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Marley & Eu

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para dentro e enxuguei-o com uma toalha e o inegável cheiro de<br />

cachorro molhado invadiu a cozinha. Exausto após a excursão tarde da<br />

noite, <strong>Marley</strong> desmaiou e não se mexeu até quase meio-dia no dia<br />

seguinte.<br />

A visão de <strong>Marley</strong> tinha ficado fraca, e agora os coelhos podiam<br />

passar a poucos metros dele sem que ele percebesse. Ele estava<br />

perdendo pêlo em grande quantidade, forçando Jenny a aspirar a casa<br />

todos os dias — e mesmo assim sem dar conta de limpar tudo. Havia pêlos<br />

de cachorro por todo canto na casa, em todas as roupas no armário, e mais<br />

um pouco em nossos pratos de comida. Ele sempre perdera muito pêlo, mas<br />

o que antes eram sopros de vento transformou-se em uma nevasca<br />

torrencial. Ele se sacudia e levantava uma nuvem de pêlo solto à sua<br />

volta, caindo sobre tudo. Certa noite, enquanto assistia televisão, levantei<br />

a perna do sofá para fazer um carinho nele com o pé descalço. Durante o<br />

intervalo, vi que havia uma bola de pêlo do tamanho de uma laranja<br />

próximo a onde eu esfregara. As bolas de pêlo rolavam pelo assoalho de<br />

madeira como plantas arrastadas pelo vento sobre a planície.<br />

O que mais preocupava eram seus quadris, o que mais o<br />

debilitava. A artrite tinha coberto suas juntas, enfraquecendo-as e<br />

provocando dor. O cão que antes conseguia me carregar ao estilo de<br />

Bronco Bill, o cão que conseguia erguer a mesa de jantar nas costas e<br />

arrastá-la pela sala, agora mal conseguia se manter de pé. Ele gemia de<br />

dor quando deitava, e gemia de novo quando tentava se erguer. Não<br />

tinha percebido o quanto seus quadris estavam fracos até quando dei<br />

um tapinha de leve em seu traseiro e ele despencou como se tivesse<br />

levado um golpe de judô. Ele estava decrépito. Era muito doloroso<br />

assistir a isso.<br />

Era cada vez mais difícil para ele subir para o segundo andar, porém<br />

ele sequer cogitava dormir sozinho no andar de baixo, mesmo depois de<br />

colocarmos uma cama no pé da escada para ele. <strong>Marley</strong> adorava gente,<br />

adorava sentar perto das pessoas, adorava colocar o queixo sobre o<br />

travesseiro e resfolegar no nosso rosto enquanto dormíamos, adorava

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