Marley & Eu

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18.04.2013 Views

Nunca imaginei Marley como um modelo de perfeição, mas sentado ali, bebericando minha cerveja, dei-me conta de que talvez ele detivesse o segredo da boa vida. Nunca se deter, nunca olhar para trás, viver cada dia com impulso, vivacidade, curiosidade e disposição adolescente. Se pensarmos que somos jovens, então talvez o sejamos, não importa o que diga o passar dos anos. Não é uma filosofia de vida reprovável, embora eu não apoiasse destruir sofás e lavanderias. — Bem, garotão — eu disse, colocando a minha garrafa de cerveja junto de sua bochecha numa forma de brinde entre espécies. — Somos só nós dois hoje à noite. Um brinde aos meus quarenta anos! Um brinde à meia-idade! Um brinde a ser como os grandes cães até o final da vida! Em seguida, foi a vez de ele ir dormir também. Eu ainda estava me lamentando sobre meu aniversário solitário alguns dias mais tarde quando Jim Tolpin, meu velho colega que ensinara a Marley a não saltar sobre as pessoas, me ligou inesperadamente e me perguntou se eu queria beber umas cervejas no sábado à noite. Jim abandonara o jornalismo para estudar direito mais ou menos na mesma época em que nos mudamos para Boca Raton, e não nos falávamos há alguns meses. — Claro — respondi, sem parar para me perguntar por quê. Jim foi me buscar às seis horas e me levou até um pub inglês, onde tragamos algumas cervejas e começamos a colocar nossa vida em dia. Estávamos nos divertindo muito até o barman nos chamar: — Tem algum John Grogan aqui? Telefone para John Grogan. Era Jenny e ela parecia um bocado chateada. — O bebê está chorando, os meninos estão fazendo a maior bagunça, e eu acabei de romper a minha lente de contato! — ela reclamou ao telefone. — Você pode voltar para casa agora? — Procure se acalmar — respondi. — Fique fria. Já estou chegando em casa. Desliguei o telefone e o barman me olhou, solidário, e simplesmente disse:

— Minhas condolências, parceiro. — Vamos lá — disse Jim. — Levo você em casa. Quando viramos no meu quarteirão, havia carros estacionados dos dois lados da rua. — Alguém está dando uma festa — comentei. — Parece que sim — respondeu Jim. — Pelo amor de Deus! — exclamei quando chegamos em frente de casa. — Veja só isso! Alguém ainda parou na frente da minha garagem! Não é um absurdo? Bloqueamos a saída do carro dele, e eu convidei Jim para entrar. Eu ainda estava resmungando sobre o idiota que havia parado na frente da minha casa quando a porta da frente se abriu. Era Jenny segurando Colleen em seu colo. Ela não parecia estar aborrecida. Na verdade, ela estava com um sorriso de ponta a ponta. Por trás dela, havia um tocador de gaita de fole usando uma saia kilt. Deus meu! Para onde me trouxeram? Então, olhei atrás do tocador de gaita de fole e vi que alguém havia retirado a cerca em torno da piscina e colocado velas acesas boiando sobre a água. O deque estava lotado com dezenas de amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Exatamente quando me dei conta que os carros estacionados na rua pertenciam às pessoas dentro da minha casa, eles gritaram, em uníssono: — FELIZ ANIVERSÁRIO, VELHÃO! Minha mulher não havia se esquecido, no final das contas. Quando finalmente consegui segurar meu queixo caído, tomei Jenny em meus braços, beijei o seu rosto, e sussurrei em seu ouvido: — Mais tarde acerto as contas com você. Alguém abriu a porta da lavanderia procurando a lata de lixo e imediatamente Marley escapuliu em modo de festa. Ele atravessou a multidão roubou um tira-gosto de mussarela com manjericão de uma travessa, levantou as minissaias de duas mulheres com seu focinho, e partiu para cima da piscina sem a cerca. Agarrei-o no exato momento em que ele se preparava para seu mergulho de barriga e arrastei-o de volta para sua solitária: — Não se preocupe — eu disse. — Vou guardar o que sobrar para

Nunca imaginei <strong>Marley</strong> como um modelo de perfeição, mas sentado ali,<br />

bebericando minha cerveja, dei-me conta de que talvez ele detivesse o<br />

segredo da boa vida. Nunca se deter, nunca olhar para trás, viver cada<br />

dia com impulso, vivacidade, curiosidade e disposição adolescente. Se<br />

pensarmos que somos jovens, então talvez o sejamos, não importa o que<br />

diga o passar dos anos. Não é uma filosofia de vida reprovável, embora<br />

eu não apoiasse destruir sofás e lavanderias.<br />

— Bem, garotão — eu disse, colocando a minha garrafa de<br />

cerveja junto de sua bochecha numa forma de brinde entre espécies. —<br />

Somos só nós dois hoje à noite. Um brinde aos meus quarenta anos!<br />

Um brinde à meia-idade! Um brinde a ser como os grandes cães até o<br />

final da vida!<br />

Em seguida, foi a vez de ele ir dormir também.<br />

<strong>Eu</strong> ainda estava me lamentando sobre meu aniversário solitário<br />

alguns dias mais tarde quando Jim Tolpin, meu velho colega que<br />

ensinara a <strong>Marley</strong> a não saltar sobre as pessoas, me ligou<br />

inesperadamente e me perguntou se eu queria beber umas cervejas no<br />

sábado à noite. Jim abandonara o jornalismo para estudar direito mais<br />

ou menos na mesma época em que nos mudamos para Boca Raton, e<br />

não nos falávamos há alguns meses.<br />

— Claro — respondi, sem parar para me perguntar por quê.<br />

Jim foi me buscar às seis horas e me levou até um pub inglês,<br />

onde tragamos algumas cervejas e começamos a colocar nossa vida em<br />

dia. Estávamos nos divertindo muito até o barman nos chamar:<br />

— Tem algum John Grogan aqui? Telefone para John Grogan.<br />

Era Jenny e ela parecia um bocado chateada.<br />

— O bebê está chorando, os meninos estão fazendo a maior<br />

bagunça, e eu acabei de romper a minha lente de contato! — ela<br />

reclamou ao telefone. — Você pode voltar para casa agora?<br />

— Procure se acalmar — respondi. — Fique fria. Já estou<br />

chegando em casa.<br />

Desliguei o telefone e o barman me olhou, solidário, e<br />

simplesmente disse:

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