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Marley & Eu

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depois de chegar embaixo, eu ouvia seus passos pesados na escada,<br />

vindo me procurar. Ele poderia estar surdo e meio cego, mas<br />

aparentemente seu radar estava funcionando perfeitamente.<br />

Isso acontecia não apenas à noite, mas durante o dia todo. <strong>Eu</strong><br />

podia estar lendo o jornal na mesa da cozinha com <strong>Marley</strong><br />

enrodilhado aos meus pés e levantar para pegar mais um pouco de<br />

café da cafeteira do outro lado. Mesmo dentro de seu raio de visão ele<br />

vinha atrás de mim, erguendo-se com dificuldade e fazendo todo o<br />

percurso para ficar ao meu lado. Depois de ter-se acomodado junto<br />

aos meus pés próximo à cafeteira, eu retornava para a mesa, para<br />

onde ele também voltava e se acomodava novamente. Poucos minutos<br />

depois, eu ia para a sala de televisão e ligava o som; ele fazia um<br />

esforço descomunal para se colocar de pé mais uma vez, seguindo-me,<br />

circulando e jogando-se no chão com um gemido ao meu lado,<br />

exatamente quando eu já começava a me preparar para sair de novo. E<br />

assim aconteceu, não apenas comigo, mas com Jenny e as crianças<br />

também.<br />

A medida que a idade cobrava seu preço, <strong>Marley</strong> tinha dias bons<br />

e ruins. Ele tinha bons e maus minutos também, às vezes, com<br />

intervalos tão curtos que era difícil acreditar que se tratasse do mesmo<br />

cachorro.<br />

Ao final de um dia na primavera de 2002, levei <strong>Marley</strong> para fazer<br />

uma breve caminhada pelo quintal. A noite estava fria, beirando os<br />

10° C, e ventava bastante. Revigorado pelo ar fresco, comecei a correr<br />

e <strong>Marley</strong>, brincalhão, galopou ao meu lado como nos velhos dias. Até<br />

lhe disse era voz alta:<br />

— Está vendo, <strong>Marley</strong>, resta um pouco do filhote em você.<br />

Corremos de novo até a porta da frente, ele com a língua de<br />

fora enquanto resfolegava feliz da vida, os olhos atentos. Diante da<br />

varanda <strong>Marley</strong> tentou subir dois degraus de uma vez só — mas seus<br />

quadris falharam, e ele empacou, as patas da frente sobre a varanda, a<br />

barriga sobre os degraus e o traseiro tombado sobre a calçada. Lá ele

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