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Tendências Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa - Campus II - Vitória - ES - Maio de 2012 - nº 67 Festa da Penha Fé, emoção e devoção LEIA TAMBÉM PERFIL /// Escritor, jornalista, ator, diretor, poeta, desenhista e chargista, o multimídia Milson Henriques, 74 anos, conta um pouco da vida e das aventuras ...Pág 12 ARTE /// Apesar do preconceito com a arte de rua, os grafiteiros tentam conquistar a sociedade ...Pág 03 COMPORTAMENTO /// O melhor amigo do homem não precisa ser mais um cachorro, um gato ou peixinho ...Pág 11 Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Faesa
- Page 2 and 3: OPINIÃO Matuto Urbano Stael Nunes
- Page 4 and 5: TRÂNSITO Página 4 Mulheres no vol
- Page 6 and 7: Missa das Pastorais Sociais Romaria
- Page 8 and 9: FESTA DA PENHA Página 8 Muita devo
- Page 10 and 11: CuLTuRA Página 10 O mundo mágico
- Page 12: PERFIL Página 12 Confissões de um
Tendências<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong> - Campus II - Vitória - ES - Maio de 2012 - nº 67<br />
Festa da Penha<br />
Fé, emoção e devoção<br />
LEIA TAMBÉM<br />
PERFIL /// Escritor, jornalista, ator, diretor,<br />
poeta, desenhista e chargista, o multimídia<br />
Milson Henriques, 74 anos, conta um pouco da<br />
vida e das aventuras ...Pág 12<br />
ARTE /// Apesar do preconceito com a arte de rua, os<br />
grafiteiros tentam conquistar a sociedade ...Pág 03<br />
COMPORTAMENTO /// O melhor amigo do homem<br />
não precisa ser mais um cachorro, um gato ou<br />
peixinho ...Pág 11<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong>
OPINIÃO<br />
Matuto Urbano<br />
Stael Nunes (1° Per.)<br />
staelnunes@hotmail.com<br />
Da viola caipira à guitarra,<br />
a banda Sandro Sam traz nas<br />
músicas as raízes da cultura<br />
brasileira. “Acho muito mais<br />
autêntico sermos um caipira<br />
original que um cowboy<br />
genérico”, comenta Sandro.<br />
Ele critica os brasileiros que<br />
se importam muito com cultura<br />
americana e acabam<br />
deixando de lado a própria.<br />
Por ter a cara do Brasil, o<br />
show Matuto Urbano tem<br />
boa aceitação fora do País.<br />
Na carreira solo, Sandro, o<br />
vocalista, tocava inicialmen-<br />
Expediente<br />
Jornal-laboratório do<br />
Curso de Comunicação<br />
Social da <strong>Faesa</strong><br />
Maio de 2012 - Nº 67<br />
Rod. Serafim Derenzi,<br />
3115, São Pedro - Vitória<br />
(ES)<br />
Tel. (27) 21224500<br />
Versão em PDF: http://<br />
faesadigital.com.br<br />
Presidente: Alexandre<br />
Nunes Theodoro<br />
Superintendente<br />
institucional: Guilherme<br />
A. Nunes Theodoro<br />
Diretor Acadêmico do<br />
Campus II: Juliano Silva<br />
Campana<br />
Tendências<br />
te em escolas e faculdades,<br />
participando de eventos<br />
culturais, na qual cantava e<br />
também recitava versos de<br />
escritores conhecidos. Porém<br />
o público cresceu e da<br />
carreira solo evolui para a<br />
banda.<br />
Com 13 anos de estrada,<br />
a banda inova o estilo folkrock<br />
ao misturá-lo com<br />
acordes medievais. Essa influência<br />
foi trazida da França,<br />
graças a Gaelle Grassiot,<br />
integrante da banda. Hoje,<br />
é o principal diferencial do<br />
grupo.<br />
Convidados para se apresentar<br />
em um festival na<br />
TV <strong>Faesa</strong> no Climatempo<br />
Thainara Polito (1° Per.)<br />
tata.polito@hotmail.com<br />
A TV <strong>Faesa</strong> está com novidades.<br />
Uma vez por semana,<br />
alunos de comunicação<br />
apresentam matérias sobre<br />
clima no Espirito Santo<br />
para exibição na TV Climatempo.<br />
Essa emissora é exibida<br />
em quase todas as tvs<br />
por assinatura do Brasil.<br />
Marcelo Castanheira, professor<br />
orientador da TV<br />
<strong>Faesa</strong>, diz que existe uma<br />
liberdade de pauta entre a<br />
TV <strong>Faesa</strong> e a TV Climatempo.<br />
Os alunos, juntamente<br />
com o responsável pelas<br />
pautas da TV Climatempo,<br />
avaliam quais as informações<br />
importantes do Estado<br />
para serem noticiadas. Os<br />
alunos destacam que o Climatempo<br />
pauta a equipe,<br />
mas os deixa escolher o que<br />
querem reportar e até mesmo<br />
definir futuras pautas.<br />
O primeiro programa foi<br />
gravado em três horas e editado<br />
em uma. Os estudan-<br />
tes Vitor Junquilho e Victor<br />
Moronari, que apresentou<br />
o programa, mas não participa<br />
mais da equipe, disseram<br />
que ficaram ansiosos<br />
para ver o trabalho deles<br />
sendo mostrado para todo<br />
Brasil e dizem que é gratificante<br />
para eles. “Isto nos<br />
dá credibilidade como alunos<br />
de jornalismo, pois nos<br />
prepara para o mercado de<br />
trabalho. É importante ter<br />
Coordenadora do Curso de<br />
Comunicação Social:<br />
Marilene Mattos<br />
Professores orientadores:<br />
Paulo Soldatelli<br />
Valmir Matiazzi<br />
Zanete Dadalto<br />
Capa: Fillipe Leal<br />
Textos e fotos: alunos do<br />
curso de Comunicação<br />
Social da <strong>Faesa</strong><br />
Habilitações: Jornalismo,<br />
Publicidade e Propaganda<br />
e RTV<br />
Impresso na<br />
Gráfica GSA<br />
França, Sandro acabou conhecendo<br />
Gaelle, violinista<br />
francesa. Na época, tocava<br />
em uma banda chamada<br />
“Os Bahias”, que tinha brasileiros<br />
entre os integrantes.<br />
Hoje, os dois estão casados.<br />
“Investi tanto na Europa que<br />
acabei trazendo um pedacinho<br />
de lá para casa”, brinca<br />
Sandro.<br />
Em 2008, a banda Sandro<br />
Sam se apresentou no Kulturtestivalen<br />
na Noruega.<br />
Em 2009, no Mix Art Festival<br />
na França. E em 2010,<br />
no espaço cultural Jean Papeau,<br />
também na França.<br />
Sandro Sam já pensa em<br />
Editorial<br />
Angelo Marinho<br />
Bastidores. Victor Moronari apresentou o 1° programa<br />
esse contato profissional<br />
com outros mercados de<br />
trabalho fora do Estado. ’’<br />
Ao todo já foram gravados<br />
e exibidos cinco programas:<br />
O verão, o outono,<br />
alergia, chuvas e estradas<br />
no Estado. O programa<br />
passou por ajustes e, atualmente,<br />
conta com a participação<br />
dos alunos Wingliton<br />
Costa, Áquyles Brum e<br />
Vitor Junquilho.<br />
Meus amigos leitores,<br />
ao começarmos<br />
este editorial é necessário<br />
falarmos de<br />
mudança.<br />
O mundo muda. As pessoas<br />
mudam. O jornalismo<br />
muda. Então, é fácil<br />
perceber que para ser um<br />
jornalista temos que ter a<br />
capacidade de nos transformarmos.<br />
De se adaptar<br />
às mudanças que são impostas,<br />
muitas vezes de<br />
forma invisível, pela própria<br />
sociedade.<br />
O jornal Tendências<br />
também não está alheio a<br />
essas mudanças. O jornal<br />
terá ao longo do ano seis<br />
edições digitais e duas impressas.<br />
Todas as edições<br />
digitais poderão ser con-<br />
outro projeto para depois<br />
do Matuto Urbano. A banda,<br />
que vem se apresentando<br />
no Espírito Santo, no Brasil<br />
e na Europa, revela que o<br />
estilo hippie estará presen-<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
Página 2<br />
Artesanato capixaba<br />
Thainara Polito (1° Per.)<br />
tata.polito@hotmail.com<br />
Pinturas diversas, bordados,<br />
velas, tapeçaria, bonecas,<br />
bijuterias e muitos outros<br />
objetos de artesanato:<br />
a loja da Associação Capixaba<br />
dos Artesãos (Acarte),<br />
em Jardim da Penha, Vitória,<br />
tem de tudo um pouco.<br />
O ponto de venda reúne o<br />
trabalho de associados, a<br />
maioria da região metropolitana<br />
de Vitória. Mas há<br />
também trabalhos do interior<br />
do Espírito Santo.<br />
Na loja são os próprios<br />
artesãos que trabalham<br />
vendendo sua arte e há um<br />
revezamento entre eles por<br />
meio de uma planilha para<br />
tanto trabalharem no atendimento<br />
quanto criarem<br />
peças artesanais. As peças<br />
mais procuradas são as<br />
panelas de barro, tapetes,<br />
conchas e panos de prato. A<br />
Associação foi responsável<br />
também pelo lançamento<br />
da primeira revista de ar-<br />
Transformação<br />
feridas na página do <strong>Faesa</strong><br />
<strong>Digital</strong> (www.faesadigital.<br />
com.br). Já está disponivel<br />
a primeira edição online<br />
deste ano.<br />
Nesta edição impressa,<br />
vale destacar a dedicação<br />
e o esforço dos alunos de<br />
comunicação social da <strong>Faesa</strong><br />
na cobertura da Festa<br />
da Penha. Numa verdadeira<br />
“Proci<strong>ssão</strong> <strong>Fotográfica</strong>”<br />
os alunos “clicaram” os<br />
momentos únicos da maior<br />
festa religiosa do Espírito<br />
Santo. Além disso, muitos<br />
alunos produziram também<br />
textos para as nossas<br />
páginas e também para o<br />
<strong>Faesa</strong> <strong>Digital</strong>. O resultado<br />
disso tudo é uma mistura<br />
de satisfação e orgulho<br />
pelo dever cumprido. Pa-<br />
Letícia Abreu<br />
Sandro Sam traz nas músicas as raízes da cultura do Brasil<br />
te no próximo projeto, que<br />
será bem diferente do Matuto<br />
Urbano. Informações<br />
para shows pelo telefone 27<br />
9848 2885 ou pelo e-mail<br />
sandrerasam@hotmail.com<br />
tesanato do Espírito Santo,<br />
“No caminho da Brolha”<br />
com a primeira edição esgotada.<br />
Na sede da Acarte também<br />
são ministrados cursos<br />
para a comunidade nas<br />
diversas áreas de produção<br />
do artesanato. A Acarte trabalha<br />
com a ideia da qualidade<br />
total e de se manter<br />
fiel ao princípio do que é<br />
artesanato.<br />
Fundada em 28 de fevereiro<br />
de 1994, a Acarte nasceu<br />
com a mi<strong>ssão</strong> de resgatar,<br />
fortalecer e promover<br />
o artesanato capixaba. Os<br />
artesãos se reuniram inicialmente<br />
com Vera Maria<br />
Ozório, uma artesã pioneira,<br />
que teve a ideia de criar<br />
a Acarte. Em uma garagem<br />
em Jardim Camburi começou<br />
uma história pela<br />
arte que segue até o dia de<br />
hoje.<br />
Mais informações pelo email<br />
- acarte.artesanato@<br />
hotmail.com ou pelo telefone<br />
- 33150174.<br />
rabéns a todos os alunos,<br />
professores, coordenação e<br />
funcionários que ajudaram<br />
nessa conquista. O resultado<br />
de todo esse empenho<br />
pode ser conferido nas páginas<br />
5, 6, 7 e 8.<br />
O Tendências também<br />
apresenta outras matérias<br />
que merecem ser conferidas.<br />
Ao longo das páginas<br />
você pode se informar sobre<br />
o Graffiti, mulher no<br />
volante e sobre motociclismo<br />
e motoclube. Há ainda<br />
matérias sobre animais<br />
de estimação exóticos e o<br />
mundo do circo. E para finalizar<br />
a edição, um perfil<br />
do multimídia Milson Henriques.<br />
Boa leitura e até nossa<br />
próxima edição online.
