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Marley & Eu

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grade, latindo sem medo. Ele saltou e lambeu os meus dedos<br />

avidamente através das barras de ferro. Foi amor à primeira vista.<br />

<strong>Eu</strong> o trouxe para casa numa caixa de papelão e chamei-o de<br />

Shaun. Ele era o tipo de cachorro que marca todos os outros cachorros.<br />

Ele aprendeu tudo o que lhe ensinei sem esforço e era naturalmente<br />

bem comportado. <strong>Eu</strong> poderia jogar um naco de comida no chão que ele<br />

não pegaria até que lhe desse permissão. Ele me atendia quando eu o<br />

chamava e ficava parado quando eu ordenava. Poderíamos deixá-lo<br />

passear à noite, sabendo que retornaria depois de fazer seu passeio.<br />

Nem sempre o deixávamos sozinho, mas poderia ficar em casa por horas<br />

sem companhia, confiantes de que não se machucaria nem mexeria em<br />

nada. Ele corria atrás de carros sem caçá-los, e andava ao meu lado<br />

sem coleira. Ele conseguia mergulhar até o fundo do nosso lago e<br />

emergir com pedras tão grandes na boca que às vezes ficaram presas<br />

em sua mandíbula. Ele amava andar de carro e ficava sentado quietinho<br />

no banco traseiro ao meu lado durante as viagens de família, feliz de<br />

passar horas olhando pela janela para tudo que via do lado de fora.<br />

Talvez o melhor de tudo, eu o treinei para ele me puxar de bicicleta pela<br />

vizinhança, fazendo com que todos os meus amigos me invejassem. Ele<br />

nunca me levou para nenhum lugar perigoso.<br />

Ele estava comigo quando fumei meu primeiro (e o meu último)<br />

cigarro e quando beijei minha primeira namorada. Ele estava bem do<br />

meu lado no banco da frente quando saí escondido com o carro do meu<br />

irmão mais velho para dar minha primeira volta no quarteirão.<br />

Shaun era espirituoso, porém controlado, amoroso e calmo. Ele<br />

era educado a ponto de se esconder atrás de um arbusto para fazer suas<br />

necessidades, deixando apenas sua cabeça para fora. Graças a esse seu<br />

hábito salutar, nosso gramado era imaculado para inadvertidos pés<br />

descalços.<br />

Nossos parentes vinham nos visitar nos fins de semana e voltavam<br />

para casa decididos a comprar um cachorro para eles, de tão<br />

impressionados que ficavam com Shaun — ou São Shaun, como<br />

comecei a chamá-lo. Esta era uma piada caseira, mas quase

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