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Marley & Eu

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pelo menos nos primeiros meses, fiquei ruminando sobre nossa decisão<br />

de nos mudarmos para um lugar onde aparentemente tão poucos<br />

queriam viver.<br />

<strong>Marley</strong>, por outro lado, não tinha qualquer dúvida. Com exceção<br />

dos disparos da arma de Digger, o novo estilo de vida no campo<br />

ajustava-se para ele de forma esplêndida. Para um cachorro com mais<br />

energia do que bom-senso, o que é que poderia ser ruim? Ele corria pelo<br />

gramado, atirava-se contra as amoreiras, pulava no riacho, A missão de<br />

sua vida era pegar um dos inúmeros coelhos que faziam da minha horta<br />

seu prato de salada particular. Ele descobria um coelho mordendo uma<br />

hortaliça e disparava pela colina para persegui-lo em desatino, as orelhas<br />

ao vento, as patas batendo no chão, a respiração resfolegante. Ele era tão<br />

discreto quanto uma fanfarra, e nunca conseguia se aproximar menos do<br />

que três metros sem que sua presa se refugiasse no mato em segurança.<br />

Fiel à sua marca registrada, ele continuava um otimista incorrigível,<br />

acreditando que o sucesso estaria à sua espera na tentativa seguinte.<br />

Ele dava meia-volta balançando o rabo, sem desanimar e, cinco minutos<br />

depois, fazia tudo de novo. Felizmente, ele também não tinha muita sorte<br />

na perseguição às doninhas fedidas.<br />

O outono chegou e, com ele, uma travessura completamente nova:<br />

atacar o monte de folhas. Na Flórida, as árvores não perdiam as folhas<br />

no outono, e <strong>Marley</strong> se convencera de que as folhas que caíam agora do<br />

céu eram um presente especial para ele. Enquanto eu juntava as folhas<br />

amarelas e alaranjadas com um ancinho, em montes gigantescos,<br />

<strong>Marley</strong> ficava sentado e assistia pacientemente, aguardando sua vez,<br />

esperando o momento certo para atacar. Só depois que eu tivesse feito<br />

um monte realmente grande, ele viria furtivamente para a frente, todo<br />

agachado. Dava alguns passos e parava, erguia as patas da frente,<br />

sentindo o ar como um leão na savana africana preparando-se para<br />

emboscar uma gazela imprudente. Então, quando eu abaixava o ancinho<br />

para admirar minha obra, ele avançava, saltando pelo gramado, atirando-<br />

se nos últimos centímetros e pousava de barriga no meio do monte,<br />

rosnando, rolando, agitando-se, coçando-se e mordendo e, por razões

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