MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

ela admirava e apreciava tanto, tornou-se uma característica que Myrian sempre
buscou resgatar, seja como atriz, diretora ou pedagoga. Ela acreditava que a
harmonia estabelecida dentro de um elenco, extrapola a sala de ensaio, chega até
o palco e fica “visível” para o público.
O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht, e La Moschetta, de Angelo
Beolco, foram textos também encenados pelo Arena. Essas montagens não
conseguem repetir o sucesso das anteriores. Myrian relatou que, apesar dos
ensaios do texto alemão terem sido muito intensos, o espetáculo só fez uma
apresentação no Teatro da Hebraica. A montagem do texto italiano também não
conseguiu grande êxito de público, apesar de retratar tipos populares da Itália,
tipos esses que eram muito familiares à atriz: “Aquela mulher, aquela gente
desbocada da Baixa Itália, sujos, irreverentes, não eram estranhos à minha
compreensão.” (VARGAS, 1998, p.73-74)
Myrian Muniz e
Gianfrancesco
Guarnieri em La
Moschetta.São
Paulo, 1967.
Fonte: http://www.
bernardoschmidt.
blogspot.com
Em 1968, em conseqüência da ditadura militar, aumentou a repressão
política no Brasil e a montagem da Primeira Feira Paulista de Opinião 6 , no Teatro
6 Este espetáculo era composto por dois atos. No primeiro ato estavam os textos: Tema, de Edu
Lobo; Enquanto Seu Lobo Não Vem, de Caetano Veloso; O Líder, de Lauro César Muniz; É Tua a
História Contada, de Bráulio Pedroso; ME.E.U.U.U BRASIL BRASILEIRO, de Ary Toledo, e
Animália, de Gianfrancesco Guarnieri. No segundo ato, estavam os textos: Espiral, de Sérgio
30