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Marley & Eu

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que seria melhor dar tempo a ela para esfriar a cabeça. <strong>Eu</strong> saí de casa sem<br />

dizer mais nada. No jardim da frente, <strong>Marley</strong> corria para cima e para<br />

baixo, saltando e estalando os dentes no ar, tentando tirar a guia da minha<br />

mão. Ele continuava brincalhão, aparentemente inalterado depois da<br />

surra. <strong>Eu</strong> sabia que ela não o ferira. Para falar francamente, eu batia nele<br />

com muito mais força quando brincava com ele, e ele adorava, sempre<br />

voltando para apanhar mais. Era algo típico de sua raça; ele era imune à<br />

dor, uma infatigável máquina de músculos e força. Certa vez, enquanto eu<br />

estava na entrada lavando o carro, ele enfiou a cabeça no balde de água<br />

com sabão e galopou às cegas pela grama, e não parou até ir bater com<br />

toda a força contra uma parede de concreto. Ele não pareceu nem um<br />

pouco perturbado. Mas dê-lhe uma palmada de leve no traseiro com a mão<br />

espalmada com raiva, ou até mesmo apenas fale com ele com a voz séria, e<br />

ele se mostrará totalmente magoado. Para o pateta que ele era, <strong>Marley</strong> era<br />

extremamente sensível. Jenny não o machucou nem um pouco<br />

fisicamente, mas ela pisou em seus sentimentos, pelo menos naquele<br />

momento. Jenny era tudo para ele, sua melhor amiga no mundo, além de<br />

mim, e ela havia se revoltado contra ele. Ela era sua dona e ele, seu fiel<br />

companheiro. Se ela achava que deveria espancá-lo, ele acreditava que<br />

deveria suportar o castigo. Em relação a cachorros, ele não era um dos<br />

melhores; mas era indiscutivelmente leal. Era minha obrigação agora<br />

reparar o dano e fazer com que as coisas se acertassem novamente.<br />

Na rua, enganchei a guia em sua coleira e comandei:<br />

— Sente!<br />

Ele sentou.<br />

Puxei o enforcador bem alto em sua garganta para prepará-lo para<br />

o passeio. Antes de dar o primeiro passo, passei minha mão sobre a<br />

cabeça dele e massageei seu pescoço. Ele levantou o focinho e olhou<br />

para mim, deixando sua língua caída para o lado. O incidente com<br />

Jenny parecia ter sido esquecido; agora eu esperava que fosse esquecido<br />

por ela também.<br />

— O que vou fazer com você, seu bobão? — perguntei a ele.<br />

Ele saltou para a frente, como se tivesse molas nos pés e beijou-me

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