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Marley & Eu

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chão ao meu lado, soltando um longo suspiro. <strong>Eu</strong> estava começando a<br />

dormir quando ouvi — um guincho, um som agudo e demorado.<br />

Despertei imediatamente, e <strong>Marley</strong> também. Ele congelou ao lado da<br />

cama, no meio do escuro, as orelhas em pé. Ouvimos novamente,<br />

atravessando as janelas fechadas, mais alto do que o barulho do ar-<br />

condicionado. Um grito. Um grito de mulher, alto e claro. Pensei<br />

primeiro que fossem adolescentes brincando na rua, que não era muito<br />

incomum. Mas este não era um grito acompanhado de gargalhadas.<br />

Havia um desespero nele, um terror verdadeiro, e comecei a suspeitar<br />

que alguém estivesse em perigo.<br />

— Venha, rapaz — sussurrei, escorregando para fora da cama.<br />

— Não vá lá fora — disse Jenny ao meu lado no escuro.<br />

<strong>Eu</strong> não vira que ela havia acordado e ouvido também.<br />

— Chame a polícia — pedi a ela.<br />

— Vou tomar cuidado.<br />

Segurando <strong>Marley</strong> pela ponta de seu enforcador, saí na<br />

varanda de entrada, de shorts, a tempo de ver alguém escapulindo rua<br />

abaixo em direção ao mar. Alguém gritou novamente, do outro lado. Do<br />

lado de fora, sem o abafamento das paredes e dos vidros, o grito da<br />

mulher encheu o ar da noite com uma rapidez e agudeza<br />

surpreendentes, como somente ouvira em filmes de terror. Outras<br />

luzes de varanda começaram a acender. Os dois rapazes que alugavam<br />

uma casa do outro lado irromperam na rua só de regata e cueca e<br />

correram em direção aos gritos. Segui com cautela à distância, com<br />

<strong>Marley</strong> junto de mim. <strong>Eu</strong> os vi descer algumas casas à frente e, alguns<br />

segundos depois, voltaram às pressas vindo em minha direção.<br />

— Vá acudir a moça — gritou um deles, apontando para trás. —<br />

Ela foi esfaqueada.<br />

— Vamos atrás do cara! — o outro gritou, e saíram a toda,<br />

descalços, pela rua, na direção em que a pessoa fugira. Minha vizinha<br />

Barry, uma mulher solteira e destemida que comprara e restaurara o<br />

bangalô ao lado da casa da Sra. Nedermier, entrou em seu carro e<br />

juntou-se à perseguição.

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