Página 3<br />
Essa parede é arte?<br />
Os grafiteiros ainda sofrem muito preconceito,<br />
mas, tentam, por meio da arte, superar as<br />
barreiras e conquistar os espaços na sociedade<br />
Flávio Carvalho (5° Per.)<br />
flaviocarvalho@hotmail.com.br<br />
Uma manifestação artística<br />
tem colorido muros, escadarias,<br />
madeirites de obras,<br />
pracinhas e parques da cidade.<br />
São pessoas que buscam<br />
manifestar ideias por meio<br />
de bonecos, frases, traços<br />
coloridos. É o graffiti, que é<br />
considerada uma das formas<br />
artísticas mais expressivas<br />
da arte pós-moderna.<br />
Apesar do preconceito<br />
com a arte de rua, os grafiteiros<br />
tentam conquistar<br />
a sociedade e mostrar que<br />
essa arte é saudável e não<br />
faz apologia negativa. Eles<br />
estão preocupados em fazer<br />
um trabalho que não seja<br />
mal visto pelo resto da população<br />
e sempre buscam<br />
o respeito, evitando fazer a<br />
arte em locais particulares e<br />
que possam causar problemas.<br />
Giu Dias é professor de<br />
Tendências<br />
graffiti no Centro de Referência<br />
da Juventude e durante<br />
as aulas tenta passar<br />
para os alunos como ele<br />
conseguiu trabalhos e reconhecimento<br />
por meio da<br />
arte de rua. “Mostro para<br />
eles esse novo horizonte.<br />
Com o graffiti você pode<br />
trabalhar, conquistar e ser<br />
alguém na vida”.<br />
Guilherme de Oliveira, 16,<br />
é um dos alunos de Giu e tem<br />
muitas expectativas para<br />
quando terminar o curso.<br />
O jovem pretende arranjar<br />
trabalhos e mostrar para a<br />
sociedade que ele não está<br />
ali para sujar a cidade.<br />
Para o psicólogo Ronaldo<br />
Marangoni, essa reação<br />
não acontece de forma simples.<br />
“Não é simplesmente<br />
olhar e se alterar. Mas ao<br />
mesmo tempo a arte pode<br />
fazer com que as pessoas<br />
alarguem seus processos de<br />
perspectiva de vida. De certa<br />
forma amplie a visão que<br />
o indivíduo tenha do<br />
mundo e altere essa<br />
visão. O que pode de<br />
certa forma ajudá-lo<br />
a lidar com seus problemas<br />
do cotidiano”,<br />
completa.<br />
Raiva em forma de arte<br />
Uma vida marcada pela raiva. A<br />
busca por fazer justiça pela morte<br />
do irmão, vítima do tráfico. Adrenalina<br />
para ele era correr da polícia.<br />
Foram mais de dois anos atuando no<br />
mundo das drogas e tentando matar<br />
os responsáveis pelo assassinato do<br />
irmão até PH, 16, perceber que essas<br />
práticas não o levariam a nada. Hoje,<br />
ele encontra felicidade em outro lugar:<br />
nos muros da cidade.<br />
PH conheceu o graffiti há cerca<br />
de um ano quando estava na Ilha<br />
do Príncipe, em Vitória, um dos lugares<br />
onde traficava. Ele viu várias<br />
pessoas grafitando e ficou impressionado<br />
quando percebeu, ao falar<br />
com um deles, que o grafiteiro também<br />
utiliza gírias.<br />
Logo, PH percebeu<br />
que poderia usar a<br />
mesma linguagem<br />
que o artista e não<br />
fazer as coisas erradas<br />
fazia.<br />
O professor de<br />
graffiti, Giu Dias,<br />
25, diz que a partir<br />
do momento em<br />
que a pessoa percebe<br />
que a pichação<br />
está sendo uma<br />
coisa mal vista e o<br />
pichador não está<br />
ganhando nada<br />
com isso, o indivíduo<br />
prefere fazer<br />
o graffiti. Com PH<br />
não foi diferente.<br />
No começo, PH<br />
era adepto da pichação.<br />
Com o passar<br />
do tempo, ele<br />
foi se adequando ao graffiti e, hoje,<br />
faz um curso para melhorar a técnica.<br />
“Já fui contratado para fazer um<br />
serviço. Também grafitei em escola<br />
dando aulas, ensinando. O pouco<br />
que eu sabia, eu ensinava pra quem<br />
tava aprendendo”, conta.<br />
Para o psicólogo Ronaldo Marangoni<br />
é possível sim que haja essa<br />
mudança de caráter, mas não de<br />
uma forma mágica. “Se essa pessoa<br />
começa a investir na arte e encontrar<br />
nela uma forma de expre<strong>ssão</strong>,<br />
uma forma de se colocar no mundo e<br />
de ser aceito socialmente, isso pode<br />
transformar muito o comportamento<br />
dela”.<br />
Giu: “Com o graffiti você pode ser alguém na vida”<br />
Graffiti ou<br />
pichação<br />
Apesar de estarem<br />
interligados, já que o graffiti<br />
nasceu a partir da pichação,<br />
grafiteiros e pichadores, na<br />
maioria das vezes, têm objetivos<br />
diferentes. O pichador<br />
não se importa se a sociedade<br />
vai gostar do trabalho<br />
que ele fez. Geralmente, a<br />
pichação é formada por letras<br />
de forma simples, que<br />
geralmente têm só um traço,<br />
sem cor e com algumas modificações.<br />
Já o grafiteiro quer que o<br />
graffiti seja apreciado pela<br />
sociedade. Para isso ele faz<br />
uma arte colorida, trabalhada<br />
e que leve uma mensa-<br />
gem. “O graffiti é um lance<br />
mais artístico e já se adaptou<br />
ao desenho. Você já vê<br />
realismo, referência de ilustração<br />
e cartoon”, conta Giu.<br />
Ele ainda lembra que o Brasil<br />
é o único lugar do mundo<br />
onde existe essa separação.<br />
O professor de graffiti considera<br />
que existem letras da<br />
pichação que são muito trabalhadas<br />
e que para ele podem<br />
ser consideradas arte.<br />
História<br />
O graffiti surgiu na década<br />
de 60 em Nova Iorque, Estados<br />
Unidos. A arte nasceu<br />
Graffiti<br />
também<br />
é coisa de<br />
menina<br />
Por muito tempo, a arte de rua<br />
era uma manifestação artística<br />
feita por homens. Hoje, o cenário<br />
do graffiti mudou e os responsáveis<br />
por difundir a arte passam a<br />
dividir os muros das cidades com<br />
jovens grafiteiras. Diferente da<br />
realidade de outros serviços feitos<br />
por homens, elas conquistaram<br />
espaço no graffiti e recebem<br />
vários convites de trabalho.<br />
Jéssica Carvalho, mais conhecida<br />
como “Kika” entre os grafiteiros,<br />
iniciou no graffiti em 2009,<br />
quando fez o curso para aprender a<br />
grafitar. Na época, ela revela que só<br />
existia uma grafiteira “na ativa” em<br />
Vitória. Mas o número tem aumentado<br />
tanto que algumas grafiteiras<br />
pretendem formar um crew (grupo)<br />
só de meninas. Kika, atualmente, desenha<br />
personagens femininos pelos<br />
muros da Grande Vitória.<br />
Quanto ao preconceito, ela diz receber<br />
muitas motivações por parte<br />
dos grafiteiros. O público que vê o<br />
graffiti na rua, em sua maioria, curte<br />
o trabalho e convida as mulheres<br />
para trabalhos na área. Já em casa, a<br />
situação é diferente. “Já ouvi que não<br />
deveria grafitar porque é coisa de<br />
homem e que fico suja de tinta. E eu<br />
sou menina e não posso ser assim”,<br />
relata.<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
ARTE<br />
Fotos: Flávio Carvalho<br />
O graffiti é uma das formas artísticas mais expressivas da sociedade<br />
da escrita ou “tag”, assinatura<br />
do artista, nas estações de<br />
metrô. A princípio era feita<br />
com marcadores e, posteriormente,<br />
houve o advento<br />
dos spraies. Com o tempo, a<br />
indústria passou a produzir<br />
bicos de spraies adaptados<br />
para esse público.<br />
A arte de rua chegou no<br />
Espírito Santo nos anos 80<br />
e ganhou força a partir dos<br />
anos 90. Na época, grande<br />
parte das pinturas era feita<br />
com rolo e látex. O primeiro<br />
grupo se chamava União dos<br />
Grafiteiros Independentes<br />
(UGI).<br />
Kika desenha personagens femininos<br />
Segundo o professor de graffiti do<br />
Centro de Referência da Juventude<br />
(CRJ), Giu Dias, 25, ainda dá para<br />
contar quantas grafiteiras há em Vitória.<br />
Porém, o cenário tem mudado<br />
e a procura delas pelo curso aumentou.<br />
Ele conta que a cada dez pessoas<br />
que se inscrevem no curso de<br />
graffiti do CRJ, cerca de quatro são<br />
mulheres.<br />
Apesar de concordar que o graffiti<br />
é uma arte do público masculino, Juliana<br />
Cabral, 16, resolveu fazer o curso<br />
por ter facilidade em desenhar.<br />
Além disso, ela acredita que o graffiti<br />
é um tipo de manifestação cultural<br />
bonita. “O graffiti é uma arte muito<br />
diferente, mas, também, é algo que<br />
faz parte do cotidiano das pessoas”,<br />
conta.
