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Marley & Eu

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monte, uma tampinha de refrigerante mordida. Em outro, uma tampinha<br />

de caneta esferográfica retorcida.<br />

manhã.<br />

— Ah, foi aqui que veio parar o meu pente! — exclamei certa<br />

Ele deglutia toalhas de banho, esponjas, meias, lenços de papel<br />

usados. Fosse o que fosse que saísse do outro lado, marcava cada monte<br />

cor de laranja fluorescente.<br />

Nem tudo passava facilmente, e <strong>Marley</strong> vomitava com a<br />

facilidade e regularidade de uma pessoa que sofre de bulimia. Ouvíamos<br />

ele tossir alto no quarto ao lado, e quando chegávamos para acudir,<br />

encontrávamos outro item doméstico no meio de uma poça de manga e<br />

ração de cachorro mal digerida. Por excesso de consideração, <strong>Marley</strong><br />

nunca vomitou no assoalho de madeira de lei, ou mesmo no linóleo da<br />

cozinha, se ele pudesse evitar. Ele sempre mirava o tapete persa.<br />

Jenny e eu tínhamos a ilusão de que seria legal ter um cachorro<br />

que pudéssemos deixar sozinho em casa de vez em quando por um curto<br />

espaço de tempo. Trancá-lo na garagem toda vez que íamos sair havia<br />

se tornado maçante e, como dizia Jenny: “Para que ter um cachorro, se<br />

ele não pode receber você na porta quando se volta para casa?”.<br />

Sabíamos bem que não ousaríamos deixá-lo sozinho se houvesse a<br />

menor possibilidade de chuva. Mesmo com seus acolchoados de<br />

cachorro, ele ainda seria capaz de cavar um buraco até a China.<br />

Quando o tempo estava bom, porém, não queríamos ter de trancá-lo na<br />

garagem toda vez que saíssemos por alguns minutos.<br />

Começamos a deixá-lo sozinho por breves minutos enquanto<br />

corríamos até a loja ou íamos até a casa de um vizinho. Às vezes, ele se<br />

comportava e encontrávamos a casa inalterada ao voltar. Nesses dias,<br />

víamos o seu nariz preto pressionado contra as minivenezianas,<br />

enquanto ele olhava pela janela da sala de estar esperando por nós. Em<br />

outros dias ele não se comportava tão bem e, em geral, sabíamos que<br />

encontraríamos algum problema antes mesmo de abrir a porta, porque<br />

ele não estaria na janela e, sim, se escondendo em algum lugar.

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