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Marley & Eu

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Capítulo 24<br />

O reservado<br />

É possível aprender algumas coisas com um cão velho. À medida<br />

que se passavam os meses e seus problemas de saúde aumentavam,<br />

<strong>Marley</strong> nos ensinou muito a respeito da inexorável finitude da vida.<br />

Jenny e eu ainda não estávamos exatamente na meia-idade. Nossas<br />

crianças eram pequenas, nossa saúde era boa, e nossos anos de velhice<br />

ainda estavam distantes no horizonte. Seria fácil negar a inevitável<br />

decadência da vida, fingir que ela poderia apenas passar ao largo.<br />

<strong>Marley</strong> não nos concederia o luxo dessa negação. Enquanto o víamos<br />

ficar mais grisalho, surdo e frágil, não havia como ignorar sua<br />

mortalidade — ou a nossa. A idade vai se embrenhando<br />

sorrateiramente em nós, mas nos cães ela se embrenha com uma<br />

velocidade que é simultaneamente surpreendente e moderada. No breve<br />

intervalo de doze anos, <strong>Marley</strong> havia passado de um filhote esfuziante a<br />

um adolescente inconveniente, depois um adulto corpulento e,<br />

finalmente, a um cidadão de meia-idade vacilante. Ele envelhecia em<br />

torno de sete anos para cada ano de vida humana, colocando-o no<br />

declínio dos noventa anos.<br />

Os dentes brancos e reluzentes estavam gastos e se<br />

transformaram em nacos amarronzados. Três dos seus quatro caninos<br />

estavam faltando, quebrados, um a um, durante seus loucos ataques de

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