TRÂNSITO Página 4<br />
Mulheres no volante<br />
O sexo feminino chegou com tudo para derrubar<br />
os mitos e ditos populares. E elas afirmam: lugar<br />
de mulher é no volante<br />
Luiza Medina (5° Per.)<br />
luizabmedina@gmail.com<br />
Elas também estão dominando<br />
o trânsito. As mulheres<br />
de hoje já não querem<br />
mais sentar no banco do<br />
carona e depender dos maridos,<br />
filhos, colegas ou amigos<br />
para se deslocarem. Elas<br />
desejam ser independentes,<br />
ter o próprio veículo e não<br />
depender de outras pessoas<br />
quando o assunto é dirigir.<br />
Elas usam o veículo para suprir<br />
as necessidades, como ir<br />
ao supermercado, à padaria,<br />
à farmácia, levar o filho à creche,<br />
à natação, ao inglês, ou ir<br />
à faculdade e trabalhar.<br />
Tudo começa aos 18 anos e<br />
a ansiedade em tirar a carteira<br />
de motorista para realizar<br />
atividades como ir à faculdade<br />
de carro se torna um<br />
sonho para muitas jovens. E<br />
para outras, a vontade de ter<br />
um veículo passa do desejo<br />
para uma necessidade.<br />
Maria Alochio, 21, estudante<br />
de odontologia, tem a car-<br />
Há muitas mulheresassumindo<br />
funções que<br />
antigamente era<br />
visto como coisa<br />
de homem. Ainda<br />
há muito preconceito<br />
quando<br />
se vê, por exemplo,<br />
uma mulher<br />
taxistas, motoristas<br />
de transporte<br />
escolar,<br />
caminhoneiras<br />
ou até mesmo<br />
motoristas de<br />
ônibus.<br />
Essas motoristas chamam a atenção<br />
por não ser comum ver no dia a<br />
dia uma mulher dirigindo um táxi,<br />
como é o caso de Régia Helena Medeiros,<br />
45 anos. Ela é taxista há oito<br />
anos. Veio de Rondônia e dirige há<br />
dois anos o táxi na Grande Vitória.<br />
Régia comentou sobre o machismo<br />
de alguns homens por ser uma mulher<br />
dirigindo. “Um executivo que<br />
não quis pegar o táxi porque era mulher<br />
no volante”, conta a motorista.<br />
O cotidiano dessas profissionais<br />
é na correria, mas elas dizem que<br />
se divertem. “O dia a dia é corrido,<br />
porém, divertido e descontraído. Conhecemos<br />
novas pessoas e clientes<br />
se tornam amigos”, comentou Eliana<br />
Alves, 46, motorista de táxi executivo.<br />
Há aquelas mulheres que além de<br />
motoristas, são também psicólogas,<br />
como é o caso da motorista Janine<br />
Tendências<br />
A estudante Maria Alochio, 21 anos, considera que as<br />
mulheres sabem dirigir tão bem quanto os homens<br />
teira desde os 18 anos. Sempre<br />
teve vontade de dirigir.<br />
Fez a matrícula na auto-escola<br />
no dia do aniversário de 18<br />
anos. Faz três anos que Maria<br />
dirige. Ela afirma que o carro<br />
para o estudante de odontologia<br />
é uma necessidade, pois<br />
têm que carregar muito material,<br />
além de livros.<br />
Oliveira, motorista de ônibus da linha<br />
“Mão na Roda”. Faz nove anos<br />
que trabalha como motorista e há<br />
três está como motorista da linha<br />
“Mão na Roda”, um serviço prestado<br />
pela Ceturb que atende a cadeirantes.<br />
“Além de dirigir, vou conversando<br />
e motivando as pessoas para melhorar<br />
a estima”.<br />
Janine conta que gosta muito do<br />
trabalho e no trânsito tem o respeito<br />
de motoristas. “Os motoristas de<br />
ônibus têm coleguismo e quando<br />
veem que as motoristas mulheres<br />
são da empresa deles, sentem até<br />
orgulho”, disse.<br />
Essas motoristas profissionais<br />
têm algo em comum: o apoio da<br />
família. Todas comentaram que a<br />
família sempre deu o apoio necessário,<br />
mesmo quando acabam passando<br />
mais tempo no trânsito do que<br />
em casa.<br />
A estudante chama atenção<br />
por dirigir um Chevette ano<br />
85, branco. Um carro que não<br />
é comum encontrar na cidade.<br />
Ela disse que no começo<br />
não achava legal e ficava um<br />
pouco incomodada, mas hoje<br />
nem liga mais. “Recebi “cantadas”<br />
no trânsito. Meu carro<br />
chama atenção. Também<br />
Motoristas profissionais • Evite ficar passando batom, acer-<br />
Janine Oliveira, do “Mão na Roda”, é respeitada nas ruas<br />
ouvi muitas piadas. Tirando<br />
essas piadas sobre mulher<br />
no trânsito que discordo,<br />
nossa capacidade de dirigir<br />
é tão boa quanto a dos homens”,<br />
declarou.<br />
Outro exemplo é da estudante<br />
de publicidade, Camila<br />
Lage, 22. Ela tem a carteira<br />
há um ano e dirige com o<br />
carro do pai para ir à faculdade<br />
e trabalhar. “Meu pai<br />
combinou que eu poderia<br />
ir à faculdade durante três<br />
dias na semana com o carro.<br />
Depois que viu que estou dirigindo<br />
bem no trânsito de<br />
Vitória, ele liberou o carro<br />
todos os dias”, comentou a<br />
estudante. Camila disse que<br />
facilita muito o dia ir para a<br />
faculdade de carro, pois che-<br />
Cuidados no Trânsito<br />
tando o brinco ou retocando a maquiagem<br />
quando está dirigindo. Espelho<br />
retrovisor não é espelho de casa.<br />
Isso pode causar um acidente grave.<br />
• Use sempre calçados adequados.<br />
Nada de sapato alto quando está dirigindo.<br />
No Código de transito Brasileiro,<br />
artigo 252 define que o condutor<br />
não deve dirigir o veiculo com<br />
calçado que não firme nos pés ou que<br />
comprometa a utilização dos pedais.<br />
Essa conduta resulta em infração<br />
média com multa de R$ 85,13 e qua-<br />
Opinião da Aluna-repórter<br />
Xô machismo...<br />
E quem disse que mulher não<br />
pode dirigir? Até pouco tempo<br />
atrás, dirigir era coisa só de homem.<br />
Eles dominavam o trânsito. Quando<br />
começou a aumentar o número de<br />
mulheres no trânsito, começou a<br />
surgir certo preconceito machista<br />
por isso. O número de mulheres no<br />
volante aumenta a cada dia. Segundo<br />
uma pesquisa organizada pelo<br />
Departamento Nacional de Trânsito<br />
(Denatran) as mulheres representam<br />
33% dos motoristas do País.<br />
E para quem disse que “mulher<br />
no volante é perigo constante”, as<br />
brasileiras têm agora um bom argumento<br />
para provar que dirigem<br />
bem. Apenas 11% dos acidentes de<br />
trânsito registrados no País envol-<br />
tro pontos na carteira de habilitação.<br />
• Nunca ingerir bebida alcoólica e<br />
depois pegar o volante para dirigir.<br />
Fale o bordão: Se beber, não dirija.<br />
• Trânsito não é disputa. Sempre<br />
respeite o espaço do outro. Calma e<br />
educação não fazem mal a ninguém.<br />
• Nunca fale ao celular quando<br />
está ao volante do carro.<br />
• Não deixe bolsas no painel ou no<br />
banco do carro.<br />
• Procure não conversar quando<br />
está dirigindo. Atenção é fundamental<br />
para evitar um acidente.<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
Fotos: Luiza Medina<br />
Régia Medeiros, 45 anos, atua há oito anos como taxista<br />
ga mais rápido no trabalho e<br />
em casa.<br />
Renda<br />
Há aquelas que usam o veículo<br />
como forma de renda. É<br />
o caso de Régia Helena Medeiros,<br />
45, que trabalha com<br />
táxi há oito anos. Ela gosta<br />
de trabalhar como motorista<br />
e diz viver cada dia uma nova<br />
situação por lidar diariamente<br />
com pessoas diferentes.<br />
Penha Pimentel, 49, motorista<br />
de transporte escolar<br />
para crianças também afirma<br />
que está realizada. “Temos<br />
que estar preparados para<br />
atender a essas crianças e, ao<br />
mesmo tempo, estar ligada<br />
no trânsito. Gosto muito de<br />
dirigir”, disse a motorista.<br />
veram motoristas mulheres. Elas<br />
são mais cautelosas e usam mais<br />
a direção defensiva no trânsito. E<br />
isso já foi percebido até pelas seguradoras,<br />
tanto que criaram tarifas<br />
especiais para mulheres. O seguro<br />
para as mulheres tem valor menor<br />
em relação ao homem. Isso porque<br />
o número de acidentes com mulheres<br />
é pequeno. Portanto é fundamental<br />
a participação dessas motoristas<br />
que fazem a diferença no<br />
trânsito. Mulheres, esqueçam a frase<br />
machista de “mulher no volante,<br />
perigo constante”, tirem os carros<br />
da garagem, dirijam, quebrem os<br />
preconceitos e mostrem que trânsito<br />
também é lugar de mulher. E<br />
nada de sexo frágil.
