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Guia para o professor<br />
Projeto de leitura<br />
Indicação de leitura: pré-leitor, a partir dos 3 anos.<br />
POR QUE lER<br />
Este é um conto de um vasto cabedal de “contos<br />
de fadas” e “contos populares” com o qual boa parte<br />
das crianças vai travar conhecimento apenas mais<br />
tarde, quando já conseguem entender determinadas<br />
questões do jogo um tanto refinado de humor que<br />
faz parte da narrativa. Entretanto, há vários aspectos<br />
em A roupa nova do rei que podem ser divertidos, dependendo<br />
de quais partes do livro serão ressaltadas,<br />
dentre elas, a do rei, que acaba sendo bobo de tanta<br />
vaidade, e seus temerosos súditos.<br />
Estrutura da obra<br />
A narrativa se constrói em torno: 1) da apresentação<br />
do rei, 2) da chegada dos dois alfaiates farsantes,<br />
3) das tentativas de fingimento de todos que se<br />
deparam com a situação de apreciação da roupa inexistente,<br />
4) do patético desfile e da fala pontual de<br />
uma criança.<br />
A <strong>ROUPA</strong> <strong>NOVA</strong> <strong>DO</strong> <strong>REI</strong><br />
A OBRA<br />
Reconto: Taisa BoRges<br />
Resumo: Taisa Borges apresenta nesta obra “só-imagem” o clássico<br />
conto de fadas A roupa nova do imperador, a partir da versão de Hans<br />
Christian Andersen. O livro faz parte da série Contos de Fadas em imagem.<br />
Em uma versão mais próxima à narrativa tradicional de Andersen,<br />
dois bandidos se fazem passar por alfaiates e dizem a um certo rei que<br />
poderiam lhe fazer uma roupa muito bonita e cara, porém, somente<br />
os mais inteligentes conseguiriam vê-la. Muito vaidoso, o rei gostou da<br />
proposta e autorizou a confecção. Em seu tear, os trapaceiros fingiam<br />
tecer fios que todas as pessoas alegavam ver para não parecerem estúpidas<br />
perante o rei. Num grande desfile na cidade, o rei, pensando estar<br />
vestindo a tal roupa, é desmascarado por uma criança: “O rei está nu!”.<br />
Eixos temáticos: imaginação, humor, relações humanas<br />
Interdisciplinaridade: Língua Portuguesa, Arte<br />
Principais conceitos<br />
Formato: 28 x 21 cm - 32 páginas<br />
ISBN 978-85-8232-005-1<br />
l Poder da imaginação e da criatividade<br />
l Senso de humor nas relações sociais<br />
l Orgulho<br />
l Mentira<br />
ANTES DE lER<br />
O professor pode pedir aos alunos que descrevam<br />
as roupas que estão usando. Depois, pode perguntar<br />
que roupas usam quando está frio e quais usam quando<br />
está muito quente. À medida que forem descrevendo, o<br />
professor pode retirar de uma mala algumas peças de<br />
roupa que irá dependurando em um varal. Então, ele<br />
poderá dizer que, há muito tempo, havia um rei que<br />
gostava muito de roupas, mas não essas roupas que nós<br />
usamos todo dia. E, além, disso, o rei também adorava<br />
enfeites, sapatos, joias. Era um rei muito vaidoso.
