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Marley & Eu

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estaria pequeno, mas completamente desenvolvido e capaz de nascer<br />

normalmente. Isso significava manter Jenny congelada em cima da<br />

cama. Tia Anita, que Deus abençoe sua alma caridosa, resolveu ficar até<br />

o fim. <strong>Marley</strong> estava ansioso para ter seu novo companheiro de<br />

brincadeiras. Logo ele conseguiu convencer Tia Anita a abrir a torneira<br />

da banheira para ele.<br />

Uma técnica de enfermagem do hospital veio até nossa casa e<br />

inseriu um cateter na coxa de Jenny; ligou este a uma pequena bomba<br />

acionada por uma bateria amarrada à perna de Jenny, que ministrava<br />

um fluxo contínuo de drogas inibidoras de parto em sua corrente<br />

sangüínea. Como se isso não bastasse, conectou Jenny a um sistema<br />

de monitoração que parecia um instrumento de tortura — uma ampola<br />

de sucção gigante presa a um emaranhado de fios que se conectavam<br />

ao telefone. A ampola de sucção estava presa à barriga de Jenny com<br />

um fio elástico e registrava o batimento cardíaco do bebê e qualquer<br />

ocorrência de contração, enviando-os por meio do telefone três vezes<br />

por dia para uma enfermeira que verificaria o menor índice de alteração.<br />

Corri até a livraria e gastei uma nota em livros e revistas, que Jenny<br />

devorou nos três primeiros dias. Ela estava tentando manter o moral<br />

alto, mas o tédio e a incerteza sobre a saúde de se filho conspiravam<br />

para deprimi-la. O pior de tudo, ela era uma mãe que tinha um filho de<br />

quinze meses de idade e não poderia carregá-lo no colo, acudir,<br />

alimentá-lo quando sentisse fome, banhá-lo quando estivesse sujo,<br />

acolhê-lo e beijá-lo quando estivesse triste. <strong>Eu</strong> o colocava sobre ela na<br />

cama, e ele puxava seus cabelos e colocava os dedos em sua boca. Ele<br />

apontava para as pás do ventilador acima da cama e dizia:<br />

— Mamã! Fannnn!<br />

Isso a fazia sorrir, mas não era a mesma coisa. Ela estava, aos<br />

poucos enlouquecendo.<br />

Sua companhia constante ao longo de tudo isso, claro, era <strong>Marley</strong>.<br />

Ele acampou no chão ao lado dela, cercando-se de uma coleção de<br />

brinquedos e ossos para ele morder no caso de Jenny mudar de idéia e<br />

decidir sair da cama para brincar de cabo-de-guerra com ele. Ali ele

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