Página 5<br />
Sorrisos e pedidos de igualdade<br />
A tradicional Romaria das Pessoas<br />
com Deficiência lotou as ruas de<br />
Prainha, em Vila Velha, e mais<br />
uma vez clamou por igualdade,<br />
respeito e acessibilidade<br />
Thaís Tonini (5° Per.)<br />
thaistonini.p@hotmail.com<br />
Ao som de músicas religiosas,<br />
a Romaria das<br />
Pessoas com Deficiência<br />
chamou atenção por onde<br />
passou. A emoção tomou<br />
conta daqueles que a observavam.<br />
As ruas foram tomadas<br />
de bexigas brancas,<br />
muitos sorrisos e cartazes<br />
estampados com pedidos<br />
de igualdade, respeito e<br />
acessibilidade. A caminhada<br />
que saiu da Praça Duque<br />
de Caxias trouxe às ruas<br />
Este ano a Festa da Penha<br />
ganhou um cenário diferente.<br />
Não pelas manifestações<br />
de fé e agradecimento<br />
à Nossa Senhora da Penha,<br />
ou, pelos milhares de novos<br />
fiéis que participaram da<br />
festa, mas, sim, pelos painéis<br />
instalados nas fachadas das<br />
casas e dos prédios nas ruas<br />
da Prainha, em Vila Velha.<br />
Os 50 painéis que retratam<br />
os momentos dedicados<br />
à padroeira do Espírito<br />
Santo, é o resultado de fotos,<br />
feitas pelos alunos do curso<br />
de comunicação social<br />
da <strong>Faesa</strong> durante o projeto<br />
“Proci<strong>ssão</strong> <strong>Fotográfica</strong>”.<br />
O projeto, que acontece há<br />
seis anos, foi idealizado pela<br />
professora de Fotojornalismo<br />
Zanete Dadalto, que quis<br />
proporcionar aos alunos o<br />
cotidiano de um fotojornalista.<br />
“O objetivo do projeto<br />
é proporcionar aos alunos<br />
a realidade da rotina de um<br />
fotojornalista que trabalha<br />
Tendências<br />
mais de duas mil pessoas na<br />
luta pela vida.<br />
Com a chegada da proci<strong>ssão</strong><br />
à Prainha, foi celebrada<br />
a missa. Mesmo debaixo de<br />
sol forte, os fiéis puderam<br />
acompanhar e se emocionar<br />
com a participação dos romeiros<br />
com deficiência durante<br />
a celebração. Um desses<br />
momentos foi a leitura<br />
de um texto em braile feita<br />
por uma deficiente visual.<br />
O Deputado Estadual<br />
Cláudio Vereza, cadeirante<br />
há 47 anos devido a um<br />
tumor na coluna, também<br />
Juliana Morgado<br />
O cadeirante e deputado Cláudio Vereza diz que os<br />
portadores de deficiências também são pessoas de direitos<br />
Proci<strong>ssão</strong> fotográfica nas ruas da Prainha<br />
com o factual e a Festa da<br />
Penha possibilita isso.<br />
O Aluno do 7° período de<br />
Jornalismo Aguinor Frechiani,<br />
que no ano de 2010<br />
participou da Proci<strong>ssão</strong> fotográfica,<br />
encara o projeto<br />
como uma grande experiência.<br />
“Toda aquela correria<br />
durante a festa, todo o esforço<br />
empenhado valem a pena<br />
acompanhou a caminhada.<br />
“A Romaria é o momento dos<br />
portadores de deficiências<br />
mostrarem que também são<br />
pessoas de direitos e que devem<br />
ser reconhecidas pela<br />
sociedade”, afirma o Deputado.<br />
A cada ano que passa,<br />
a romaria integra não só os<br />
portadores de deficiências,<br />
como parentes e amigos,<br />
profissionais que atuam na<br />
área e representantes de<br />
entidades de quase todo o<br />
Espírito Santo.<br />
Cristina Novaes e Antônio<br />
Reis são os pais do pequeno<br />
Yuri, três anos, que tem<br />
síndrome de down. O casal,<br />
desde que o filho nasceu, o<br />
leva para a romaria. Yuri,<br />
que corria de um lado para<br />
o outro, sempre sorridente,<br />
era paparicado pelos pais.<br />
Segundo Cristina, o filho<br />
quando você vê o resultado<br />
estampado ali, em uma exposição<br />
fotográfica na maior<br />
festa religiosa do Estado”,<br />
conta o futuro jornalista.<br />
Segundo a professora, a<br />
ideia de expor as fotos durante<br />
os festejos da Festa<br />
da Penha, é ter dois eventos<br />
acontecendo simultaneamente.<br />
“A exposição com as<br />
As fachadas das casas foram enfeitadas com 50 painéis<br />
leva uma vida normal. “Desde<br />
o primeiro mês de vida,<br />
meu filho freqüenta a Apae.<br />
Hoje, o Yuri tem a agenda lotada.<br />
Luta capoeira e pratica<br />
outras atividades físicas”,<br />
conta a mãe do menino.<br />
O casal, que também tem<br />
uma filha de 14 anos, nunca<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
FESTA DA PENHA<br />
Thais Tonini<br />
Na luta pela vida, cerca de duas mil pessoas caminharam pelas ruas de Vila Velha<br />
Zanete Dadalto<br />
fotos dos anos anteriores<br />
está acontecendo<br />
ao mesmo<br />
tempo em que os<br />
alunos estão fazendo<br />
a cobertura. Ninguém<br />
produz para<br />
ser guardado e sim<br />
exibido”, afirma Zanete.<br />
O Romeiro Deiver<br />
Diniz, 17 anos, que<br />
há três, participa<br />
da Festa da Penha,<br />
achou a iniciativa da<br />
exposição interessante.<br />
“Quando percebi<br />
as fotos nas casas<br />
dos moradores,<br />
fiquei admirado. São fotos<br />
bonitas e que mostram os<br />
momentos da Festa. Muitas<br />
vezes, durante a caminhada,<br />
as fotos me fizeram lembrar<br />
as outras vezes que participei”,<br />
diz o jovem.<br />
Mário de Sousa Quintaes,<br />
85 anos, morador da Prainha,<br />
foi um dos moradores<br />
teve problema com a inclusão<br />
do filho. Afirmam levar<br />
uma vida normal e que o relacionamento<br />
do Yuri com o<br />
resto da família é maravilhoso.<br />
“O Yuri não foi um problema,<br />
pelo contrário, ele<br />
veio para unir ainda mais a<br />
família”, diz Cristina.<br />
Antônio, Yuri e Cristina sempre participam da Romaria<br />
Zanete Dadalto<br />
que permitiu a colocação do<br />
painel na fachada de casa. O<br />
aposentado, que desde o início<br />
da Festa da Penha acompanha<br />
as Romarias, apóia o<br />
projeto. “As fotos utilizadas<br />
na exposição são muito bonitas.<br />
Gostei que a minha<br />
casa foi uma das escolhidas”,<br />
afirma Mário.<br />
Thais Tonini
Missa das Pastorais Sociais<br />
Romaria das Mulheres<br />
Samsara Esteves<br />
Flavio Carvalho Missa das Pastorais Sociais e Benção dos Tambores<br />
Zanete Dadalto<br />
6ª Proci<strong>ssão</strong> Fotográfi<br />
Bruno Barros<br />
Mila Miguel<br />
Ana Carolina Stutz<br />
Celebração no final da Romaria dos Homens Missa de abertura da Festa da Penha<br />
Romaria dos Homens<br />
Benção dos Tambores Missa de encerramento da Festa da Penha<br />
Beatriz Dessaune<br />
Proci<strong>ssão</strong> <strong>Fotográfica</strong> na Romaria das Mulheres<br />
Milhares de fieis visita<br />
Bruno Barros<br />
Início da Proci<strong>ssão</strong> M<br />
Zanete Dad
ca<br />
Anny Kathariny<br />
ram o Convento durante a festa<br />
arítima<br />
Felipe Leal<br />
Juliana Morgado<br />
Bruno Barros<br />
Momento de fé, emoção e devoção<br />
Lucas Pisa<br />
Proci<strong>ssão</strong> <strong>Fotográfica</strong> na Proci<strong>ssão</strong> Marítima<br />
alto Flavio Carvalho<br />
Romaria dos Homens no centro de Vila Velha<br />
Celebração de encerramento das festividades Romaria das Mulheres<br />
Anny Kahtariny<br />
Anny Kathariny<br />
Lucas Pisa<br />
Encontro da Proci<strong>ssão</strong> Marítima e dos Motociclistas<br />
Romaria dos Homens Romaria dos Homens<br />
Página 8<br />
Wingliton Costa<br />
Veja mais fotos da 6ª Proci<strong>ssão</strong> <strong>Fotográfica</strong> na Festa da Penha em www.faesadigital.com.br<br />
Eduardo Freicho
FESTA DA PENHA Página 8<br />
Muita devoção com Hemílio Becalli<br />
Caco Caldeira (5° Per.)<br />
camilla_caldeira@hotmail.com<br />
Levantar as mãos para o alto, colocar<br />
os joelhos na terra por uma prece<br />
atendida, rezar uma ave-maria, ou,<br />
quem sabe, um rosário. Mas, se a graça<br />
tiver sido grande, por que não fazer<br />
uma romaria inteira? Afinal, 2012<br />
é ano de mais uma Festa da Penha e<br />
tão interessante quanto fazer uma<br />
caminhada de quilômetros andando,<br />
é fazer como os romeiros do município<br />
de Itaguaçu. Eles saem de suas<br />
casas rumo ao Convento da Penha,<br />
numa viagem de quatro dias a cavalo,<br />
com muita fé e paz no coração.<br />
A jornada de mais de 130 quilômetros<br />
faz parte da Romaria dos Cavaleiros<br />
que é a primeira da Festa da<br />
Penha, pois abre o Oitavário. Romeiros<br />
vindos de vários municípios do<br />
Era mais um dia como qualquer<br />
outro quando o telefone<br />
toca e percebo que o número<br />
no identificador de chamada<br />
era desconhecido, quem<br />
será? Um homem com sotaque<br />
diferente e de voz muito<br />
animada me cumprimenta e<br />
sem rodeios já vai me contando<br />
histórias como se me<br />
conhecesse há séculos, e, de<br />
fato, aquela voz eu já tinha<br />
ouvido em algum lugar. O homem<br />
simpático se chamava<br />
Paulo Roberto, o Paulinho<br />
“Bateria”, chefe da romaria<br />
de Itaguaçu.<br />
Rapidamente me lembrei<br />
do ano passado quando fiz<br />
a cobertura fotográfica da<br />
Romaria dos Cavaleiros para<br />
trabalho do meu 3º período<br />
de faculdade. Conheci o Paulinho<br />
e, ainda assim, estou<br />
impressionada que tenha se<br />
lembrado de mim. Tão impressionante<br />
quanto a ligação<br />
foi o convite, em vez de<br />
uma cobertura fotográfica,<br />
fazer o percurso junto aos cavaleiros<br />
e, ainda, de quebra a<br />
oportunidade de conseguir<br />
boas fotos e fazer minha matéria<br />
para faculdade.<br />
Sim, eu aceitei. Mesmo sabendo<br />
que nunca havia montado<br />
num cavalo na vida, lá fui<br />
Tendências<br />
Cavalgada<br />
de fé e paz<br />
Os romeiros de Itaguaçu<br />
viajam mais de 130<br />
quilômetros, em quatro<br />
dias, sobre o lombo dos<br />
cavalos para homenagear a<br />
padroeira do Espírito Santo<br />
Estado se concentram em Cobilândia,<br />
Vila Velha, num total de cerca de 2000<br />
caveleiros. Os romeiros de Itaguaçu<br />
começam a se reunir e organizar<br />
com cerca de 20 dias de antecedência,<br />
pois tudo tem de ser muito bem<br />
planejado. Esse ano a viagem contou<br />
com cerca de 70 pessoas, dentre elas<br />
homens, mulheres e crianças.<br />
A cavalgada não tem fins lucrativos<br />
e toda a verba envolvida é dada pelos<br />
próprios romeiros. O planejamento<br />
da viagem é feito pelo cavaleiro Paulinho<br />
“Bateria” e a esposa Jordana, que<br />
ficam encarregados de dividir<br />
todas as tarefas entre os romeiros,<br />
pois tudo é feito em equipe.<br />
“Roupas, suprimentos, número<br />
de pessoas e animais, nada<br />
pode ser esquecido. Até mesmo<br />
um carro de apoio acompanha<br />
a cavalgada levando água e alimento”,<br />
diz Jordana.<br />
Apesar da viagem começar<br />
em Itaguaçu, ao longo da estra-<br />
eu para Itaguaçu. Com uma<br />
mochila nas costas, uma câmera<br />
e um caderno embaixo<br />
do braço já sabendo que a viagem<br />
seria longa. Ao chegar na<br />
cidade aproveitei para conhecer<br />
algumas pessoas e tratar<br />
logo de interagir. A encantadora<br />
Jordana, esposa de Paulinho,<br />
já me recebeu tratando<br />
como se eu fosse da família.<br />
