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Marley & Eu

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poder da persuasão.<br />

Porém, o problema não se resolvera totalmente. Ele pode ter sido<br />

curado de pular em cima de mim, mas não parara de pular em cima dos<br />

outros. Ele era esperto o suficiente para entender que apenas eu<br />

representei uma ameaça, e ele ainda poderia pular em cima do resto da<br />

humanidade e continuar impune. <strong>Eu</strong> precisei ampliar minha ofensiva e,<br />

para fazer isso, convoquei um amigo do trabalho, um jornalista chamado<br />

Jim Tolpin. Jim era gentil, intelectual, meio careca, usava óculos e tinha<br />

estatura mediana. Se havia uma pessoa que <strong>Marley</strong> imaginasse que ele<br />

poderia pular em cima sem maiores conseqüências seria Jim. Na<br />

redação, um dia, expus o plano. Ele deveria vir até minha casa depois<br />

do trabalho, tocar a campainha da porta e entrar em seguida. Quando<br />

<strong>Marley</strong> saltasse para cumprimentá-lo, ele deveria fazer o mesmo que eu.<br />

<strong>Marley</strong>.<br />

— Não se acanhe — eu reforcei. — Não se pode ser sutil com<br />

Naquela noite, Jim tocou a campainha e entrou pela porta da<br />

frente. <strong>Marley</strong> engoliu a isca e disparou, as orelhas voando para trás.<br />

Quando saltou do chão para pular em cima dele, Jim fez exatamente o<br />

que eu pedi Temendo que fosse bater sem força, ele meteu o joelho sobre<br />

o plexo solar de <strong>Marley</strong>, derrubando-o no chão. Deu para ouvir o<br />

barulho da outra sala. <strong>Marley</strong> grunhiu alto, os olhos arregalados,<br />

totalmente esparramado no assoalho.<br />

— Nossa, Jim — eu repliquei. — Você tem praticado kung-fu?<br />

— Você me disse para não ter dó — ele respondeu.<br />

E não teve mesmo. <strong>Marley</strong> se levantou, retomou o fôlego, e<br />

saudou Jim do modo que um cão deve saudar alguém — com as quatro<br />

patas no chão. Se ele pudesse dizer alguma coisa, juro que ele teria<br />

reconhecido a derrota. <strong>Marley</strong> não pulou em mais ninguém, pelo menos<br />

não na minha frente, e nunca mais ninguém precisou lhe dar uma<br />

joelhada.<br />

Um dia de manhã, não muito depois de <strong>Marley</strong> ter abandonado o<br />

seu hábito de pular em cima das pessoas, eu acordei e minha mulher

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