MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

importante deles foi o de tornar consciente a força que representava a intuição no
seu trabalho como atriz.
Comecei a aprender o que era representar. Qual é o mistério! Em que
outro plano fica o artista quando ele representa mesmo! Isso o D’Aversa
que me ensinou. E o que é que você tem que aprender e fazer para
chegar lá. É um caminho árduo. (...) O D’Aversa me despertou sobre o
que era o ator. E sobre quem era eu, como eu era, o que eu significava,
que temperamento eu tinha e que habilidades possuía para fazer as
coisas do ator, como era a minha intuição! Dizia-me: “Você tem uma
intuição valiosa, e o que vale no artista é a intuição!”. A intuição é
quando você sabe, mas você não sabe que você sabe. Mas você sabe!
Isso é a intuição. (JANUZELLI e JARDIM, 1999/2000)
O diretor italiano imprimiu, a partir da sua experiência anterior, um estilo
próprio e marcante nas peças que encenou dentro da escola, buscando sempre
aliar teoria e prática na orientação dada aos alunos para a elaboração do trabalho
de interpretação.
Alberto D'Aversa.
Acervo Idart/Centro Cultural
São Paulo.
Registro fotográfico: Julio
Agostinelli
Fonte: http://www.
itaucultural.org.br
O estilo de trabalho de Alberto D’Aversa, na EAD, seria conseqüência direta
do seu espírito afeito, sempre, às reflexões estéticas mais instigantes. Seu
gosto pelas idéias novas, pelas experiências, necessitava, acima de tudo,
de um diálogo cerebral intenso com os alunos. O fato de ter sido professor
de estética fez com que seus cursos de interpretação fossem precedidos
por verdadeiras conferências sobre a arte cênica. [...] As referidas
preleções chegavam a ocupar cerca de dois terços do conteúdo
programático de seus cursos e abordavam temas que iam desde as origens
do teatro, técnicas de dramaturgia, passavam pelas principais fases da
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