Hora de madrugar e pegar<br />
a cela e o cabresto, já é<br />
quinta-feira e o dia no interior<br />
começa cedo, aliás, tem<br />
que ser, pois o primeiro dia<br />
de romaria é o mais pesado,<br />
feito mesmo para testar<br />
o peão. Como eu carregaria<br />
meu equipamento no lombo<br />
de um animal? Até então era<br />
a pergunta que eu me fazia.<br />
Depois de um farto café da<br />
manhã e um momento de<br />
bênção em uma fazenda local,<br />
é hora de colocar o pé na<br />
estrada ou, melhor dizendo,<br />
o cavalo, que, devo confessar,<br />
eu estava era morrendo de<br />
medo de subir. Mas, eu não<br />
tive escolha. Subi em pânico e<br />
segui em frente junto ao cavaleiro<br />
mais cavalheiro que eu<br />
poderia encontrar, o Betinho<br />
Binda. Esse foi um pai para<br />
mim durante toda a viagem.<br />
Sobe e desce serra, os animais<br />
já estão suando, o sol<br />
escaldante e nem sinal da<br />
hora de chegar a Santa Tere-<br />
da romeiros de outros municípios,<br />
como Itarana e Santa Maria de Jetibá,<br />
também se juntam ao grupo. “Além de<br />
ser devoto, eu também gosto muito<br />
de cavalgar e tenho prazer em fazer<br />
a viagem”, afirma Juninho Baiuca, vereador<br />
da Câmara Municipal de São<br />
Roque do Canaã.<br />
Ainda não se sabe ao certo quando<br />
a Romaria dos Cavaleiros foi fundada<br />
ou quem deu início a ela, mas o grupo<br />
de Itaguaçu está na estrada há cinco<br />
anos e tudo começou com uma promessa<br />
feita pelo cavaleiro Zezé Bin-<br />
Diário da Aluna-repórter<br />
Um convite, uma aventura inimaginável...<br />
A aluna Caco Caldeira acompanhou “in loco” a romaria<br />
sa, nosso primeiro destino.<br />
A viagem em si é tranquila<br />
e sem pressa. Todos param<br />
para conversar, comer algo<br />
e saudarem outros cavaleiros<br />
que vão se juntando a<br />
nós. Mulheres, crianças e até<br />
cavaleiros de outros municípios<br />
fazem parte da viagem.<br />
A tarde caiu e, finalmente,<br />
chegamos ao nosso primeiro<br />
destino. Nem preciso comentar<br />
da dor que sentia nas<br />
pernas, os joelhos latejando e<br />
as coxas quase em carne viva<br />
que fizeram a minha noite<br />
já começar animada. Depois<br />
de um banho e um relaxante<br />
muscular, já era hora de participar<br />
das comemorações e<br />
nada de entrar madrugada a<br />
dentro. O negócio é dormir<br />
cedo, pois o dia que se segue<br />
começa antes do sol nascer.<br />
Os dias que se seguiram<br />
foram ótimos. Eu já havia pegado<br />
a manha da cavalgada e<br />
já nem sentia tanta dor, já estava<br />
mesmo me sentindo em<br />
casa com tanta gente divertida<br />
perto de mim.<br />
O Diogo Becalli também foi<br />
uma espécie de fiel escudeiro<br />
que me ajudou com tudo.<br />
Desde o meu corre-corre com<br />
equipamento até as piadas e<br />
histórias engraçadas que ele<br />
da, 75 anos. “Sempre fui devoto e tive<br />
muita fé em Nossa Senhora. Quando<br />
minha prece foi atendida, eu e mais<br />
um grupo de amigos saímos de nossa<br />
cidade para fazer a viagem e, assim,<br />
demos início a uma tradição anual”,<br />
conta Zezé com um sorriso no rosto.<br />
Domingo<br />
Já é domingo de manhã e os cavaleiros<br />
começam a chegar em Cobilândia<br />
para receber a bênção. A chegada ao<br />
Convento é de muita alegria e com<br />
muita música. Este ano os romeiros<br />
foram recebidos pelo coral do<br />
convento e mais um momento<br />
de bênção e oração foi dado,<br />
desta vez, pelos freis franciscanos<br />
Alberto e Israel. Cada palavra<br />
dita pelos religiosos era um<br />
momento íntimo para cada um<br />
agradecer, pedir e louvar por alguma<br />
graça concedida. Depois<br />
de muita oração, finalmente, é<br />
hora de partir.<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
Fotos: Caco Caldeira<br />
A jornada dos cavaleiros é a primeira romaria da Festa da Penha<br />
fazia questão de contar para<br />
não me deixar arriar, pois a<br />
viagem estava sendo muito<br />
boa, mas, ainda, assim era<br />
longa e muito cansativa.<br />
Sem perceber já é domingo,<br />
o quarto dia da cavalgada, e a<br />
viagem está chegando ao fim.<br />
Passou tão rápido que nem<br />
percebi que todos se concentravam<br />
em Cobilândia,<br />
Vila Velha, para prosseguir<br />
rumo ao Convento junto com<br />
romeiros vindos de outros<br />
municípios do Estado. Deixei<br />
os cavalos para acompanhar<br />
a romaria no carro que carregava<br />
a imagem de Nossa<br />
Senhora. Por onde passávamos<br />
não havia quem não colocasse<br />
o rostinho para fora<br />
e até mesmo tirava uma foto<br />
daquele “tapete” enorme de<br />
cavalos e cavaleiros.<br />
E aqui estamos todos na<br />
Prainha, ufa, a viagem está<br />
no fim e a última bênção está<br />
sendo dada. Os romeiros já<br />
estão se preparando para um<br />
lanche bem reforçado para<br />
repor todas as energias. Eu<br />
fui me despedir, mas não por<br />
completo, pois com certeza<br />
pretendo voltar. A aventura<br />
me rendeu texto, notícia,<br />
amigos, alegria e o orgulho de<br />
conseguir superar desafios.
Página 9<br />
Liberdade sobre<br />
duas rodas<br />
Adrenalina, emoção, aventura, natureza,<br />
família... Ingredientes e sinônimos para<br />
quem curte viver a vida com os amigos e<br />
a companheira inseparável: a motocicleta<br />
Dani Saquetto (5° Per.)<br />
dani_saquetto@hotmail.com<br />
Para os apaixonados por moto, ser<br />
motociclista é um estilo de vida. Não<br />
é simplesmente ter uma motocicleta<br />
da última geração, andar de preto<br />
ou vestir um brasão. É uma relação<br />
de companheirismo entre piloto e<br />
moto, que vai além de marca ou potência,<br />
que requer confiabilidade. É<br />
ver nos amigos de motoclube uma<br />
verdadeira família. O motociclismo,<br />
então, é uma paixão incondicional<br />
dos motociclistas. E os motoclubes<br />
são organizações desses apaixonados<br />
pelo veículo de duas rodas motorizado.<br />
Mas para vestir o brasão é preciso<br />
vencer etapas. Segundo o diretor<br />
financeiro do motoclube Répteis do<br />
Asfalto Cesar Bolzan, 47, pertencer<br />
ao Répteis não é só chegar e pedir<br />
para entrar. “Todos são bem-vindos,<br />
até quem não tem moto, porém para<br />
ser um Réptil do Asfalto é preciso<br />
frequentar as reuniões semanais e<br />
se enturmar. Caso nenhum membro<br />
seja contra a entrada dessa nova<br />
pessoa, ela será aceita”, explica.<br />
Tendências<br />
Para a motociclista Isis Bueno, 59,<br />
pertencer a um motoclube e vestir<br />
um brasão é ter uma identidade<br />
junto à sociedade, mostrar que há<br />
diferença entre motociclista e motoqueiro.<br />
“Ainda não somos muito<br />
respeitados no trânsito e somos<br />
considerados desordeiros por causa<br />
dos trajes. O motorista tem mania<br />
de achar que quem está em cima de<br />
uma moto é motoqueiro. Mas quando<br />
você está com o brasão, você é<br />
respeitado. Aquela é sua referência”,<br />
comenta.<br />
Não só uma questão de identidade,<br />
mas, também, de solidariedade.<br />
Alguns motoclubes estão preocupados<br />
com a cidadania e todo alimento<br />
arrecadado em evento tem destino<br />
certo. Bolzan conta que não é só nos<br />
eventos que eles arrecadam doações,<br />
mas que membros do motoclube<br />
que são empresários da indústria<br />
alimentícia costumam fazer grandes<br />
doações em nome do grupo Répteis<br />
do Asfalto.<br />
Tavares, presidente do Motoclube<br />
Pegasus, de Vila Velha, explica que o<br />
Pegasus também promove ações sociais.<br />
No natal do ano passado foram<br />
Motocicleta no casamento<br />
Não era carruagem, nem<br />
mesmo uma limusine. A<br />
moto de modelo Honda<br />
Cbx 250 Twister de Eder<br />
Ferman, 29 anos, é que o<br />
esperava na porta da Igreja.<br />
Após a cerimônia de casamento<br />
de Eder Ferman<br />
e Leticia Gimenez Ferman,<br />
o casal subiu na moto e<br />
acompanhados pelos amigos,<br />
deu uma volta pela<br />
cidade de Colatina sem se<br />
preocupar com roupas ou<br />
com os olhares curiosos.<br />
Ao som de muito rock’n<br />
roll e com a participação<br />
da moto de Eder foi realizado<br />
o casamento para<br />
selar o companheirismo.<br />
Com os membros do motoclube<br />
do casal, Nascidos<br />
a Passeio, o casal teve<br />
uma noite memorável não<br />
só para ele, mas para todos<br />
da cidade que admirou<br />
uma noiva montada<br />
numa moto.<br />
O amor do corretor de<br />
Café, Eder Ferman, por<br />
moto aconteceu na primeira<br />
acelerada. “Eu optei<br />
por ter moto por ser um<br />
meio de transporte mais<br />
econômico, mas ao acelerar<br />
pela primeira vez, eu<br />
me apaixonei. Não abro<br />
mão dessa incrível má-<br />
quina que desperta um<br />
fascínio em mim e é minha<br />
companheira”, relata<br />
Eder.<br />
Já a esposa de Eder, Letícia,<br />
conta que aos 12 anos<br />
houve um encontro de<br />
motociclistas em Colatina<br />
e ela ficava admirando as<br />
motos. O amor veio com o<br />
tempo, depois de conhecer<br />
Eder. “Só depois que o conheci<br />
foi que me apaixonei<br />
mesmo, por ele, por motos<br />
e também por motoclubes”,<br />
explica a Letícia.<br />
Compartilhando a mesma<br />
paixão por motos,<br />
Eder se sente um homem<br />
de sorte. “Não há ciúmes<br />
da Letícia em relação à<br />
minha moto, mas já vi ca-<br />
Arquivo Pessoal<br />
A moto foi essencial no casamento de Eder e Letícia<br />
sal brigar por causa disso.<br />
A mulher ou o homem tem<br />
que tomar cuidado com<br />
aquele famoso: “ou ela ou<br />
eu”. A escolha do motociclista<br />
pode não agradar”,<br />
explica o motociclista.<br />
Na garupa de Eder, Letícia<br />
vai com ele pra todos<br />
os lugares. São companheiros<br />
de motociclismo,<br />
de motoclube e de vida.<br />
“Desde que namoramos,<br />
ela pertence ao motoclube<br />
Nascidos a Passeio. Ela<br />
tem os brasões, participa<br />
das viagens e reuniões.<br />
Além de entrar para a<br />
minha família de sangue,<br />
ela entrou para a minha<br />
família de motociclismo”,<br />
conta Eder.<br />
arrecadadas quase duas toneladas<br />
de alimentos não-perecíveis num<br />
evento festivo do clube. Todo o alimento<br />
foi doado para instituições<br />
carentes da Grande Vitória.<br />
Família<br />
Filho de caminhoneiro, Fabrício<br />
Frigini, 28, já se aventurava na estrada<br />
desde cedo. No banco de carona,<br />
ao lado do pai, Fabrício observou<br />
um grupo de motociclistas na pista<br />
e ficou fascinado com a organização<br />
e com as motos. A preocupação da<br />
mãe não impediu Fabrício de entrar<br />
para o motoclube e se apaixonar por<br />
motocicleta.<br />
Aos 21 anos, o jovem formado em<br />
fisioterapia já era um motociclista.<br />
Não passou muito tempo e Fabrício<br />
sentiu a necessidade de fundar seu<br />
motoclube, o Leões de Judá, com o<br />
apoio do amigo Leonardo Gomes.<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
MOTOCICLISMO<br />
Ao perceber o carinho do filho com<br />
a motocicleta e com os membros<br />
