Marley & Eu

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18.04.2013 Views

— Este vocês podem levar por US$ 350 — disse a criadora. Jenny é uma caçadora de barganhas que traz para casa qualquer coisa que sequer queiramos ou precisemos apenas porque estava sendo vendida a um preço atraente demais para ser deixada para trás. — Sei que você não pratica golfe — ela me disse um dia, puxando um conjunto de tacos usados do carro. — Mas você não acreditaria no preço que paguei por eles. liquidação! Agora eu via seus olhos se iluminarem. — Ah, amorzinho — ela arrulhou. — Estezinho está a preço de Eu tive de admitir que ele era adorável. E elétrico, também. Antes que eu percebesse o que ele iria fazer, o danadinho havia mastigado metade da correia do meu relógio. — Temos de fazer o teste do medo — eu disse. Eu havia contado a Jenny inúmeras vezes a história de como escolhera São Shaun quando era menino, e que meu pai me ensinara a fazer um movimento brusco ou um barulho bem alto para distinguir os tímidos dos mais confiantes. Sentada entre os filhotes, ela revirou os olhos como sempre fazia toda vez que se deparava com um comportamento estranho da família Grogan. — E sério — eu disse —, isso funciona. Eu me levantei, me afastei dos filhotes, então me virei rapidamente de novo, avançando de repente na direção deles com um passo largo. Bati o pé e exclamei: — Ei! Nenhum deles parecia ter-se abalado com as minhas contorções. Apenas um pulou, encarando-me de frente. Era o Cão de Liquidação. Ele avançou sobre mim, entrando entre meus calcanhares e agarrando os meus cadarços como se fossem perigosos inimigos que precisassem ser destruídos. — Creio que este seja o escolhido pelo destino — disse Jenny. — Você acha? — eu perguntei, pegando-o e segurando-o numa das mãos diante do rosto, estudando suas feições.

Ele olhou para mim com olhos marrons chorosos de cortar o coração e então lambiscou o meu nariz. Eu o coloquei nos braços de Jenny e ele repetiu o gesto. — Com certeza ele parece gostar de nós — eu disse. E assim foi feito. Entregamos um cheque de US$ 350 à Lori e ela nos disse que poderíamos voltar para levar nosso Cão de Liquidação para casa em mais três semanas, quando ele teria oito semanas de idade e estivesse desmamado. Agradecemos a ela, fizemos um último carinho em Lily e nos despedimos. Ao nos dirigirmos para o carro, coloquei meu braço em volta do ombro de Jenny e abracei-a forte. cachorro! — Você acredita nisto? — eu perguntei. — Nós agora temos um — Mal posso esperar para levá-lo para casa. No momento em que nos aproximamos do carro, ouvimos um estrondo vindo do meio da floresta. Alguma coisa vinha caminhando entre os arbustos — e respirava pesadamente. Parecia um barulho de filme de terror. E estava vindo em nossa direção. Gelamos, encarando a escuridão. O barulho aumentou e aproximou-se mais ainda. Então, num segundo, alguma coisa surgiu do nada e avançou para cima de nós, uma mancha amarela. Uma imensa mancha amarela. Quando passou galopando por nós, sem parar, sem sequer nos notar, vimos que era um grande labrador. Mas não se parecia em nada com a doce Lily que acabáramos de conhecer lá dentro. Este estava encharcado e tinha o pêlo da barriga coberto de lama e carrapichos. Sua língua dependurava-se, selvagem, de um lado da boca e ele espumava copiosamente ao passar por nós. No segundo em que pude vê-lo, detectei um olhar estranho, um pouco louco, porém divertido em sua expressão. Era como se ele tivesse acabado de ver um fantasma — e estivesse apavorado. Então, com o bramido de uma horda de búfalos em disparada, ele se foi para a parte de trás da casa, e desapareceu de vista. Jenny engoliu em seco. — Acho — comentei, com um ligeiro nó na garganta — que

Ele olhou para mim com olhos marrons chorosos de cortar o<br />

coração e então lambiscou o meu nariz. <strong>Eu</strong> o coloquei nos braços de<br />

Jenny e ele repetiu o gesto.<br />

— Com certeza ele parece gostar de nós — eu disse.<br />

E assim foi feito. Entregamos um cheque de US$ 350 à Lori e ela<br />

nos disse que poderíamos voltar para levar nosso Cão de Liquidação<br />

para casa em mais três semanas, quando ele teria oito semanas de idade<br />

e estivesse desmamado. Agradecemos a ela, fizemos um último carinho<br />

em Lily e nos despedimos.<br />

Ao nos dirigirmos para o carro, coloquei meu braço em volta do<br />

ombro de Jenny e abracei-a forte.<br />

cachorro!<br />

— Você acredita nisto? — eu perguntei. — Nós agora temos um<br />

— Mal posso esperar para levá-lo para casa.<br />

No momento em que nos aproximamos do carro, ouvimos um<br />

estrondo vindo do meio da floresta. Alguma coisa vinha caminhando<br />

entre os arbustos — e respirava pesadamente. Parecia um barulho de<br />

filme de terror. E estava vindo em nossa direção. Gelamos, encarando a<br />

escuridão. O barulho aumentou e aproximou-se mais ainda. Então, num<br />

segundo, alguma coisa surgiu do nada e avançou para cima de nós, uma<br />

mancha amarela. Uma imensa mancha amarela. Quando passou<br />

galopando por nós, sem parar, sem sequer nos notar, vimos que era um<br />

grande labrador. Mas não se parecia em nada com a doce Lily que<br />

acabáramos de conhecer lá dentro. Este estava encharcado e tinha o pêlo<br />

da barriga coberto de lama e carrapichos. Sua língua dependurava-se,<br />

selvagem, de um lado da boca e ele espumava copiosamente ao passar por<br />

nós. No segundo em que pude vê-lo, detectei um olhar estranho, um<br />

pouco louco, porém divertido em sua expressão. Era como se ele tivesse<br />

acabado de ver um fantasma — e estivesse apavorado.<br />

Então, com o bramido de uma horda de búfalos em disparada, ele<br />

se foi para a parte de trás da casa, e desapareceu de vista. Jenny engoliu<br />

em seco.<br />

— Acho — comentei, com um ligeiro nó na garganta — que

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