DURANTE A lEITURA<br />
O “gancho” anterior da apresentação do personagem<br />
rei propiciará o início do conto. Há muitos detalhes<br />
em diversas ilustrações que, dependendo da<br />
faixa etária e do nível de concentração, podem ser<br />
omitidos ou não.<br />
Como ler as ilustrações<br />
A capa apresenta a silhueta do personagem principal,<br />
do qual as crianças já terão ouvido falar. Nas páginas<br />
4 e 5, o contador pode apresentar a imagem do<br />
castelo distante e dizer que lá é que morava o vaidoso<br />
rei. Na dupla de páginas 6/7, o rei está se admirando<br />
em um espelho, rodeado de quadros que retratam a si<br />
mesmo. É um rei cujas roupas aparentam ser bastante<br />
pesadas, com tecidos caros e exóticos. Esse momento<br />
pode ser explorado com humor. Há dois visitantes que<br />
vão se aproximar. Eles podem ser vistos nas páginas<br />
seguintes, conversando com o rei. Queriam criar uma<br />
roupa maravilhosa (páginas 10/11) que somente uma<br />
pessoa muito importante poderia usar. E mais: aquela<br />
roupa seria mágica e especial: os bobos não conseguiriam<br />
enxergá-la. O vaidoso rei concordou e deu aos<br />
dois costureiros (páginas 12/13) o que eles pediram<br />
em pagamento e em material. Está em destaque na<br />
imagem um provável saco de moedas. O rei, desta vez,<br />
tem atrás de si dois desconfiados súditos. Os dois farsantes<br />
não tardarão a confeccionar a roupa imaginária<br />
após a ordem real (páginas 14/15), mas um primeiro<br />
súdito ficará assustado ao perceber que, na verdade,<br />
não conseguia enxergar a “primeira prova” (páginas<br />
16/17). A história se torna constrangedora. Em seguida,<br />
há uma cena com o rei assentado em seu trono e<br />
os súditos, um tanto desconcertados, tentando dissimular<br />
o olhar (páginas 18/19). Em uma segunda prova,<br />
o assessor direto do rei se sente mesmo burro, afinal,<br />
como ele não consegue enxergar uma roupa tão linda<br />
(páginas 20/21)? O fingimento de todo mundo continua.<br />
Ninguém quer se passar por bobo (páginas 22/23)<br />
e o par de pilantras deve estar bem contente e tranquilo<br />
com o que foi conseguido. Afinal, sem nenhum<br />
trabalho, podem até dormir no grande ateliê (páginas<br />
24/25). Quando o rei “veste” a roupa, em uma última<br />
prova, os alfaiates estão ao seu lado, em frente ao<br />
espelho (páginas 26/27). Então, haverá o desfile real<br />
pela cidade. Uma parada foi organizada especialmente<br />
para isso. O rei sai pelado, caminhando entre toda a<br />
sua gente, e ninguém tem coragem de dizer o que vê<br />
- aliás, o que não vê. Coube a uma criança a franqueza<br />
e a irreverência que quebram, de fato, o fingimento.<br />
Ela grita “o rei está nu!” e, por um momento, o mo-<br />
narca se sente “exposto”. Ele se mostra constrangido,<br />
enquanto uma egocêntrica tatuagem em um de seus<br />
braços pode ser vista (páginas 28/29). Mas a procissão<br />
continua, claro, afinal, ninguém queria contrariar o rei,<br />
o qual aparece seminu em dois momentos: nas páginas<br />
30 e 31, apreciando seu castelo, e na página 32,<br />
olhando para o leitor. Um rei vaidoso que, talvez por<br />
isso mesmo, não tinha muito o que mostrar. Será que<br />
quem é muito vaidoso tem o interior rico?<br />
DEPOIS DE lER<br />
Por não ter texto escrito, solicita ao contador algum<br />
conhecimento prévio do conto de Andersen,<br />
cujas versões de domínio público podem ser encontradas<br />
em diversas fontes, várias delas na internet. O fato<br />
de se tratar de um livro de imagens torna as possibilidades<br />
de leitura muito variadas, não havendo obrigatoriedade<br />
de se seguir um “roteiro” muito definido.<br />
Consequentemente, quem for contá-la terá bastante<br />
liberdade.<br />
Peça aos seus alunos para apontarem, pelas expressões<br />
dos rostos dos personagens, o que eles podem<br />
