MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp
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casa dos italianos a gente podia pular em cima da mesa, cair sentado dentro da<br />
salada, podia tudo!” (IDEM)<br />
Na casa da sua avó materna, Myrian entrou em contato com o universo das<br />
artes: “Ali que eu comecei a admirar o artista, porque eles eram todos artistas! Ou<br />
eles desenhavam, ou tocavam piano, ou cantavam. Eles representavam muito!“<br />
(IDEM) Segundo a atriz, desde pequena ela foi estimulada pelos parentes a<br />
apresentar-se nas reuniões familiares, fazendo germinar uma inclinação para a<br />
dança e o teatro: “As crianças dançavam e eles batiam palma, achavam lindo!<br />
Falavam: Ela vai ser bailarina! Estimulavam muito! Pintura, ópera, tudo isso eles<br />
cultivavam e ensinavam a gente. Foi aí que tudo começou. A raizinha. A veia.”<br />
(IDEM)<br />
Aguinaldo Ribeiro da Cunha, crítico teatral e primo em segundo grau da<br />
atriz, relaciona as características pessoais de Myrian a suas raízes ancestrais. Ele<br />
descreve a atriz, sob esse ponto de vista, da seguinte forma:<br />
José Carlos Medeiros, Myrian Muniz, José<br />
Muniz de Mello, Neide Muniz, Agostinho<br />
Muniz de Mello. São Paulo, C. 1940.<br />
Acervo: Rosária Muniz de Mello.<br />
Fonte: Livro Giramundo, de Maria Thereza<br />
Vargas<br />
Myrian, como atriz, é instintiva, dotada de natureza fortemente emocional<br />
– natureza quente, característica dessa família de imigrantes do sul da<br />
Itália, chegados ao Brasil no Porto de Santos, já neste século, a 01 de<br />
abril de 1901. Ao mesmo tempo, como pessoa, possui um considerável<br />
racionalismo, um arguto senso de realidade, que a faz caminhar com os<br />
pés no chão, evitando o que se sabe não ser bom para ela – profissional<br />
e pessoalmente – preservando valores e princípios que a acompanham<br />
desde sempre – herança essa, talvez de sua outra família, a paterna,<br />
imigrantes também, mas portugueses [...} (VARGAS, 1998, p.34)<br />
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