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Marley & Eu

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<strong>Marley</strong> seguiu Jenny até o quarto, enfiando o nariz fundo na sacola<br />

que ela trouxe de volta da maternidade. Ele literalmente não sabia que<br />

havia um ser vivo em cima de nossa cama. Então Patrick se moveu e<br />

emitiu um som semelhante a um chilreio abafado de pássaro. As<br />

orelhas de <strong>Marley</strong> se ergueram e ele congelou. De onde veio esse<br />

barulho? Patrick repetiu o som, e <strong>Marley</strong> levantou uma pata no ar,<br />

apontando como um cão de caça. Meu Deus, ele estava apontando para<br />

nosso bebê como um cão caçador apontaria para uma... presa. Nesse<br />

instante, lembrei do travesseiro de penas que ele atacou com tanta<br />

ferocidade. Ele não seria tão burro para confundir um bebê com um<br />

faisão, seria?<br />

Em seguida, ele se aproximou. Não foi um ataque feroz para<br />

“matar o inimigo”; ele não mostrou os dentes nem grunhiu. Mas<br />

tampouco foi uma aproximação de “boas-vindas ao mais novo habitante<br />

do bairro”. Seu peito tocou o colchão com tanta força que a cama andou<br />

de lugar. Patrick estava bem acordado agora, os olhos esbugalhados.<br />

<strong>Marley</strong> retrocedeu e avançou novamente, desta vez aproximando sua<br />

boca a poucos centímetros dos pezinhos do nosso recém-nascido.<br />

Jenny agarrou o bebê e eu agarrei o cachorro, puxando-o para trás pela<br />

coleira com ambas as mãos. <strong>Marley</strong> estava lívido, espichando-se para<br />

se aproximar desta nova criatura, que, de alguma forma, havia invadido<br />

o nosso santuário. Ele se sentou sobre as patas traseiras e eu o puxei<br />

pela coleira, sentindo-me como Zorro montado em seu belo cavalo<br />

negro.<br />

— Muito bem, está tudo bem agora — eu disse.<br />

Jenny colocou Patrick no moisés; eu coloquei <strong>Marley</strong> entre as<br />

minhas pernas e segurei-o firme pela coleira com os punhos cerrados.<br />

Até Jenny percebeu que <strong>Marley</strong> não queria agredi-lo. Ele estava arfando<br />

com aquela expressão abobada que ele tinha; os olhos estavam<br />

brilhando e o rabo balançando. Enquanto eu o segurava, Jenny se<br />

aproximou de nós, permitindo que <strong>Marley</strong> farejasse primeiro os dedinhos<br />

do bebê, depois seus pés, pernas e coxas. A pobre criança tinha apenas<br />

um dia e meio de idade e já estava sob o ataque de um aspirador de pó.

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