de terra,<br />

delicadamente, respeitosamente, usando minhas botas para assentá-la.<br />

Quando consegui nivelar a cova com o terreno, coloquei duas grandes<br />

pedras sobre ela, então, voltei para casa, tomei um banho quente e<br />

segui para o trabalho.<br />

Nos dias que se seguiram ao enterro de <strong>Marley</strong>, toda a família<br />

ficou silenciosa. O animal que havia sido o motivo de diversão de<br />

tantas horas de conversas e histórias nos últimos anos se tornara um<br />

assunto proibido. Estávamos tentando retomar nossa vida, e falar dele<br />

só dificultava as coisas. Colleen, especialmente, não conseguia ouvir<br />

seu nome ou ver uma foto. Seus olhos se enchiam de lágrimas e ela<br />

cerrava os punhos, e dizia com raiva:<br />

— Não quero falar dele!<br />

Retomei minha rotina, dirigindo para o trabalho, escrevendo<br />

minha coluna, retornando para casa. Todas as noites, durante treze<br />

anos, ele ficara à porta de casa à minha espera. Voltar agora no final do<br />

dia era a parte mais difícil. A casa parecia silenciosa, vazia, nem parecia<br />

mais um lar. Jenny passava aspirador como se estivesse possuída,<br />

determinada a acabar com todo o pêlo de <strong>Marley</strong> que caíra aos tufos

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