estar pensando. Aproveite esse momento e faça<br />
atividades ou brincadeiras sobre o tema. Divida a sala<br />
CONECTE-SE<br />
Vídeo<br />
A roupa nova do imperador (TV Escola) é um<br />
vídeo curto que serve tanto de orientação para<br />
o contador da história como para ser apresentado<br />
a crianças mais velhas: www.youtube.com/<br />
watch?v=kB6aTriTu80<br />
Nesta versão, o rei cai no ridículo e todos riem<br />
dele. É o riso que se torna a grande arma daqueles<br />
que, de certa forma, foram tão oprimidos por um<br />
monarca com gostos exóticos.<br />
Internet<br />
Existe uma versão textual do conto disponível<br />
no site abaixo, a qual pode servir de orientação<br />
para o contador: www.virtualbooks.com.br/v2/<br />
ebooks/pdf/00813.pdf<br />
Uma versão em estilo de “radionovela”, que era<br />
popular há algumas décadas, pode ser encontrada<br />
no link a seguir. Apesar de seu desfecho com tom<br />
moralizante, pode ser uma forma de trabalho inspiradora<br />
para alguma atividade com crianças mais<br />
velhas, como um teatro de sombras, por exemplo:<br />
www.youtube.com/watch?v=s58cEjXBGrM
em grupo: uma parte faz as expressões (com olhos, bocas,<br />
caretas, e movimentos com os ombros, mãos etc)<br />
e a outra parte tenta adivinhar o que querem significar<br />
(por exemplo, careta pode significar que não se gostou<br />
de algo; virar os olhos e “dar de ombros” pode significar<br />
indiferença etc.). Essa atividade é importante para<br />
mostrar que o corpo também “fala”.<br />
ASSUNTO PUXA ASSUNTO<br />
Há diversas atividades que podem ser desenvolvidas.<br />
Vários eixos de trabalho na pré-escola podem dialogar<br />
a partir deste livro, incluindo atividades de aprendizagem<br />
de língua, de cores e formas, com crianças em letramento<br />
ou letradas.<br />
A ideia de se trabalhar com tipos de roupas e vestimentas<br />
pode ser levada adiante. Crianças com desenvolvimento<br />
motor mais avançado podem recortar<br />
e colorir roupas em um boneco de papelão. Ou podem<br />
ainda inventar uma roupa que aquele vaidoso rei deveria<br />
de fato usar. A brincadeira estaria vinculada à atividade<br />
de “alfaiate”, “costureiro” ou “tecelão”. Neste<br />
caso, poderão brincar com formas geométricas, cores<br />
e materiais diversos a partir de papelão, fitas e papéis<br />
coloridos. A ideia de maquiagem também pode se fazer<br />
presente, explorando com as crianças como era o<br />
bigode e o cavanhaque dos personagens, bem como as<br />
perucas, os chapéus e a coroa real.<br />
SOBRE OS AUTORES<br />
Hans Christian Andersen (1805 – 1875) foi um autor dinamarquês de origem pobre que escreveu muitas<br />
histórias infantis. Ele também fez peças de teatro, canções patrióticas, contos e histórias diversas, porém,<br />
seus contos de fadas é que o tornaram conhecido no mundo inteiro. Dentre os contos de Andersen mais populares,<br />
destacam-se O patinho feio, Os sapatinhos vermelhos, O soldadinho de chumbo, A pequena sereia,<br />
A princesa e a ervilha e A roupa nova do rei.<br />
Taisa Borges é paulistana, graduada em artes plásticas. Estudou artes e desenho em Paris. Sempre gostou<br />
de contar histórias, mas, quando pintou seu primeiro quadro, percebeu que uma imagem pode esconder<br />
inúmeras palavras. Taisa não é muito de falar, mas conta muitas histórias por meio de seus lindos desenhos.<br />
Hoje, dedica-se à ilustração infantil como autora e ilustradora. Já fez vários livros de imagem e uma HQ.<br />
Conheça mais seu trabalho em: taisaborges.com.<br />
ElABOrA<strong>DO</strong> POr ADriANO MESSiAS – escritor de livros infantojuvenis, tradutor e adaptador, doutorando<br />
em comunicação e semiótica, mestre em comunicação e sociabilidade, graduado em jornalismo e em letras.<br />
Email: adrianoescritor@yahoo.com.br. Blog: http://www.adrianomessiasescritor.blogspot.com