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Marley & Eu

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A medida que a gravidez avançava, também avançava o<br />

treinamento de <strong>Marley</strong>. <strong>Eu</strong> trabalhava com ele todos os dias e agora eu<br />

podia entreter nossos amigos gritando: “Entrando!”, e vê-lo se esborrachar<br />

no chão com as patas esparramadas. Ele atendia quando era dado o<br />

comando para vir (a menos que algo chamasse sua atenção, como outro<br />

cão, um gato, um esquilo, uma borboleta, o carteiro, ou qualquer coisa que<br />

passasse voando pelo seu nariz); ele atendia quando era dado o comando<br />

para sentar (a menos que preferisse ficar de pé); ele andava sempre<br />

acompanhando ao lado (a menos que houvesse algo tão tentador que<br />

valesse a pena ele se enforcar — veja cães, gatos, esquilos etc, acima). Ele<br />

estava aprendendo, mas isso não queria dizer que ele estivesse se<br />

transformando um cão calmo e obediente. Se eu brigasse com ele e<br />

esbravejasse as ordens que ele deveria cumprir, ele atenderia, por vezes,<br />

atentamente. Mas seu estado normal apresentava um comportamento<br />

incorrigível.<br />

Ele também tinha um apetite insaciável por mangas, que, caíam<br />

às dúzias no quintal. Cada uma pesava meio quilo ou mais e era tão<br />

doce que doía nos dentes. <strong>Marley</strong> se estendia na grama, agarrava uma<br />

manga madura entre as patas dianteiras, e começava a remover<br />

cirurgicamente toda a polpa da casca. Ele chupava as enormes<br />

sementes como se fossem pastilhas, e quando finalmente terminava de<br />

chupá-las, parecia que haviam sido limpas em uma solução de ácido. Em<br />

alguns dias, ele ficava lá fora por horas seguidas, entregue a um frenesi<br />

de deglutição de frutas.<br />

Como todo mundo que come muita fruta, suas fezes começaram a<br />

mudar. Logo nosso quintal estava coalhado com imensos montes de<br />

cocô, moles e coloridos. Uma das vantagens disso era que você deveria<br />

ser literalmente cego para pisar sem querer num monte de cocô que ele<br />

deixasse pelo caminho, que na época de manga adquiria a fluorescência<br />

radiante de sinalizadores de tráfego amarelos.<br />

Ele comia outras coisas também. E estas também passavam. <strong>Eu</strong><br />

via a prova a cada manhã enquanto removia seus montes com a pá.<br />

Aqui eu encontrava um soldadinho de plástico, ali um elástico. Em um

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