18.04.2013 Views

Marley & Eu

Marley & Eu

Marley & Eu

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cachorros civilizados que nós dois tivemos quando crianças. Ele tinha<br />

uma coleção de maus hábitos e maus comportamentos. Era culpado por<br />

tudo que fazia de errado. Ele também não era mais o filhote fofinho que<br />

havíamos trazido para casa dois anos antes. Em seu modo confuso, ele<br />

continuava tentando. Parte de nossa atribuição como seus donos era<br />

adequá-lo às nossas necessidades, mas outra parte era também aceitá-lo<br />

como ele era. Não apenas aceitá-lo, mas apoiá-lo e a seu espírito canino<br />

indomável. Nós havíamos trazido para casa um ser vivo e pulsante, não<br />

um acessório de moda para enfeitar um canto da sala. Pelo sim ou pelo<br />

não, ele era nosso cachorro. Ele era parte de nossa família e, apesar de<br />

todos os seus defeitos, ele correspondeu mil vezes ao nosso amor. Uma<br />

devoção como a dele não poderia ser comprada a preço algum.<br />

<strong>Eu</strong> não estava pronto para abrir mão dele.<br />

Mesmo continuando a procurar de modo casual um novo lar para<br />

<strong>Marley</strong>, comecei a treiná-lo ferozmente. Minha “Missão: Impossível”<br />

pessoal era conseguir reabilitá-lo e provar a Jenny que ele valia a pena.<br />

Ignorando a falta de sono, comecei a acordar mais cedo, prendia Patrick<br />

no carrinho e ia para o quebra-mar para treinar <strong>Marley</strong>. Sente. Fique.<br />

Deitado. Junto. Praticamos infinitas vezes. Havia um desespero em<br />

minha missão, e <strong>Marley</strong> parecia perceber isso. A aposta era outra agora;<br />

esta era para valer. No caso de ele não haver entendido isso<br />

inteiramente ainda, eu repetia em alto e bom som para ele: “Não<br />

estamos fazendo nada para perder, <strong>Marley</strong>. Isto vale tudo. Vamos em<br />

frente”. E eu o faria repetir a seqüência de co-mandos, com meu<br />

ajudante Patrick batendo palmas e gritando para seu grande amigo<br />

peludo e amarelo:<br />

— Waddy!Hee-O!<br />

Quando eu inscrevi <strong>Marley</strong> mais uma vez na escola de<br />

adestramento, ele era um cão diferente do delinqüente juvenil que eu<br />

levara antes. Sim, mesmo selvagem como um javali, desta vez ele<br />

sabia que era eu quem comandava, e ele obedecia. Desta vez, não<br />

haveria investidas contra outros cachorros (pelo menos não muitos),<br />

nenhum ataque descontrolado pela pista, nenhum ataque às virilhas de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!