do seu moto clube, Jorge Teixeira,<br />
49, resolveu entrar para o Leões de<br />
Judá.<br />
Uma vez no motoclube, o pai de Fabrício<br />
descobriu uma paixão. Encarando<br />
estradas com o filho e participando<br />
de eventos, eles estão sempre<br />
juntos. “Eu acredito que a entrada<br />
do meu pai no Leões de Judá nos<br />
uniu mais e ele desmistificou o que a<br />
maioria das pessoas pensa, que motociclista<br />
é desordeiro, que anda de<br />
preto e só quer atrapalhar o trânsito”,<br />
conta Fabrício.<br />
Sem escolha, a mãe de Fabrício<br />
teve que aceitar o amor do filho e do<br />
marido com as motos. Mas passado<br />
um ano, Sandra Frigini acabou cedendo<br />
aos encantos do motociclismo<br />
e, hoje, os três pertencem ao mesmo<br />
motoclube e pilotam juntos.<br />
CuRIOSIDADES<br />
História da motocicleta<br />
O primeiro triciclo a motor foi construído pelo inglês Edward<br />
Butler, em 1884, e a primeira motocicleta que apareceu em público<br />
foi montada pelo alemão Gottlieb Daimler, em 1885. Em<br />
novembro de 1885, o filho de Daimler, Paul, percorreu 9,5 km,<br />
tornando-se assim o primeiro motociclista do mundo. A motocicleta<br />
teve amplo uso militar nas duas guerras mundiais. Depois de<br />
1945, verificou-se o crescimento da indústria britânica de motocicletas.<br />
Posteriormente, a indústria japonesa tornou-se a maior do<br />
mundo, enquanto a Itália, Alemanha, França e Bélgica firmavam-<br />
se como grandes exportadores.<br />
Arquivo Pessoal<br />
Pertencer a um motoclube é ter uma identidade junto à sociedade<br />
Arquivo Pessoal<br />
“Hells<br />
Angels”<br />
O “Anjos do inferno”<br />
é um grupo<br />
de motociclistas que pilotavam as<br />
lendárias Harley-Davidson. A história<br />
do “Hells Angels” é envolta<br />
em mistério e controvérsia devido às ligações confirmadas ou não<br />
de alguns dos membros com o crime organizado. O “Hells Angels”<br />
foi formado em 1948 em Fontana, Califórnia, EUA. Acredita-se que<br />
o nome foi inspirado nas denominações de esquadras e outros grupos<br />
de guerra, por ser um nome desafiador, feroz e mortal.<br />
O estilo<br />
Os motociclistas têm um estilo próprio. O linguajar e as roupas<br />
são de influência dos ex-soldados americanos, que não podendo<br />
mais utilizar a farda militar escolheram a roupa preta como “uniforme”<br />
por não aparentar estar suja e ser fácil de lavar. O uso do<br />
couro é pela característica de ser um tecido mais resistente. Os<br />
motociclistas usam coletes – em couro ou jeans – com o brasão<br />
do motoclube para que identificar a irmandade facilmente. Cada<br />
moto expressa a personalidade do motociclista. Quanto aos nomes<br />
dos motoclubes, a maioria faz referências a animais ou a natureza.<br />
Isso expressa a ideia de liberdade.
CuLTuRA Página 10<br />
O mundo mágico do Circo<br />
Alegria, coragem, encanto e beleza.<br />
Um lugar fantástico que desperta<br />
sonhos e sorrisos. “Respeitável<br />
público, o maior espetáculo da<br />
Terra vai começar...”<br />
Danielli Saquetto (5° Per.)<br />
dani_saquetto@hotmail.com<br />
Flávio Carvalho (5° Per.)<br />
flaviomaranata@hotmail.com<br />
Vitor Junquilho (5° Per.)<br />
v.mezzo@hotmail.com<br />
Lona estendida e muita<br />
magia para o show começar:<br />
a bailarina dança no ar, os palhaços<br />
arrancam sorrisos, os<br />
malabaristas impressionam<br />
e os trapezistas prendem a<br />
atenção. Na plateia, os olhos<br />
nem piscam na intenção de<br />
não perder nenhum detalhe.<br />
Os corações, acelerados dão<br />
a real noção da emoção que<br />
envolve o ambiente. Parece<br />
até um conto de fadas, um<br />
mundo irreal. Senhoras e senhores:<br />
o fantástico mundo<br />
do circo.<br />
Ao subir no picadeiro os<br />
problemas se vão e a alegria<br />
toma conta. Em cena,<br />
cada componente da equipe<br />
torna-se um personagem. É<br />
o caso de Rafael Oliveira, 26<br />
anos. “O sorriso do público<br />
nos move. Todos nós temos<br />
famílias, problemas e desafios,<br />
mas lá em cima nós damos<br />
o nosso melhor. Tudo se<br />
apaga, fica atrás da cortina”,<br />
relata o apresentador do circo.<br />
Levar alegria requer sacrifícios.<br />
São desafios de uma<br />
vida itinerante, de intensos<br />
ensaios e treinos. Garantir o<br />
espetáculo de cada dia não<br />
é uma tarefa fácil. É correr<br />
contra o tempo: vencer a<br />
chuva, vencer a saudade, é<br />
se doar inteiramente. É nem<br />
sempre ter a plateia cheia,<br />
mas estar sempre disposto a<br />
fazer o melhor. Eles são exímios<br />
artistas: profissionais<br />
da arte de encantar, de criar<br />
momentos mágicos, de fazer<br />
sorrir.<br />
Tendências<br />
A cada se<strong>ssão</strong>, uma nova<br />
plateia. A cada plateia, novas<br />
emoções. No começo, as<br />
risadas são tímidas. Os olhos<br />
acompanham os movimentos<br />
em uma verdadeira coreografia<br />
de balé. Os lábios<br />
mordidos demonstram a expectativa,<br />
a apreensão. São<br />
centenas, milhares de pessoas<br />
unidas pela arte no palco.<br />
E em questão de segundos,<br />
para muitos, vem à tona um<br />
turbilhão de emoções de passados<br />
que parecem tão distantes.<br />
Aline Motta, 25, durante<br />
o espetáculo teve uma<br />
vaga lembrança da única vez<br />
que foi ao circo, ainda criança.<br />
Sem lembrar bem do que<br />
viu, ela diz não esquecer de<br />
um grupo de bailarinos com<br />
roupas coloridas que faziam<br />
uma pirâmide humana.<br />
Hoje, Aline não tem mais<br />
nove anos, mas debaixo da<br />
lona colorida ela riu das palhaçadas<br />
e se encantou com o<br />
balé aéreo, da mesma maneira<br />
que os filhos. “Minha filha<br />
de três anos não quis nem<br />
comer, ficou olhando, vidrada.<br />
E eu estava ali, parada,<br />
igual a minha filha. Olhando<br />
tudo, prestando atenção nos<br />
detalhes e movimentos, encantada<br />
com cada apresentação.<br />
Acho que a magia é isso:<br />
é o momento que o adulto se<br />
sente criança de novo, que<br />
sente esperança”, conta.<br />
O proprietário do Circo Popular<br />
do Brasil Raul Gregório<br />
Nogueira conta que os artistas<br />
que sobem aos picadeiros<br />
de todo o Brasil, fazendo<br />
com que crianças e adultos<br />
caem na gargalhada por todo<br />
canto, são pessoas comuns<br />
e que também passam por<br />
dificuldades. Mesmo assim,<br />
eles vão se apresentar e da<br />
melhor maneira possível o<br />
público, sem saber, os re-<br />
No circo não pode faltar os palhaços e as brincadeiras<br />
compensa com aplausos,<br />
gritos e sorrisos.<br />
Palhaço<br />
Graça. Essa é a função<br />
do palhaço, divertir. Levar<br />
o sorriso ao rosto<br />
daquele que o assiste.<br />
Acaba por ser engraçado<br />
pelo simples fato de representar<br />
uma situação<br />
cômica de maneira leve.<br />
No circo, seja ele qual for,<br />
a atração que não pode<br />
faltar são as peripécias<br />
dos palhaços. Brincadeiras<br />
que qualquer um<br />
pode realizar, porém eles<br />
fazem de uma forma diferente,<br />
mágica. Basta<br />
se maquiarem, vestir as<br />
roupas coloridas e calçar<br />
os enormes e famosos<br />
sapatos para que um<br />
sorriso apareça no rosto de<br />
uma pessoa.<br />
Qiunze minutos antes de<br />
subirem ao picadeiro, Charles<br />
Henriques Durán e Rafael<br />
Alexandre se arrumam para<br />
mais uma apresentação.<br />
Ambos e mais outros dois<br />
palhaços formam a trupe<br />
Los Henriques. “Fazemos a<br />
apresentação de uma banda<br />
de palhaços, que meu pai e<br />
meu avô nos circos do Chile<br />
faziam no passado,” explica<br />
Durán.<br />
Por trás do rosto pintado,<br />
da roupa colorida e da<br />
alegria estampada no rosto,<br />
existe um jovem tímido,<br />
sem jeito e que fala pouco.<br />
Quando o palhaço Sonrizal<br />
sai de cena, entra Charles<br />
Luiz Henriques, 22, um rapaz<br />
comum com um sorriso<br />
desajeitado.<br />
Popular<br />
O Circo Popular nasceu<br />
após Raul Gregório ganhar<br />
um prêmio dado pela Funarte.<br />
O objetivo é oferecer<br />
diversão a todos os brasileiros.<br />
São quase seis anos<br />
de estrada, mas parece que<br />
foi ontem que Raul Gregório<br />
Nogueira estava em Aparecida<br />
do Taboado, Mato Grosso<br />
do Sul, para montar pela primeira<br />
vez a tenda do próprio<br />
circo.<br />
Depois de se separar do<br />
pai para trabalhar em grandes<br />
circos, que possibilitaram<br />
viagens para quase todos<br />
os cantos do mundo, o<br />
artista circense aproveitou<br />
um prêmio dado pela Fundação<br />
Nacional das Artes<br />
(Funarte) para criar o Circo<br />
Popular. Raul faz parte da<br />
quarta geração de palhaços<br />
da família.<br />
Espetáculo<br />
O objetivo do prêmio dado<br />
ao dono do Circo Popular<br />
é levar para todo o País um<br />
espetáculo bom e barato.<br />
Uma forma de fazer com que<br />
todos os brasileiros tenham<br />
acesso à diversão. “Eu vou<br />
a todos os lugares. Vou às<br />
grandes cidades e, também,<br />
vou para o interior dos estados.<br />
Não tenho preconceito.<br />
Levo o circo para o povo se<br />
divertir”, contou Raul.<br />
Formado por chilenos e<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
Fotos: Flávio Carvalho<br />
Entre gargalhadas e diversas emoções, o circo é apreciado por adultos e crianças<br />
brasileiros, o Circo já<br />
passou por diversos estados<br />
e possui 20 artistas<br />
que vivem em constante<br />
adrenalina. Por se tratarem<br />
de uma companhia<br />
pequena, os integrantes<br />
têm que fazer de tudo<br />
um pouco. O Circo Popular<br />
tem atrações próprias<br />
e algumas atrações fazem<br />
parte da tradição da<br />
família, como o palhaço<br />
e o globo da morte. Mas<br />
para ficar cada vez melhor,<br />
Raul relatou ver novas<br />
atrações do Circo de<br />
Soleil e, posteriormente,<br />
adaptá-las para o circo<br />
que ele administra.<br />
Guloseimas<br />
Maçã do amor, pipoca,<br />
pururuca, batata frita,<br />
churros. Quitutes com gosto<br />
de circo, com sabor de diversão.<br />
É tradição que continua,<br />
que tem espaço no espetáculo<br />
e no lucro do final do mês.<br />
No Circo Popular do Brasil<br />
o comando da cozinha fica<br />
por conta das mulheres. Elas<br />
preparam as guloseimas e<br />
cinco pessoas colaboram<br />
nas vendas.<br />
A bailarina das alturas<br />
Kelly Cristina, 32, já maquiada<br />
para sua apresentação,<br />
encara a cozinha. “Aqui<br />
todos fazem um pouco de<br />
tudo, mas as mulheres se<br />
encarregam da cozinha e os<br />
meninos nos ajudam. Para<br />
não haver muita correria,<br />
já venho quase pronta para<br />
apresentação. Quando chega<br />
minha hora, eu saio da barraca,<br />
corro para os bastidores,<br />
troco de roupa, me apresento<br />
e volto para a cozinha”,<br />
conta.<br />
Maçã do amor e algodão<br />
doce são indispensáveis, mas<br />
o carro-chefe das vendas é a<br />
pipoca e o refrigerante. É no<br />
famoso intervalo de 10 minutos<br />
que o público se permite<br />
comprar as guloseimas.
