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Marley & Eu

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Apesar de todo o trabalho que eu tivera — meu coração batia<br />

como se eu tivesse acabado de correr uma maratona — abandonei o<br />

lugar e percorri o quintal, parando no ponto onde o gramado terminava<br />

e começava o bosque no pé da colina. Entre duas grandes cerejeiras,<br />

cujos galhos desenhavam um arco acima da minha cabeça sob a luz<br />

cinza do alvorecer como uma catedral ao ar livre, finquei minha pá. Eram<br />

as mesmas árvores por onde <strong>Marley</strong> e eu passamos disparando com o<br />

tobogã, e eu exclamei:<br />

— Isto parece o certo.<br />

Este ponto estava além do lugar onde as máquinas de<br />

terraplanagem haviam espalhado sedimentos, e o solo natural era leve<br />

e bem irrigado, o sonho dos jardineiros. Cavar foi fácil, e rapidamente<br />

consegui abrir um buraco oval de cerca de meio metro de comprimento<br />

por um de largura, e um metro e vinte de profundidade. Voltei em casa<br />

e encontrei as três crianças acordadas, fungando, baixinho. Jenny<br />

acabara de lhes contar.<br />

Ver como eles reagiram diante de sua primeira experiência diante<br />

da morte afetou-me sobremaneira. Sim, era apenas um cachorro, e<br />

cachorros vêm e vão ao longo da vida humana, às vezes, simplesmente,<br />

porque se tornam um inconveniente. Ele era apenas um cachorro, mas,<br />

mesmo assim, toda vez que eu tentava falar sobre <strong>Marley</strong> com eles,<br />

meus olhos se enchiam de lágrimas. <strong>Eu</strong> disse a eles que não havia<br />

problema algum em chorar, e que as pessoas que têm cães sempre<br />

acabavam passando por momentos tristes como esse, porque os cães<br />

não vivem tanto quanto as pessoas. Contei a eles que <strong>Marley</strong> estava<br />

dormindo quando lhe aplicaram a injeção, e que ele não sentira nada.<br />

Ele simplesmente adormeceu e se foi. Colleen ficou chateada por não<br />

ter podido se despedir dele de verdade; ela achava que ele voltaria para<br />

casa. <strong>Eu</strong> disse a ela que havia me despedido dele por todos. Conor,<br />

nosso escritor precoce, mostrou-me uma coisa que fizera para <strong>Marley</strong>,<br />

para ser enterrado com ele. Era o desenho de um grande coração<br />

vermelho sob o qual estava escrito: “Para <strong>Marley</strong>: espero que você saiba<br />

o quanto eu o amei minha vida toda. Você sempre esteve ao meu lado

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