Marley & Eu
Marley & Eu Marley & Eu
ali para comprar algo da loja. Ela estava apenas ali, recepcionando alegremente estranhos e seus cachorros no estacionamento assim que chegavam. Por que ela estava sendo tão gentil? Mulheres bonitas nunca são gentis, pelo menos não com homens estranhos em estacionamentos vazios à meia-noite. Um carro parou próximo de nós e um senhor baixou o vidro da janela: —Você é Heather? — ele perguntou. Ela me lançou um sorriso, como se dissesse: “Fazemos o que podemos para pagar o aluguel”. — Preciso ir — ela exclamou, entrando no carro. — Tchau, cachorrinho! — Não se apaixone muito, Marley — eu disse, enquanto eles se afastavam. — Você não tem cacife para bancá-la. Algumas semanas depois, às dez horas da manhã de um domingo, fui com Marley até a mesma loja comprar o Miami Herald e novamente fomos abordados, desta vez por duas jovens, na verdade, adolescentes, que pareciam ansiosas. Diferente da primeira mulher que encontramos, elas não eram tão bonitas e não estavam bem vestidas. Ambas pareciam desesperadas por uma tragada de crack. — Haroldo? — uma delas me perguntou. — Não — respondi, mas o que eu pensei foi: “Você realmente acha que um cara vai aparecer atrás de sexo e trazer o seu labrador com ele?”. Que tipo de pervertido essas duas pensaram que eu fosse? Enquanto eu pegava o jornal no estande em frente à loja, um carro parou — Haroldo, pensei — e as garotas embarcaram nele. Eu não era o único a testemunhar o aumento do mercado de prostituição ao longo da Dixie Highway. Numa de suas visitas, minha irmã mais velha, vestida como uma freira, saiu para caminhar ao meio- dia e foi abordada duas vezes por caras suspeitos que passavam de carro. Outro amigo chegou nossa casa para dizer que uma mulher acabara de lhe mostrar os seios quando ele passou dirigindo por ela, mas não que ele se importasse com isso.
Em resposta às reclamações dos moradores, o prefeito prometeu expor publicamente quem fosse preso ao pegar moças na rua, e a polícia começou a patrulhar a área, colocando policiais femininas disfarçadas na esquina à espera de pretensos clientes para prendê-los em flagrante. As policiais eram as prostitutas mais mal-ajambradas que já vi — pense em J. Edgar Hoover travestido de mulher — mas isso não impediu os homens de parar para tentar pegá-las. Um desses flagrantes aconteceu na calçada em frente de casa — com uma equipe de reportagem de TV na cola. Se fossem apenas as prostitutas e seus clientes, estaríamos sossegados, mas a atividade criminosa não parava aí. Nossa vizinhança parecia se tornar cada vez mais perigosa. Em uma de nossas caminhadas junto ao mar, Jenny, sentindo-se enjoada demais para continuar conosco, decidiu voltar para casa sozinha, enquanto eu seguiria o passeio com Patrick e Marley. Ao entrar em uma transversal, ela ouviu um carro acompanhá-la. Ela pensou que fosse um vizinho querendo cumprimentá-la, ou alguém procurando informação. Quando ela se virou para olhar para o carro, o motorista estava nu e se masturbando. Depois de ejacular, ele dirigiu rapidamente em marcha à ré para esconder a placa de licença do carro. Quando Patrick estava com quase um ano de idade, aconteceu outro assassinato em nosso quarteirão. Como a Sra. Nedermier, a vítima foi uma senhora que vivia sozinha. Ela morava na primeira casa depois de dobrar na Churchill Road vindo da Dixie Highway, exatamente atrás da lavanderia 24 horas, e eu somente a conhecera de vista. Ao contrário da morte da Sra. Nedermier, esse crime não se restringiu a uma questão caseira. A vítima foi escolhida ao acaso, e o assassino era um estranho que entrou furtivamente, enquanto ela pendurava a roupa no quintal num sábado à tarde. Quando ela voltou, ele amarrou seus pulsos com o fio do telefone e jogou-a debaixo de um colchão, enquanto revirava a casa atrás de dinheiro. Ele fugiu levando seu saque, enquanto minha frágil vizinha sufocou sob o peso do colchão. A polícia rapidamente prendeu um suspeito que fora visto zanzando na lavanderia. Quando esvaziaram seus bolsos, descobriram que tudo que ele roubara somava dezesseis
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ali para comprar algo da loja. Ela estava apenas ali, recepcionando<br />
alegremente estranhos e seus cachorros no estacionamento assim que<br />
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são gentis, pelo menos não com homens estranhos em estacionamentos<br />
vazios à meia-noite. Um carro parou próximo de nós e um senhor baixou<br />
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—Você é Heather? — ele perguntou.<br />
Ela me lançou um sorriso, como se dissesse: “Fazemos o que<br />
podemos para pagar o aluguel”.<br />
— Preciso ir — ela exclamou, entrando no carro. — Tchau,<br />
cachorrinho!<br />
— Não se apaixone muito, <strong>Marley</strong> — eu disse, enquanto eles se<br />
afastavam. — Você não tem cacife para bancá-la.<br />
Algumas semanas depois, às dez horas da manhã de um domingo,<br />
fui com <strong>Marley</strong> até a mesma loja comprar o Miami Herald e novamente<br />
fomos abordados, desta vez por duas jovens, na verdade, adolescentes,<br />
que pareciam ansiosas. Diferente da primeira mulher que encontramos,<br />
elas não eram tão bonitas e não estavam bem vestidas. Ambas pareciam<br />
desesperadas por uma tragada de crack.<br />
— Haroldo? — uma delas me perguntou.<br />
— Não — respondi, mas o que eu pensei foi: “Você realmente<br />
acha que um cara vai aparecer atrás de sexo e trazer o seu labrador com<br />
ele?”.<br />
Que tipo de pervertido essas duas pensaram que eu fosse?<br />
Enquanto eu pegava o jornal no estande em frente à loja, um carro<br />
parou — Haroldo, pensei — e as garotas embarcaram nele.<br />
<strong>Eu</strong> não era o único a testemunhar o aumento do mercado de<br />
prostituição ao longo da Dixie Highway. Numa de suas visitas, minha<br />
irmã mais velha, vestida como uma freira, saiu para caminhar ao meio-<br />
dia e foi abordada duas vezes por caras suspeitos que passavam de carro.<br />
Outro amigo chegou nossa casa para dizer que uma mulher acabara de<br />
lhe mostrar os seios quando ele passou dirigindo por ela, mas não que<br />
ele se importasse com isso.