Página 11<br />
Animais de estimação<br />
pra lá de diferente<br />
Cachorro, gato, peixinhos e passarinhos estão ficando no<br />
passado. A preferência agora é por bichos mais exóticos:<br />
cobras, iguanas, onças, corujas...e até um bezerro<br />
Milena Scarpati (5° Per.)<br />
milena_scarpati@hotmail.com<br />
Para fugir do comum, algumas<br />
pessoas preferem<br />
animais de estimação bem<br />
diferentes: cobra, aranha, escorpião,<br />
iguana, coruja e até<br />
um bezerro. A comerciante<br />
Jucelita de Jesus Almeida,<br />
49 anos, cria um bezerro de<br />
apenas sete meses em casa.<br />
O nome dele é Branquinho.<br />
Ele foi adotado pela comerciante<br />
quando tinha só três<br />
dias de vida e foi criado à<br />
mamadeira.<br />
Jucelita contou que conheceu<br />
Branquinho em um<br />
sítio de criação de gado leiteiro<br />
em Cariacica. Por ser<br />
macho, ele seria doado ou<br />
sacrificado, mas ela ficou<br />
com o coração amolecido e<br />
decidiu levar o animal para<br />
casa. “Quando ele era filhote,<br />
nos dois primeiros meses, o<br />
amamentava com nove litros<br />
de leite por dia. Conforme foi<br />
crescendo, Branquinho passou<br />
a comer capim dos terrenos<br />
da vizinhança. É bom<br />
que ele limpa os terrenos”,<br />
brincou.<br />
Tendências<br />
Outro animal que também<br />
é diferente é a iguana.<br />
O estudante Rennan Píccoli,<br />
21, tem uma que se chama<br />
Isabela. Ele disse que encontrou<br />
a iguana na casa de<br />
um amigo que não cuidava<br />
direito dela. “Ele havia comprado<br />
só para mostrar para<br />
os amigos, pois a mãe dele<br />
não queria. Ela ficava presa<br />
em uma caixa. Eu fiquei com<br />
muita pena e resolvi pegar o<br />
bichinho para mim”, contou.<br />
O amor com a iguana foi<br />
tão grande que para home-<br />
Cachorro? Nada.<br />
Agora, é calopsita<br />
Com a falta de espaço dentro de<br />
casa para ter um bichinho, muitas<br />
pessoas têm escolhido como<br />
companheiro as famosas calopsitas.<br />
Esses animais são muito<br />
dóceis e fazem companhia para<br />
pessoas que não podem ter, por<br />
exemplo, um cachorro dentro de<br />
casa. Parecida com um papagaio,<br />
mas bem menor no tamanho,<br />
essa ave aprende músicas pequenas<br />
e imita alguns sons.<br />
Emanuele Salles, 11 anos, não<br />
podia ter um cachorro, pois<br />
mora em apartamento e a mãe<br />
não permite. Querendo muito ter<br />
um bichinho de estimação, ela<br />
pediu uma calopsita de aniversário.<br />
“Gosto muito do Nino. Ele é<br />
melhor do que um cachorro. Ele<br />
canta o hino nacional, do flamengo,<br />
além de assobiar várias outras<br />
coisas”, contou.<br />
O pai de Emanuele, Iran Bedoni,<br />
é que ajuda a cuidar do<br />
bichinho. Segundo a menina, ele<br />
troca todos os dias a comida da<br />
calopsita. “O Nino também faz<br />
companhia para minha mãe todos<br />
os dias. Vai fazer dois anos<br />
que eu ganhei ele. Foi no<br />
meu aniversário de nove<br />
anos. Hoje, ele já faz parte<br />
da família. Eu sempre falo<br />
que ele é meu filho”.<br />
Emanuele conta que<br />
tem que tomar alguns<br />
cuidados com o bichinho,<br />
pois ele é muito esperto e<br />
pode se machucar. “Às vezes,<br />
ele fica solto dentro<br />
de casa, mas tenho que ficar<br />
de olho para ninguém<br />
pisar nele e para ele não<br />
se machucar. Também temos<br />
que cortar a asa dele<br />
todo mês, porque se não cortar<br />
ele pode fugir e morrer”, explicou.<br />
Sítio<br />
O Zoo Park da Montanha, que<br />
fica em Marechal Floriano, é o<br />
primeiro zoológico do Estado. O<br />
sítio, que foi transformado em<br />
zoológico, sempre teve vários<br />
animais, entre eles macacos, araras,<br />
lhamas, flamingos e até antílopes,<br />
além de alguns ameaçados<br />
de extinção, como o macaco-ara-<br />
Arquivo pessoal/Rodrigo Gavini<br />
nagear Isabela, Rennan fez<br />
uma tatuagem com o desenho<br />
do bichinho no braço.<br />
“Hoje, Isabela é bem tratada.<br />
Come de tudo que tem direito,<br />
desde a ração até frutas,<br />
verduras, legumes e até pétalas<br />
de rosa. Minha mãe é<br />
apaixonada por ela”, afirma.<br />
Como a iguana não é um<br />
animal comum, precisa de<br />
alguns cuidados específicos.<br />
A veterinária Rúbia Assunção<br />
explicou que esses animais<br />
precisam ter uma boa<br />
alimentação, além de sem-<br />
nha. Hoje, até uma onça pintada<br />
foi comprada para os visitantes<br />
poderem admirar.<br />
A propriedade foi comprada<br />
em 1979 como Zoo Park Sítio da<br />
Vovó. Aos poucos o sítio foi se<br />
transformando em zoológico e<br />
vai ter 500 animais para atração.<br />
A onça, que já tem nome, Zagaia,<br />
veio de Goiânia. O proprietário<br />
do sítio, Romeu Nunes Vieira,<br />
contou que está preparando um<br />
projeto completo e que valoriza<br />
o meio ambiente.<br />
pre tomar um pouco de sol.<br />
“Hoje, temos rações específicas<br />
para esses animais e tudo<br />
fica mais fácil, mas podemos<br />
incrementar a dieta de uma<br />
iguana com frutas, legumes e<br />
algumas flores”, ensina.<br />
Ibama<br />
Por se um animal silvestre,<br />
para uma pessoa ter uma<br />
iguana ou qualquer outro<br />
animal exótico, precisa de<br />
uma autorização do Instituto<br />
Brasileiro de Meio Ambiente<br />
(Ibama). Manoel Rozendo,<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
VIDA ANIMAL<br />
que trabalha para o instituto<br />
explicou que a documentação<br />
é retirada pelo próprio<br />
criadouro. Então, a pessoa já<br />
compra o animal legalizado.<br />
“O criadouro precisa fazer<br />
um projeto com todas as características<br />
legais determinas<br />
pela instrução do Ibama.<br />
Feito isso, ele apresenta o<br />
projeto, que será analisado,<br />
e só após a aprovação o Ibama<br />
emite um licenciamento,<br />
que pode ser para criadouro<br />
conservacionista, comercial<br />
e o zoológico”, esclarece.<br />
Opinião da Aluna-repórter<br />
Virou moda<br />
Milena Scarpati<br />
A comerciante Jucelita criou o bezerro branquinho à mamadeira Rennam adotou a iguana devido aos maus-tratos<br />
Arquivo Pessoal<br />
A calopsita Nino já faz parte da família<br />
Para se destacar no meio dos amigos, para<br />
ser diferente ou por gosto mesmo, pessoas<br />
começam a criar dentro de casa animais que,<br />
a meu ver, não deveriam nem viver perto<br />
do homem. Há pessoas que criam iguanas,<br />
corujas, cobras, aranhas e escorpiões. O lugar<br />
deles é na natureza, porém, veterinários<br />
afirmam que se forem bem cuidados, podem<br />
viver tranquilamente dentro de casa. O que<br />
para mim parece ser estranho, para essas<br />
pessoas que tratam desses animais é normal.<br />
Essas pessoas se apaixonam tanto por eles<br />
que fazem de tudo para manter o conforto<br />
desses bichinhos. O problema é quando não<br />
cuidam bem. Só querem fazer os bichinhos<br />
de enfeites e deixando eles de lado. Esses se<br />
esquecem da alimentação dos animais, não<br />
procuram saber como deve cuidar do bichinho<br />
que adquiriu e acaba fazendo esses animais<br />
sofrerem. Por causa desses maus-tratos,<br />
muitos que poderiam estar na natureza acabam<br />
morrendo por causa do capricho de uma<br />
pessoa. Quando uma pessoa pega um animal<br />
para cuidar ela tem que estar ciente que vai<br />
cuidar de uma vida, mesmo que seja muito<br />
diferente. Eles também sentem dor, fome e<br />
fazem parte da natureza, por isso devem ser<br />
bem-tratados. Por isso, lugar de bicho silvestre<br />
ou exótico é no zoológico ou livre na natureza,<br />
mas se desejar ter dentro de casa trate<br />
como um filho para não ser denunciado por<br />
maus-tratos... a sociedade está de olho.
