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MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

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D’Aversa foi chamado para lecionar na EAD em 1957, indicado por Adolfo<br />

Celi, então responsável pela direção do Teatro Brasileiro de Comédia. Ele foi,<br />

dentre os encenadores convidados, o que ficou mais tempo lecionando na<br />

escola, pois foi contratado com exclusividade por Alfredo Mesquita,<br />

permanecendo lá por quatro anos. Sua experiência profissional, antes de chegar<br />

ao Brasil, era vastíssima:<br />

Seu principal título era o de diretor teatral formado pela famosa Academia<br />

de Arte Dramática de Roma dirigida pelo não menos célebre estudioso das<br />

artes cênicas Silvio D’Amico. A atividade de D’Aversa na Itália<br />

compreendeu a regência das cadeiras de filosofia e letras da Universidade<br />

Católica de Milão e um intenso trabalho como diretor profissional em várias<br />

companhias daquele país: Torrieri, Pisu, Palmare e Pilotto. Antes do Brasil,<br />

uma longa passagem pela Argentina, onde exerceu vastíssima atividade<br />

cênica, quando dirigiu no Seminário Dramático e acabou por ser nomeado<br />

professor de estética na Universidade de La Plata. (SILVA, 1989, p.106)<br />

A sua contribuição para o desenvolvimento da arte dramática no Brasil vai<br />

muito além das direções que realizou pois D’Aversa era um autêntico homem de<br />

teatro e sua personalidade espelhava isso: “inquieto, amante da polêmica,<br />

brilhante nas formulações, [...] combativo no campo da idéias, irônico, bem-<br />

humorado, acima de tudo, visceralmente apaixonado pelo teatro e amigo de sua<br />

gente.” (MERCA<strong>DO</strong> NETO, 1979, p. 12) Ele foi responsável pela formação de<br />

atores e diretores de importância para a nossa história, além de dirigir<br />

espetáculos profissionais de relevância e possuir uma vasta produção de críticas<br />

teatrais publicadas no Diário de São Paulo, entre os anos de 1965 e 1969. Dentre<br />

os espetáculos que dirigiu, o de maior repercussão foi certamente Panorama<br />

visto da ponte, de Arthur Miller, encenação que deu início às comemorações dos<br />

dez anos do TBC. Décio de Almeida Prado, na crítica publicada em O Estado de<br />

S. Paulo, afirma que, com esse trabalho, o diretor tem sua primeira real<br />

oportunidade de mostrar seu talento: “A sua direção parece-nos perfeita,<br />

exemplar, não caindo no melodrama, mas não se refugiando por outro lado, num<br />

cômodo meio-termo.” (DIONYSOS, 1980, p. 113)<br />

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