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Marley & Eu

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começar a escorregar. Nem sempre <strong>Marley</strong> tinha a chance de olhar<br />

para mim de cima, e aquela posição era um convite. Ele se aproximou<br />

e farejou meu rosto.<br />

— O que é que você quer? — perguntei, e esta era a recepção que<br />

ele esperava ouvir.<br />

Ele subiu a bordo, escarrapachando-se sobre mim e<br />

acomodando-se em meu peito.<br />

— Saia de cima de mim, seu bobão! — gritei.<br />

Mas era tarde demais. Já estávamos descendo, ganhando<br />

velocidade ao começar a descer.<br />

— Bon voyage! — Jenny gritou atrás de nós.<br />

E lá fomos nós, levantando neve para os lados, <strong>Marley</strong> grudado<br />

em cima de mim, lambendo-me o rosto, enquanto acelerávamos colina<br />

abaixo. Com o peso combinado, tínhamos mais impulso que as<br />

crianças, e passamos do ponto onde terminavam seus rastros.<br />

— Segure-se, <strong>Marley</strong>! — gritei. — Vamos entrar no bosque!<br />

Passamos voando por uma nogueira, depois entre duas cerejeiras<br />

silvestres, desviando por milagre de todos os obstáculos e aterrissamos<br />

debaixo dos arbustos, esmagando as amoras. De repente, me lembrei do<br />

barranco um pouco mais à frente a alguns centímetros da margem do<br />

rio, que não estava gelado. Tentei brecar com os pés, mas estavam<br />

presos. O barranco era íngreme e dava direto no rio, e estávamos indo<br />

naquela direção. Só tive tempo de abraçar <strong>Marley</strong>, fechar os olhos e<br />

gritar:<br />

— Oôôôôôaaaa!<br />

Nosso tobogã bateu no barranco e saiu de debaixo de nós. Senti-<br />

me como se estivesse em um desenho animado, suspenso no ar por um<br />

longo segundo antes de cair e me espatifar. Só que nesse desenho<br />

animado eu estava abraçado a um labrador que salivava que nem louco.<br />

Caímos abraçados sobre um monte de neve fazendo um leve “puuuuf”,<br />

pendurados pela metade do tobogã, que escorregara para a beira<br />

d’água. Abri os olhos e chequei como eu estava. <strong>Eu</strong> conseguia mexer os<br />

dedos dos pés e das mãos e girar meu pescoço; não havia quebrado

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