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Marley & Eu

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delicado poodle francês esticava-se ao lado de sua dona, com o nariz<br />

empinado. Droga, eu pensei, que idéia fixa que ele tem com poodles. Jenny<br />

e eu ficamos ali ainda um segundo a mais, com as bebidas na mão, os<br />

meninos entre nós no carrinho, nossa perfeita tarde de domingo intocada<br />

exceto pelo fato de que nossa mesa estava agora abrindo caminho pela<br />

multidão. No instante seguinte, estávamos de pé, gritando, correndo,<br />

desculpando-nos aos clientes à nossa volta, à medida que passávamos. Fui o<br />

primeiro a agarrar a mesa fujona que arranhava a calçada da praça. Coloquei<br />

as mãos nela, firmei os pés, e puxei-a para trás com tudo. Logo Jenny me<br />

alcançou, puxando-a também. Senti como se fôssemos uma dupla de<br />

mocinhos em um filme de bangue-bangue, usando toda a força para deter<br />

um trem descontrolado antes que se descarrilasse e caísse em uma<br />

ribanceira. No meio de toda essa loucura, Jenny virou-se para trás e<br />

exclamou:<br />

— Já voltamos, meninos!<br />

Já voltamos? Ela fez com que se parecesse tão comum, tão<br />

esperado, tão planejado, como se fizéssemos isso sempre, decidindo de<br />

última hora que, por que não, seria divertido deixar <strong>Marley</strong> nos<br />

conduzir em um pequeno passeio arrastando uma mesa pela cidade,<br />

talvez parando para ver as vitrines no caminho, antes de voltarmos a<br />

tempo de comer o tira-gosto.<br />

Quando finalmente conseguimos segurar a mesa e fazer <strong>Marley</strong><br />

sentar, a poucos metros do poodle e sua dona aterrorizada, virei-me<br />

para olhar para os meninos, e foi quando dei uma boa olhada pela<br />

primeira vez para os rostos de nossos vizinhos de mesa sentados ao ar<br />

livre. Foi como uma cena em uma dessas propagandas de televisão onde<br />

uma multidão se congela em silêncio, esperando ouvir uma palavra<br />

sussurrada dizendo-lhes o que fazer. Os homens pararam no meio da<br />

conversa, os celulares pendurados na orelha. As mulheres arregalaram<br />

os olhos, boquiabertas. Os Bocais estavam espantados. Finalmente,<br />

Conor rompeu o silêncio.<br />

— Waddy, vá em frente! — ele gritou, eufórico.<br />

Um garçom acorreu e me ajudou a arrastar a mesa de volta ao seu

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