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Marley & Eu

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colocara os meninos amarrados em um carrinho de bebê duplo que<br />

poderia muito bem ser confundido por um carrinho de manutenção,<br />

carregando na parte de trás todo tipo de parafernália infantil, de suco de<br />

maçã a lenços umedecidos. <strong>Eu</strong> a seguia de perto, <strong>Marley</strong> com o alerta de<br />

minicães ligado, mal se segurando ao meu lado. Ele estava ainda mais<br />

atacado do que o normal, mal se contendo diante da possibilidade de se<br />

aproximar de um desses pequenos puros-sangues que desfilavam à frente<br />

dele, e decidi segurar a guia firme. Sua língua pendia para fora e ele<br />

arfava como uma locomotiva.<br />

Escolhemos um restaurante que tinha um dos cardápios mais em<br />

conta e ficamos esperando até desocupar uma mesa da calçada. Ela era<br />

perfeita — sombreada, com uma vista do chafariz no meio da praça, e<br />

pesada o suficiente, como pudemos nos certificar, para impedir um<br />

labrador de cinqüenta quilos de sair em desabalada carreira. Prendi a<br />

ponta da guia de <strong>Marley</strong> em uma das pernas da mesa, e pedimos bebidas<br />

para todos: duas cervejas e dois sucos de maçã.<br />

— A um lindo dia com minha linda família — disse Jenny,<br />

erguendo a bebida para um brinde.<br />

Brindamos com um toque de nossas garrafas de cerveja; os<br />

meninos bateram seus copinhos com canudinho. Foi quando<br />

aconteceu. Foi tão rápido, na verdade, que sequer nos demos conta do<br />

que tinha acontecido. Só sabíamos que em um instante estávamos<br />

sentados junto a uma mesa ao ar livre, brindando aquele belíssimo dia e,<br />

no seguinte, nossa mesa havia sumido, espatifando-se contra as outras<br />

mesas, derrubando pedestres inocentes, e guinchando de forma<br />

insuportável, arrastada sobre a calçada de concreto. Naquela primeira<br />

fração de segundo, nenhum de nós percebeu exatamente o que havia<br />

acontecido para que nossa mesa voasse, tentando fugir de nós. Na fração<br />

de segundo seguinte, descobri que não fora a mesa que estava<br />

assombrada, mas nosso cão. <strong>Marley</strong> disparara, puxando com todo o<br />

peso, esticando a guia como uma corda de piano.<br />

Na fração de segundo em seguida, vi onde <strong>Marley</strong> queria ir,<br />

arrastando a mesa atrás dele. Quinze metros à frente na calçada, um

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