18.04.2013 Views

Marley & Eu

Marley & Eu

Marley & Eu

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

paciência. Ela se derramava sobre eles. A má notícia é que ela passou a<br />

dirigir sua frustração raiva a mim e ainda mais a <strong>Marley</strong>. Ela perdeu toda a<br />

paciência com ele. Ele a desagradava em tudo, e tudo o que ele fazia estava<br />

errado. Cada transgressão — e continuaram a haver muitas delas —<br />

empurravam Jenny cada vez mais para o fim de sua paciência. Sem<br />

perceber, <strong>Marley</strong> continuou agindo como sempre, com suas<br />

excentricidades, suas confusões, e infinita ebulição. <strong>Eu</strong> comprei um<br />

arbusto florido e plantei-o no jardim para comemorar o nascimento de<br />

Conor; <strong>Marley</strong> arrancou-o pela raiz no mesmo dia e mastigou-o inteiro.<br />

<strong>Eu</strong> finalmente consegui substituir a tela da porta da varanda que ele havia<br />

rasgado e <strong>Marley</strong>, já acostumado com sua passagem de cachorro, em<br />

seguida, furou-a novamente. Ele fugiu um dia e quando finalmente<br />

retornou, trouxe um par de calcinhas nos dentes. Nem me importei.<br />

Apesar dos tranqüilizantes que Jenny passou a lhe dar cada vez com<br />

mais freqüência, mais por ela do que por ele, sua fobia a trovões tornava-se<br />

a cada dia mais intensa e irracional. Agora qualquer chuva leve o deixava<br />

em pânico. Se estivéssemos em casa, ele simplesmente grudava cm nossas<br />

pernas e babava nervosamente em cima de nós. Se tivéssemos saído, ele<br />

tentaria escapar do mesmo modo alucinado, cavando e se jogando contra<br />

portas, paredes e linóleo. Quanto mais eu consertava, mais ele destruía.<br />

<strong>Eu</strong> não conseguia acompanhá-lo. <strong>Eu</strong> deveria ficar furioso, mas Jenny já<br />

estava suficientemente zangada por nós dois. Ao contrário, comecei<br />

encobertá-lo. Se eu encontrasse um sapato, livro ou travesseiro mastigado,<br />

escondia a prova antes que ela visse. Quando ele atravessava a casa, como<br />

um touro em uma loja de porcelanas, eu o seguia, arrumando tapetes,<br />

endireitando mesinhas de centro, e limpando a saliva que ele borrifava nas<br />

paredes. Antes que Jenny descobrisse, eu corria para aspirar as lascas de<br />

madeira na garagem que ele tivesse arrancado da porta outra vez. <strong>Eu</strong><br />

ficava até mais tarde emendando e lixando para que, de manhã, quando<br />

Jenny levantasse, o último dano estivesse reparado.<br />

— Pelo amor de Deus, <strong>Marley</strong>, você quer morrer? — eu disse a ele,<br />

um dia à noite, enquanto consertava mais uma de suas destruições e<br />

ele, ao meu lado, balançava o rabo e lambia minha orelha. — Você tem

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!