18.04.2013 Views

Marley & Eu

Marley & Eu

Marley & Eu

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dólares e algumas moedas. O preço de uma vida humana.<br />

O crime crescente à nossa volta fez com que nos sentíssemos<br />

gratos pela presença assustadora de <strong>Marley</strong> em casa. E daí se na<br />

verdade ele era um cão pacífico, cuja estratégia mais agressiva era<br />

conhecida como o Ataque de Baba? E daí se sua resposta imediata à<br />

chegada de qualquer pessoa estranha era agarrar uma bola de tênis<br />

esperando ter alguém novo para jogar bola com ele? Os intrusos não<br />

precisavam saber disso. Quando estranhos batiam, não trancávamos<br />

mais <strong>Marley</strong> antes de atender à porta. Deixamos de dizer que ele era<br />

inofensivo. Ao contrário, deixávamos escapar alguns alertas dúbios<br />

como “ultimamente ele está se tornando imprevisível” e “não sei dizer<br />

quanto esta tela da porta ainda vai agüentar com as investidas dele”.<br />

Tínhamos um bebê agora e outro a caminho. Não estávamos mais<br />

tão despreocupados em termos de segurança pessoal como antes. Jenny<br />

e eu sempre especulávamos o que <strong>Marley</strong> faria se alguém tentasse<br />

machucar o bebê ou a nós. <strong>Eu</strong> imaginava que ele apenas começaria a latir<br />

e arfar. Jenny tinha mais confiança nele. Ela estava convencida de que<br />

sua lealdade especialmente a Patrick, romperia em um irresistível<br />

impulso de proteção primai em relação a nós.<br />

— De jeito nenhum — eu disse. — Ele correria para cheirar a<br />

virilha do bandido e ficaria tudo por isso mesmo.<br />

De qualquer forma, sabíamos que ele apavorava as pessoas. E isso era<br />

bom para nós. A sua presença fazia diferença entre nos sentirmos<br />

vulneráveis ou mais seguros em casa. Mesmo continuando a debater sua<br />

eficiência como nosso protetor, dormíamos melhor sabendo que ele estava<br />

do nosso lado. Então, uma noite, ele acabou com nossa discussão de uma<br />

vez por todas.<br />

Estávamos no mês de outubro e o tempo ainda estava firme.<br />

Com a noite quente, havíamos ligado o ar-condicionado e as janelas<br />

estavam fechadas. Depois do jornal das onze da noite, deixei <strong>Marley</strong> sair<br />

para fazer seu pipi, olhei para ver se Patrick estava bem em seu berço,<br />

apaguei as luzes, e deitei na cama ao lado de Jenny, que já dormia a<br />

sono solto. <strong>Marley</strong>, como sempre costumava fazer, esborrachou-se no

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!