efeitos da temperatura, umidade relativa e velocidade do - UFV
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INTRODUÇÃO<br />
As aves são animais classifica<strong>do</strong>s como<br />
homeotermos, pois apresentam a<br />
capaci<strong>da</strong>de de manter a <strong>temperatura</strong> interna<br />
constante. Além disso, podem ser<br />
considera<strong>da</strong>s um sistema termodinâmico<br />
aberto, por estarem em troca constante de<br />
energia com o ambiente (Baêta & Souza,<br />
1997).<br />
Entretanto, este mecanismo possui maior<br />
eficiência quan<strong>do</strong> a <strong>temperatura</strong> <strong>do</strong><br />
ambiente encontra-se dentro de certos<br />
limites. As aves não se ajustam,<br />
perfeitamente, em extremos de <strong>temperatura</strong>,<br />
poden<strong>do</strong>, inclusive, ter a vi<strong>da</strong> ameaça<strong>da</strong>.<br />
Dessa forma, é importante que estes<br />
animais sejam aloja<strong>do</strong>s em ambientes, onde<br />
seja possível o balanço térmico (Rutz,<br />
1994).<br />
De acor<strong>do</strong> com Curtis (1983) e Esmay &<br />
Dixon (1986), quan<strong>do</strong> as condições<br />
ambientais no interior <strong>da</strong> instalação não<br />
estão dentro de limites adequa<strong>do</strong>s (zona de<br />
termoneutrali<strong>da</strong>de), o ambiente térmico<br />
torna-se desconfortável, porém, o organismo<br />
animal ajusta-se fisiologicamente para<br />
manter sua homeotermia, seja para<br />
conservar ou dissipar calor. Para isso,<br />
ocorre dispêndio de energia, resultan<strong>do</strong> na<br />
redução <strong>da</strong> sua eficiência produtiva. Os<br />
autores afirmam que a faixa de <strong>temperatura</strong><br />
na zona de conforto térmico para frangos de<br />
corte cria<strong>do</strong>s em galpões convencionais é<br />
de 18 a 28°C com umi<strong>da</strong>de <strong>relativa</strong> varian<strong>do</strong><br />
de 50 a 70% e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ar em torno de<br />
1,0 a 2,5 m.s -1 . Contu<strong>do</strong>, Medeiros (2001)<br />
comenta que a máxima produtivi<strong>da</strong>de de<br />
frangos para as condições climáticas<br />
brasileiras é obti<strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> a <strong>temperatura</strong><br />
está no intervalo de 21 e 29°C, com<br />
umi<strong>da</strong>de <strong>relativa</strong> de 50 a 80% e veloci<strong>da</strong>de<br />
<strong>do</strong> ar de 1,5 a 2,5 m.s -1 . Nesta situação, as<br />
aves Avian Farm machos apresentam, aos<br />
42 dias de i<strong>da</strong>de:2.300 g de peso médio;<br />
consumo diário de ração em torno de 150 g;<br />
conversão alimentar de 1,87; 3% de<br />
mortali<strong>da</strong>de; 41,5°C de <strong>temperatura</strong> retal; e<br />
freqüência respiratória de 47 resp.min -1 .<br />
Desde o início <strong>do</strong> século XX, o homem<br />
vem tentan<strong>do</strong> quantificar o ambiente<br />
térmico animal, utilizan<strong>do</strong> correlações nas<br />
278<br />
quais são emprega<strong>da</strong>s as variáveis:<br />
<strong>temperatura</strong>, umi<strong>da</strong>de, veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ar e<br />
radiação. Em alguns casos, também são<br />
considera<strong>da</strong>s outras variáveis como a taxa<br />
metabólica, o tipo de isolamento, e outros.<br />
Esses estu<strong>do</strong>s tiveram início quan<strong>do</strong><br />
Houghten & Yaglou (1923) propuseram o<br />
Índice de Temperatura Efetiva – ITE,<br />
basea<strong>do</strong> na <strong>temperatura</strong>, umi<strong>da</strong>de e<br />
veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ar, usan<strong>do</strong> humanos para<br />
comparar sensações térmicas instantâneas,<br />
experimenta<strong>da</strong>s em diferentes ambientes.<br />
Do mesmo mo<strong>do</strong>, diversos autores<br />
propuseram outros índices, como: o P4SR<br />
(Predicted Four Hour Sweat Rate) que é a<br />
estimativa <strong>da</strong> taxa de suor, por quatro<br />
horas, McArdle (1947); Índice de Estresse<br />
Calórico, Belding & Hatch (1955); Índice<br />
de Desconforto, mais tarde denomina<strong>do</strong><br />
Índice de Temperatura e Umi<strong>da</strong>de – ITU,<br />
Thom (1959); Índice de Humiture,<br />
Hevener (1959) e o Índice de<br />
Temperatura Aparente, Steadman (1979).<br />
To<strong>da</strong>via esses índices menciona<strong>do</strong>s<br />
foram desenvolvi<strong>do</strong>s, especificamente,<br />
para seres humanos. Buffington et al.<br />
(1981), trabalhan<strong>do</strong> com vacas leiteiras<br />
propuseram, com base no Índice de<br />
Temperatura e Umi<strong>da</strong>de, o Índice de<br />
Temperatura de Globo Negro e Umi<strong>da</strong>de<br />
– ITGU; Rosenberg et al. (1983)<br />
propuseram o Índice de Temperatura<br />
Baixa e Vento – ITBV e, a partir de<br />
estu<strong>do</strong>s em câmaras climáticas, Baêta<br />
(1985) propôs o Índice de Temperatura<br />
Equivalente, para ga<strong>do</strong> de leite.<br />
Desses índices, o mais emprega<strong>do</strong> até<br />
à déca<strong>da</strong> de 80 para avaliar o ambiente<br />
térmico animal foi o ITU e na déca<strong>da</strong> de<br />
90, o ITGU; sen<strong>do</strong> que este último<br />
apresenta a vantagem de incorporar em<br />
um único valor, chama<strong>do</strong> de <strong>temperatura</strong><br />
de globo negro, os <strong>efeitos</strong> <strong>da</strong> <strong>temperatura</strong><br />
<strong>do</strong> ar, umi<strong>da</strong>de, ventilação e radiação.<br />
Como os índices foram, inicialmente,<br />
desenvolvi<strong>do</strong>s para vacas leiteiras, o<br />
presente estu<strong>do</strong> teve como objetivos:<br />
determinar e analisar os <strong>efeitos</strong> de<br />
diversas combinações de <strong>temperatura</strong>,<br />
umi<strong>da</strong>de e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ar sobre o<br />
desempenho zootécnico, mortali<strong>da</strong>de,<br />
respostas fisiológicas e comportamento<br />
de frangos de corte.<br />
Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.13, n.4, 277-286, Out./Dez., 2005