18.04.2013 Views

Marley & Eu

Marley & Eu

Marley & Eu

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

nada. <strong>Marley</strong> estava andando de um lado para o outro à minha volta,<br />

ansioso para fazer tudo de novo Ergui-me, com um resmungo, limpando<br />

minhas roupas e disse:<br />

também.<br />

— Estou ficando velho demais para esse tipo de coisa.<br />

Nos meses seguintes, ficaria cada vez mais claro que <strong>Marley</strong><br />

Pouco antes do final desse primeiro inverno na Pensilvânia,<br />

comecei a perceber que <strong>Marley</strong> passara silenciosamente da meia-idade<br />

à velhice. Ele completara nove anos em dezembro e estava diminuindo<br />

ligeiramente o ritmo. Ele ainda tinha seus surtos de energia<br />

descontrolada movida à adrenalina, como no dia que nevou pela<br />

primeira vez, mas agora eram mais curtos e mais espaçados. Ele ficava<br />

feliz em dormir a maior parte do dia e, quando saíamos para passear, ele<br />

se cansava mais depressa do que eu, algo novo em nosso longo<br />

relacionamento. Um dia, perto do final do inverno, com a temperatura<br />

acima de zero e o odor do degelo da primavera recendendo no ar,<br />

descemos pela colina e subimos outra, mais íngreme, na qual ficava a<br />

capela branca ao lado de um velho cemitério onde vários veteranos da<br />

Guerra Civil estão enterrados. Um tipo de caminhada que eu fazia<br />

regularmente e que mesmo antes no outono <strong>Marley</strong> fizera sem esforço,<br />

apesar da escalada, que costumava nos deixar ofegantes. Desta vez,<br />

porém, ele ficou para trás. <strong>Eu</strong> o incentivava, encorajando-o, mas ele<br />

parecia um brinquedo que diminuía o ritmo ao acabar a bateria. <strong>Marley</strong><br />

não tinha a força necessária para chegar até em cima. Parei para deixá-<br />

lo descansar antes de continuar, algo que nunca tivera de fazer antes.<br />

— Você não vai dar para trás agora, não é? — perguntei,<br />

inclinando-me e acariciando seu focinho com a mão dentro da luva.<br />

Ele olhou pra mim, os olhos brilhando, o nariz úmido, nem um<br />

pouco preocupado com sua falta de energia. Ele estava contente, mas<br />

parecia exausto, como se não houvesse nada melhor do que ficar sentado à<br />

beira da estrada no campo em um dia fresco no final do inverno com o<br />

dono ao seu lado.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!