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Marley & Eu

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Capítulo 28<br />

Sob as cerejeiras<br />

Naquela noite, dormi de forma intermitente e, uma hora antes de<br />

o sol nascer, deslizei para fora da cama e me vesti sem fazer barulho<br />

para não acordar Jenny. Na cozinha, bebi um copo d’água — o café<br />

poderia esperar — e saí. Do lado de fora, senti uma garoa leve, a neve<br />

semiderretida. Peguei uma pá e uma picareta, e andei até um canteiro<br />

que abrigava os pinheiros onde <strong>Marley</strong> havia buscado um lugar para se<br />

aliviar no inverno passado. <strong>Eu</strong> decidira que aquele seria o local onde<br />

ele iria descansar.<br />

A temperatura estava um pouco acima de zero grau, e o solo<br />

felizmente sem gelo. Na semi-escuridão, comecei a cavar. Depois de tirar<br />

uma camada superficial de terra, bati em uma argila densa, pesada,<br />

misturada a pedras — sobras da escavação do nosso porão — e o<br />

trabalho tornou-se lento e árduo. Depois de quinze minutos, tirei o<br />

casaco e parei para retomar o fôlego. Depois de trinta minutos, eu estava<br />

banhado em suor e cavara pouco mais de meio metro. Após quarenta e<br />

cinco minutos, encontrei água. O buraco começou a encher. E encher.<br />

Logo o fundo se encheu com trinta centímetros de água gelada e<br />

barrenta. Peguei um balde e tentei esvaziá-lo, mas a água não parava<br />

de entrar. Não havia como enterrar <strong>Marley</strong> naquele pântano gelado. De<br />

jeito nenhum.

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