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(Brasil) - Reflexões sobre a vaidade dos homens - iPhi

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MATIAS AIRES RAMOS DA SILVA DE EÇA<br />

axioma do filósofo, quando diz que a natureza nada faz<br />

em vão. Estas duas seitas fizeram em Alemanha um tal<br />

progresso que uma matéria inútil, indiferente, e<br />

puramente de opinião, veio a parar em fazer-se dela um<br />

ponto de honra; a <strong>vaidade</strong> de discorrer melhor animava<br />

com tal excesso a to<strong>dos</strong>, que os argumentos só se<br />

decidiam pelas armas; os combates particulares vieram<br />

finalmente a reduzir-se a uma guerra viva. Introduziuse<br />

aquêle mesmo fanatismo em França, e chegou a<br />

tanto extremo, que Luiz XII para o evitar, determinou,<br />

que em tôdas as livrarias se fechassem com cadeias os<br />

livros <strong>dos</strong> nominais, para que ninguém os pudesse<br />

abrir, nem ler. Daquela forma veio a ficar a doutrina de<br />

Aristóteles tão desfigurada pelas sutilezas com que<br />

cada um queria sustentar a <strong>vaidade</strong> da sua opinião, que<br />

essa foi a causa principal de desprezar-se a filosofia e<br />

ficar parecendo odiosa a to<strong>dos</strong>. Os livros de Aristóteles<br />

foram leva<strong>dos</strong> à França no século treze pelos franceses<br />

que tinham ido a Constantinopla; Amauri, que entrou a<br />

sustentar os seus erros pelos princípios daquele<br />

filósofo, foi condenado como herege por um Concílio<br />

de Paris celebrado em o ano de 1209. Êste concílio<br />

proibiu totalmente a leitura de Aristóteles, e condenou<br />

os seus livros ao fogo: a mesma proibição se tornou a<br />

renovar por um legado sòmente a respeito da física e<br />

metafísica. Gregório IX diminuiu a proibição do<br />

Concílio de Paris por uma bula expedida em 1231,<br />

proibindo a leitura das obras de Aristóteles, sò-mente<br />

enquanto se não extirpavam os erros que resultavam ou<br />

podiam resultar da sua doutrina. Em 1366 os cardeais<br />

João de S. Marcos e Gil de S. Martinho delega<strong>dos</strong> por<br />

Urbano V para reformarem a Universidade de Paris,<br />

concederam que se pudessem ler várias obras de<br />

Aristóteles, excetuando a sua

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