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(Brasil) - Reflexões sobre a vaidade dos homens - iPhi

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que esta os faz distinguir, e conhecer. Daqui parece<br />

que resulta uma indução forte a favor da nobreza<br />

originária: mas que argumento débil é que se tira de<br />

uma distinção visível, constante, e material, para outra<br />

que é sòmente imaginária; de uma que se faz<br />

naturalmente para outra que civilmente se fabrica; de<br />

uma que é de instituição do mundo, para outra que é da<br />

instituição <strong>dos</strong> <strong>homens</strong>; de uma que é totalmente<br />

independente, para outra que é arbitrária: de uma que<br />

tem por princípio a mesma Providência, para outra que<br />

procede da fortuna; e finalmente de uma que é fundada<br />

em regras infalíveis, para outra que sòmente é fundada<br />

em <strong>vaidade</strong>?<br />

Nesta parte a razão tirada da semelhança não<br />

convence. Com um só caráter se podem formar letras<br />

infinitas, tôdas iguais, e semelhantes, mas nem por isso<br />

as letras têm nada do caráter impressor. Êste imprime,<br />

mas não se comunica; dá a semelhança, a sua<br />

substância não; o metal de que é compôsto, não dá de<br />

si mais do que a figura. Muitas estampas vêm de um<br />

mesmo molde; tôdas são iguais, e parecidas, mas<br />

nenhuma tem do molde mais do que o contôrno. A<br />

sombra vem do corpo que tem oposta a luz, de sorte<br />

que não há sombra donde não há luz, e corpo; mas nem<br />

por isso a sombra recebe em si propriedade alguma,<br />

nem do corpo, nem da luz. O produzir uma coisa, não é<br />

o mesmo que reproduzir-se.<br />

(159) A vida, ou espírito vital, que passando de uns<br />

a outros vai fazendo a descendência <strong>dos</strong> mortais,<br />

parece que indica de algum modo a existência da<br />

nobreza originária; e com efeito se a vida se trans-

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