PERFIL Página 12<br />
Confissões de um<br />
multimídia ‘capixaba’<br />
Tatiana Moura (5° Per.)<br />
tatianafrois@hotmail.com<br />
Os últimos dias ensolarados<br />
deram lugar a uma tarde<br />
chuvosa e fria. Nada que servisse<br />
de empecilho para meu<br />
encontro com Milson Henriques,<br />
74 anos, no Bobs da<br />
Enseada do Suá, em Vitória,<br />
lugar escolhido por ele, por<br />
certo por ter um ar aconchegante,<br />
uma bonita vista para<br />
a Ilha do Frade e por considerar<br />
o local seu escritório.<br />
Às 15 horas, lá estava Milson<br />
à minha espera. Nossa<br />
conversa teve início com ele<br />
relembrando a infância. O cenário<br />
era Campos dos Goytacazes,<br />
município localizado<br />
ao Norte do Rio de Janeiro.<br />
Lá permaneceu dos cinco aos<br />
14 anos. Milson fala da infância<br />
é diz que não concordava<br />
com nada. O único amigo<br />
era invisível, Tchoney. Sente<br />
saudades daqueles tempos.<br />
Brincou pouco. Conversas,<br />
só com o tal amigo. Não era<br />
de jogar bola, nem de subir<br />
em árvores. Até hoje, sequer<br />
sabe andar de bicicleta.<br />
Ele nunca foi fã de matemática.<br />
Na 4º série, a mãe lhe<br />
deu um ultimato: se a nota<br />
na prova fosse menos que<br />
5,0 iria apanhar. O pior aconteceu.<br />
A nota foi 3,0. Depois<br />
disso resolveu fazer o que já<br />
queria há muito tempo. Fugir<br />
de casa. E fugiu.<br />
De forasteiro a eterno apaixonado.<br />
Assim pode-se definir<br />
seu amor pelas terras capixabas,<br />
pois fez do Espírito<br />
Santo o mundo e de Vitória o<br />
país. A trajetória até chegar<br />
por aqui foi longa. Ao deixar<br />
Campos passou pelo Rio<br />
de Janeiro, São Paulo, Bahia,<br />
Tendências<br />
Ele tem história para contar. Trata-se de<br />
Milson Henriques, um carioca que há 48<br />
se fez capixaba, que contribuiu e contribui<br />
imensamente para a cultura do Estado e<br />
não troca Vitória por nenhum outro lugar<br />
Arquivo Pessoal<br />
Brasília, Belo Horizonte,<br />
novamente<br />
voltou para a Bahia<br />
até aportar aqui, há<br />
48 anos.<br />
Na Bahia o dinheiro<br />
acabou. O<br />
que restou como<br />
opção foi vir para<br />
o Espírito Santo.<br />
Apenas ouvia falar<br />
que Vitória era<br />
uma bela ilha. Não<br />
perdeu tempo.<br />
Chegando aqui veio<br />
a decepção. A cidade<br />
não era nada<br />
daquilo que tinha ouvido os<br />
pelourinhos dizerem. Vida<br />
noturna? Nada. No entanto<br />
dois ou três meses depois<br />
se apaixonou pela Ilha e começou<br />
a ganhar a vida com<br />
a única coisa que sabia fazer.<br />
Desenhar.<br />
Vitória não tinha agência<br />
de publicidade na época. Foi<br />
pintar placas de publicidade<br />
na beira da estrada. Estava<br />
em construção o edifício<br />
Kennedy, no Centro da cidade.<br />
Os empreendedores da<br />
obra queriam por ali uma<br />
placa grande com o desenho<br />
do prédio concluído. Assim,<br />
se pôs a desenhar a placa.<br />
A “Eldorado Publicidade”<br />
estava nascendo. Milson se<br />
considera o homem certo, no<br />
lugar certo e na hora certa,<br />
pois Cariê, proprietário da<br />
Eldorado, o ficou observando<br />
desenhar e lhe contou<br />
que estava criando a primeira<br />
agência de publicidade de<br />
Vitória e se ele gostaria de<br />
trabalhar nela. Não perdeu<br />
tempo. Foi. Assumiu o cargo<br />
de arte-finalista na agência.<br />
Do novo emprego surgiram<br />
novas amizades, a turminha<br />
que se reunia no extinto Bar<br />
Marrocos, atrás da Praça<br />
Oito, no Centro de Vitória.<br />
Atualmente, Milson apresenta,<br />
ao lado de Gilda Soares, o<br />
programa Diálogo Aberto na<br />
Rádio Espírito Santo.<br />
Talentos<br />
Algumas pessoas são felizes<br />
por possuírem um talento.<br />
Ele foi agraciado com<br />
vários. O que lhe rendeu o<br />
apelido de Multimídia. É jornalista,<br />
escritor, poeta, diretor,<br />
desenhista, chargista e<br />
Arquivo Pessoal<br />
ator. A relação com cada profi<strong>ssão</strong><br />
nasceu de forma diferente.<br />
A desenvoltura para<br />
atuar, herdou do pai, que escrevia<br />
e dirigia peças. O gosto<br />
pela escrita é herança do avô,<br />
que tinha um jornal. O dom<br />
para o desenho não sabe de<br />
quem herdou. Sua principal<br />
personagem, Marly é sucesso<br />
nacional.<br />
Criada em 1972, a solteirona<br />
capixaba nasceu por<br />
influência de Marien Calixte,<br />
que sugeriu a criação de um<br />
capixaba típico. Milson se viu<br />
diante de desafios, pois já<br />
publicava charges paralelamente<br />
com Janc. Nasce então<br />
o papagaio Edil, um eterno<br />
candidato a vereador. Sem<br />
sucesso. Marien gostou. Mas<br />
a censura não. Foram 30 tirinhas,<br />
mais nada. Voltou pra<br />
casa para novamente pensar.<br />
Nascia Marly, a “encalhada”<br />
moralista que só fazia tomar<br />
conta da vida dos outros e<br />
ficar pendurada ao telefone<br />
com a amiga Creuzodete. Em<br />
1974, foi lançado o almana-<br />
Programa Diálogo Aberto. Milson Henriques e Gilda Soares<br />
que da Marly, que foi censurado.<br />
Já em 1976, Marly era<br />
publicada em 11 estados<br />
brasileiros e em 15 jornais.<br />
Em 1992, estreia nos palcos.<br />
O dia era 3 de dezembro de<br />
1967 e Milson mais uma vez<br />
mostrava talento. Criou o 1°<br />
Festival de Cinema Capixaba.<br />
Ele lembra que na época cinema<br />
era muito caro. Já tinha<br />
feito um curta com Toninho<br />
Neves, “Boa sorte palhaço”.<br />
Foi quando em 1967 fez nove<br />
curtas, entre eles a primeira<br />
operação cardíaca no Estado<br />
e um homem sobrevoando<br />
Vitória mostrando como era<br />
a Ilha. Mas na trajetória nem<br />
tudo são rosas. Tem cinco<br />
peças proibidas. Uma delas é<br />
“Deconomunicação”, que fez<br />
para estudantes de economia<br />
e comunicação. Outras<br />
que também foram censuradas<br />
são: “Ponha as flores no<br />
bidê”, “José da Silva Enconfidência<br />
agora” e “Maria quem<br />
diria”, sobre Maria Ortiz.<br />
Vida<br />
Os cabelos grisalhos denunciam<br />
a idade, mas a boa<br />
disposição física mostra o jovem<br />
Milson Henriques, que<br />
aos 74 anos esbanja saúde.<br />
Viajar é um dos seus principais<br />
hobbys, quer fazer isso<br />
até morrer. O estilo é despo-<br />
Arquivo Pessoal<br />
Marly, personificada por José Luiz Gobbi, é a mais<br />
famosa personagem criada por Milson<br />
Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da <strong>Faesa</strong><br />
Tatiana Moura<br />
jado. Gosta de se vestir sem<br />
chamar a atenção, não gosta<br />
de se vestir igual a todos.<br />
Tem criatividade.<br />
Celular, computador, tablet,<br />
Ipod e todo tipo de invenção<br />
tecnológica? Abomina. Acha<br />
que é invasão à privacidade<br />
e torna as pessoas escravas.<br />
Mas confessa, é escravo só de<br />
uma coisa. Do próprio carro.<br />
Tem um fusca 1972 pelo qual<br />
se confessa simplesmente<br />
apaixonado.<br />
Não terminou o primeiro<br />
grau, mas entende de boa<br />
literatura e seus autores<br />
prediletos são Carlos Drummond<br />
de Andrade e Mário<br />
Quintana. Tem poucos amigos,<br />
porém verdadeiros.<br />
Ao longo da carreira ganhou<br />
vários prêmios de poesia,<br />
crônicas, contos e cartazes.<br />
Um deles é a Medalha<br />
Olavo Bilac, oferecida pelo<br />
Exército Nacional pelo trabalho<br />
em prol das crianças.<br />
Ele relembra que na época<br />
era um cara politicamente<br />
incorreto e quando passou a<br />
fazer teatro e TV para crianças<br />
mudou completamente.<br />
Virou o Tio Milson.<br />
Após mais de uma hora de<br />
conversa Milson começou a<br />
me olhar com ar preocupado.<br />
Então, fiz a última pergunta.<br />
Questiono de como ele se<br />
sente em poder contribuir<br />
tanto para a cultura capixaba.<br />
“É muito gostoso e, ao<br />
mesmo tempo, sem modéstia<br />
nenhuma eu sei que eu fui<br />
importante para Vitória, mas<br />
Vitória foi muito importante<br />
para mim. Eu fui o primeiro<br />
cara a falar um palavrão num<br />
teatro capixaba. Eu fui o primeiro<br />
manequim capixaba,<br />
numa época em que ser manequim<br />
era coisa de gay. Eu<br />
sabia que Vitória precisava<br />
disso, não foi para ofender,<br />
foi para modernizar. Essas<br />
coisas com certeza influenciaram<br />
muito Vitória, mas eu<br />
sempre respeitei muito Vitória<br />
e também fui respeitado”.