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Marley & Eu

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algumas sobras apetitosas por cima. Com três crianças pequenas<br />

sentadas à mesa, restos de comida era algo que nunca faltava. Cascas<br />

de pão, pedaços de bife, pedaços de gordura, peles de frango, molho,<br />

arroz, cenouras, frutas amassadas, sanduíches, macarrão de três dias —<br />

tudo ia para a tigela dele. Nosso animal de estimação poderia se<br />

comportar como um bobo da corte, mas comia como o Príncipe de<br />

Gales. As únicas coisas que não dávamos a ele eram as que sabíamos<br />

não ser saudáveis para os cachorros, como laticínios, doces, batatas e<br />

chocolate. Não aprovo que as pessoas dêem comida de gente aos seus<br />

cachorros, mas incrementar as refeições de <strong>Marley</strong> com sobras que<br />

seriam jogadas no lixo fazia eu me sentir econômico — se não<br />

desperdiçar, não vai faltar — e caridoso. <strong>Eu</strong> dava ao sempre grato<br />

<strong>Marley</strong> uma folga da permanente monotonia do inferno da ração de<br />

cachorro.<br />

Quando <strong>Marley</strong> não estava desempenhando o papel de draga<br />

doméstica, cumpria dever de brigada de limpeza de emergência familiar.<br />

Nenhuma sujeira era grande demais para nosso cachorro. Se uma das<br />

crianças virava o prato de espaguete com almôndegas no chão,<br />

simplesmente assobiávamos e deixávamos que ele aspirasse até o<br />

último fio de macarrão e lambesse o chão até brilhar. Ervilhas perdidas,<br />

cereais caídos, rigatoni fujões, purê de maçã esparramado, qualquer<br />

coisa. Se caísse no chão, já era. Para espanto dos nossos amigos, ele<br />

deglutia até as folhas verdes da salada.<br />

Não que a comida precisasse cair no chão para ir parar no<br />

estômago de <strong>Marley</strong>. Ele era um ladrão esperto e não sentia um pingo<br />

de remorso, sempre espreitando as crianças e com a certeza de que nem<br />

Jenny nem eu estaríamos olhando. Festas de aniversário eram um<br />

repasto para ele. Ele abria caminho pela turba de cinco anos, roubando<br />

cachorros-quentes de suas mãozinhas sem nenhum constrangimento.<br />

Houve uma festa em que, pelas nossas contas, ele acabou devorando<br />

dois terços do bolo de aniversário, engolindo pedaço atrás de pedaço<br />

dos pratinhos que as crianças deixavam no colo.

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