18.04.2013 Views

Marley & Eu

Marley & Eu

Marley & Eu

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

chegar até o quintal, abri para ele seu próprio “reservado”, como as<br />

crianças chamaram — um pequeno espaço perto da porta da frente<br />

onde ele poderia fazer suas necessidades. Quando o chamei para fora<br />

para testar as novas instalações, entretanto, ele apenas ficou ali de pé e<br />

farejou a neve, desconfiado. Ele possuía critérios muito especiais sobre<br />

o que fazia um lugar adequado para atender o chamado da natureza e<br />

este, obviamente, não era o que ele tinha em mente. Ele estava disposto<br />

a levantar a perna e fazer pipi, mas isso era tudo. Fazer cocô aqui? Bem<br />

em frente desta janelona? Você não pode estar falando sério. Ele se<br />

virou e, com um grande esforço para subir os degraus escorregadios da<br />

varanda, voltou para dentro.<br />

Naquela noite, depois do jantar, eu o levei para fora de novo e,<br />

desta vez, <strong>Marley</strong> não conseguiu se dar ao luxo de esperar. Ele precisava<br />

ir. Caminhou nervoso para cima e para baixo pela área aberta, foi até o<br />

reservado e saiu, farejando a neve, arranhando o chão enregelado com a<br />

pata. Não, isto não vai dar certo. Antes que eu pudesse impedi-lo, ele<br />

conseguiu, de alguma forma, passar pela parede de neve que eu tinha<br />

tirado e começou a andar pelo quintal na direção de alguns pinheiros<br />

brancos a pouco mais de um metro de distância. <strong>Eu</strong> mal conseguia<br />

acreditar: meu cão velho e artrítico embrenhado em uma jornada alpina.<br />

De vez em quando, seus quadris falhavam e ele caía sentado na neve,<br />

onde descansava por alguns segundos em cima da barriga antes de lutar<br />

para se colocar de pé novamente para continuar. Lenta e<br />

dolorosamente, ele abriu caminho pela neve espessa, usando a força de<br />

seus ombros para empurrar o corpo. <strong>Eu</strong> fiquei na entrada de carro,<br />

imaginando como iria fazer para salvá-lo quando ele finalmente parasse<br />

sem poder ir adiante. Mas ele prosseguiu e conseguiu chegar junto ao<br />

pinheiro mais próximo. De repente, vi o que ele pretendia. Aquele cão ti-<br />

nha um plano. Sob os densos galhos do pinheiro, a neve tinha apenas<br />

alguns centímetros de profundidade. A árvore funcionava como guarda-<br />

chuva e, uma vez debaixo da árvore, <strong>Marley</strong> podia se movimentar e se<br />

agachar confortavelmente para se aliviar. <strong>Eu</strong> tinha de admitir: aquilo era<br />

simplesmente brilhante. Ele andou em círculos, farejou e arranhou como

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!