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Dissertação Final - Hospital Veterinário do Baixo Vouga

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Discussão<br />

a toxicidade da quimioterapia combinada. Devi<strong>do</strong> aos efeitos adversos no TGI, 5,7% <strong>do</strong>s animais<br />

precisaram de redução da <strong>do</strong>se da <strong>do</strong>xorrubicina. Outros 5,7% <strong>do</strong>s animais descontinuaram a<br />

administração deste composto devi<strong>do</strong> aos sinais clínicos de cardiomiopatia dilatada e a anorexia<br />

grave. Boyles (2010) avaliou através de questionários realiza<strong>do</strong>s aos proprietários a qualidade de<br />

vida <strong>do</strong>s 22 animais que receberam carboplatina como tratamento adjuvante <strong>do</strong> OSA e observou<br />

que 57% <strong>do</strong>s animais tiveram vários efeitos adversos incluin<strong>do</strong> letargia, vómito ou perda de<br />

apetite. A qualidade de vida <strong>do</strong> animal diminuiu comparativamente à data anterior ao<br />

diagnóstico, mas após o início <strong>do</strong> tratamento, concluiu-se que a carboplatina é bem tolerada<br />

pelos animais.<br />

No nosso estu<strong>do</strong>, nos animais com OSA sujeitos a quimioterapia adjuvante observámos a<br />

ocorrência de alopécia num animal de raça Poodle. Lana (2003) refere essa possibilidade após<br />

tratamento com fármacos anti-neoplásicos, sen<strong>do</strong> mais comum em raças com pêlo de<br />

crescimento contínuo.<br />

No que diz respeito à resposta ao tratamento, remissão clínica e tempo de sobrevida total,<br />

<strong>do</strong>s nove animais com linfoma estuda<strong>do</strong>s neste trabalho, quatro animais continuam vivos<br />

(44,4%), <strong>do</strong>s quais <strong>do</strong>is ainda permanecem em tratamento. Seis animais (66,7%) responderam ao<br />

tratamento, contu<strong>do</strong>, apenas três animais (33,3%) completaram os 16 ciclos de tratamento.<br />

Contu<strong>do</strong> <strong>do</strong>is deles recidivaram meses depois, reinician<strong>do</strong> os ciclos de quimioterapia oncológica.<br />

Apenas um conseguiu novamente a remissão total, não estan<strong>do</strong> actualmente em tratamento.<br />

No nosso estu<strong>do</strong>, os animais com linfoma sobreviveram em média 153,9 dias após o<br />

diagnóstico (intervalo entre 11 e 607 dias). Os animais cujo diagnóstico surgiu nos estadios V,<br />

ou seja, quan<strong>do</strong> já havia envolvimento <strong>do</strong> sangue, da medula óssea e de outros órgãos, resistiram<br />

durante poucos dias após o diagnóstico. O animal com linfoma cutâneo sobreviveu durante 13<br />

dias e o animal com linfoma intestinal sobreviveu durante 11 dias, sen<strong>do</strong> estes tipos de<br />

neoplasias associadas a um mau prognóstico (Moore et al., 1994; Frank et al., 2007; Rassnick et<br />

al., 2009). Nelson e Couto (2003) <strong>do</strong>cumentam uma fraca resposta à quimioterapia nos cães com<br />

linfoma intestinal, referin<strong>do</strong> a morte <strong>do</strong>s animais poucas semanas após o diagnóstico. Num<br />

estu<strong>do</strong> de Rassnick e seus colabora<strong>do</strong>res (2009) em que se avaliou a eficácia da quimioterapia<br />

combinada em 30 animais com linfoma gastrintestinal, a diarreia foi referida como um sinal<br />

clínico associa<strong>do</strong> a uma reduzida sobrevivência e simultaneamente um indica<strong>do</strong>r de reduzida<br />

qualidade de vida. Nesse mesmo estu<strong>do</strong>, a média da sobrevida <strong>do</strong>s animais que não responderam<br />

à quimioterapia foi de 10 dias, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> justifica<strong>do</strong> que a maioria <strong>do</strong>s casos (67%) tinha origem<br />

nos linfócitos T e que a este imunofenótipo está associa<strong>do</strong> a um comportamento biológico mais<br />

agressivo, tornan<strong>do</strong> o tumor menos responsivo à quimioterapia oncológica. Segun<strong>do</strong> Chun e<br />

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