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Marley & Eu

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eu estávamos no jardim da frente plantando flores. <strong>Marley</strong> estava preso<br />

por uma corrente a uma árvore do lado, feliz por estar deitado à sombra,<br />

vendo o mundo passar à sua volta. Jenny se sentou na grama ao lado dele<br />

e colocou uma Colleen adormecida em um moisés no chão entre eles.<br />

Depois de alguns minutos, os meninos pediram à mãe que se aproximasse<br />

deles para ver o que eles haviam feito, e nos puxaram pelo jardim,<br />

enquanto Colleen tirava sua soneca na sombra ao lado de <strong>Marley</strong>.<br />

Passamos por trás de alguns arbustos altos de onde avistávamos o bebê,<br />

mas quem passasse pela rua não conseguiria nos ver. Antes de voltar,<br />

parei e pedi a Jenny que olhasse entre as folhagens. Na calçada, um casal<br />

idoso, que passara em frente à nossa casa, havia parado e estavam<br />

estupefatos com a cena que viam em nosso jardim. A princípio, eu não<br />

tinha certeza o que os fizera parar e ficar olhando. Então, me ocorreu: de<br />

onde estavam, só conseguiam ver um frágil bebê recém-nascido com um<br />

imenso cão amarelo, que parecia estar tomando conta dele sozinho.<br />

Continuamos em silêncio, segurando o riso. Ali estava <strong>Marley</strong>,<br />

como esfinge, deitado com as patas dianteiras cruzadas, a cabeça erguida,<br />

arfando feliz da vida, virando-se de vez em quando para farejar a cabeça do<br />

bebê. O pobre casal deve ter pensado que estavam diante de um caso de<br />

negligência infantil. Sem dúvida os pais estariam bebendo em algum bar em<br />

algum lugar por perto, deixando seu filho desamparado sob os cuidados do<br />

labrador da vizinhança, que poderia tentar amamentar o bebê a qualquer<br />

momento. Como se ele estivesse sob ataque, <strong>Marley</strong>, sem mudar de<br />

posição, deitou o queixo sobre o estômago do bebê, sua cabeça maior do<br />

que todo o seu corpo, e soltou um longo suspiro, como se dissesse: “Quando<br />

será que esses dois voltam para casa?”. Ele parecia estar protegendo-a, e<br />

talvez estivesse, embora eu tenha certeza de que ele estivesse apenas<br />

aspirando o odor de suas fraldas.<br />

Jenny e eu ficamos entre os arbustos e sorrimos. O pensamento de<br />

<strong>Marley</strong> como babá de crianças — Berçário Um Dia de Cão — era engraçado<br />

demais para não aproveitar a piada. Senti-me tentado a esperar e ver<br />

como a cena se desenrolaria, mas então me ocorreu que eles poderiam<br />

acabar chamando a polícia. Havíamos nos livrado de ter armado o berço de

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