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Marley & Eu

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caixa até o quarto e como pegamos no sono juntos, com meu braço<br />

pendurado ao lado da cama para confortá-lo. Treze anos depois, cã<br />

estávamos nós, ainda inseparáveis. Pensei em sua infância e<br />

adolescência, nos sofás rasgados e colchões mastigados, nas caminhadas<br />

malucas pela Intracoastal e nas danças de rosto colado com focinho ao<br />

som do estéreo. Pensei nos objetos engolidos e nos cheques furtados e<br />

nos doces momentos de empatia humano-canina. Pensei principalmente<br />

em como ele havia sido um companheiro bom e leal durante todos<br />

aqueles anos. Tinha sido uma jornada e tanto.<br />

— Você me assustou para valer, velhão — sussurrei, enquanto ele<br />

se esticava ao meu lado e enfiava o focinho debaixo do meu braço para<br />

eu continuar fazendo carinho nele. — E bom ter você em casa.<br />

Adormecemos juntos, lado a lado, no chão, com metade do seu<br />

traseiro no saco de dormir e meu braço sobre suas costas. Ele me<br />

acordou uma vez durante a noite, seus ombros mexendo<br />

involuntariamente, dobrando as patas, ganindo do fundo da garganta<br />

como criança, parecendo mais tosse do que qualquer outra coisa. Ele<br />

estava sonhando. Sonhando, imaginei, que era jovem e forte novamente.<br />

E correndo como se não houvesse amanhã.

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