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Marley & Eu

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Capítulo 19<br />

Tempestade de raios<br />

Depois que Conor nasceu, todo mundo sabia — com exceção dos<br />

meus pais muito católicos, que estavam rezando por dúzias de netos —<br />

que não pretendíamos ter mais filhos. No meio profissional onde era<br />

comum ter dois empregos para sustentar a casa, um filho era normal,<br />

dois era considerado uma ligeira extravagância, e três era simplesmente<br />

impensável. Especialmente depois da dificuldade de gravidez que<br />

tínhamos passado com Conor, ninguém entenderia por que iríamos<br />

querer nos submeter ao mesmo processo confuso novamente. Mas já<br />

havíamos deixado nossa inexperiência de recém-casados para trás há<br />

muito tempo, quando ainda matávamos plantas por excesso de água. A<br />

paternidade nos caía bem. Nossos filhos nos trouxeram mais alegria do<br />

que qualquer coisa ou pessoa poderia nos trazer. Eles definiam hoje a<br />

nossa vida. Enquanto sentíamos falta de férias para descansar, sábados<br />

preguiçosos lendo romances, e jantares românticos que entravam noite<br />

adentro, passamos a descobrir prazeres em novas formas — em suco de<br />

maçã espirrado e pequenas marcas de nariz nas cortinas da janela ou as<br />

pisadas abafadas de pezinhos descalços aproximando-se pelo corredor ao<br />

amanhecer. Mesmo nos piores dias, em geral conseguíamos encontrar<br />

motivos para sorrir, sabendo agora o que todos os pais, mais cedo ou<br />

mais tarde, descobrem: que estes maravilhosos, breves e brilhantes dias

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