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Marley & Eu

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de outra maneira, sabíamos que nosso sono, ou o que sobrara dele, teria<br />

de ser adiado por mais um dia. Comecei a fazer um café mais forte, e<br />

aparecer para trabalhar com camisas amassadas e gravatas manchadas de<br />

papinha de bebê. Certa manhã, na redação, notei a jovem e atraente<br />

assistente editorial olhando fixamente para mim. Lisonjeado, sorri para ela:<br />

“Ei, posso ser o pai de dois filhos, mas as mulheres ainda reparam em mim”.<br />

Então, ela disse:<br />

cabelo?<br />

— Sabe que está com uma etiqueta de ursinho grudada em seu<br />

Para complicar o caos da falta de sono que se instalou em nossas vidas,<br />

nosso novo bebê começou a nos deixar muito preocupados. Ainda abaixo<br />

do peso, Conor não conseguia manter o leite que mamava em sua barriga.<br />

Jenny estava determinada a amamentá-lo até que ficasse saudável e<br />

robusto, e ele parecia não querer corresponder a essa expectativa. Ela o<br />

amamentava e ele começava a sugar, esfomeado. Então, em seguida,<br />

colocava tudo para fora. Ela o amamentava novamente; ele sugava<br />

nervosamente e, logo depois, vomitava tudo de novo. Vômitos tornaram-se<br />

uma recorrência diária em nossas vidas. A rotina se repetia, deixando Jenny<br />

cada vez mais nervosa. Os médicos diagnosticaram um caso de refluxo e<br />

encaminharam-nos a um especialista, que sedou nosso bebezinho, e<br />

introduziu uma sonda em sua garganta para poder fazer uma endoscopia.<br />

Conor acabou superando o mal e passou a ganhar peso normalmente, mas<br />

por quatro longos meses fomos consumidos pela preocupação com o que<br />

acontecia com ele. Jenny acumulava medo, estresse e frustração, tudo<br />

exacerbado pela falta de sono, ao amamentá-lo quase ininterruptamente<br />

para depois vê-lo expelir de volta todo o leite, sem nada que pudesse fazer.<br />

— <strong>Eu</strong> me sinto tão mal — ela dizia. — Mães devem ser capazes de<br />

dar aos seus bebês tudo que eles precisam.<br />

Sua paciência estava curtíssima como eu nunca vira, e por causa<br />

de nada — uma porta de armário aberta ou migalhas deixadas em cima<br />

do balcão fariam com que estourasse.<br />

A boa notícia é que Jenny jamais descontou sua ansiedade em<br />

cima das crianças. De fato, ela cuidava dos dois com obsessivo cuidado e

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