18.04.2013 Views

MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1- A TRAJETÓRIA DE <strong>MYRIAN</strong> <strong>MUNIZ</strong> COMO ARTISTA:<br />

<strong>UMA</strong> SÍNTESE DE CONTRASTES<br />

O trabalho do ator se situa entre o céu e o inferno,<br />

o sagrado e o profano.<br />

E isso é arte!<br />

Myrian Muniz<br />

A vida do artista e sua obra são indissociáveis. Para Myrian Muniz esta<br />

afirmação soa como verdade absoluta. Ela foi uma das personalidades mais<br />

intrigantes e fascinantes no teatro brasileiro contemporâneo. Dona de uma<br />

intuição única, era uma atriz, uma diretora e uma professora que sempre buscava<br />

investigar os vários aspectos do fazer teatral. Em todo seu trabalho Myrian sempre<br />

combinou primorosamente técnica e sensibilidade, com extrema percepção crítica<br />

e grande domínio da cena. Essa postura singular frente ao teatro é reflexo de um<br />

conjunto de experiências, que envolvem intimamente vida e arte. A trajetória<br />

pessoal e profissional de Myrian pode ter sua essência resumida na seguinte<br />

afirmação de Carlos Alberto Soffredini: “Myrian Muniz é essa pessoa que fascina<br />

quem esbarra em seu caminho [...] justamente porque abriga em si mesma o<br />

maior número de contrastes que eu já vi em alguém.” (VARGAS, 1998, p. 15)<br />

1.1- Italianos e portugueses<br />

O primeiro de uma série de contrastes está na sua ascendência. Filha de<br />

pai português, Agostinho Muniz de Mello, e mãe de origem italiana, Rosária Ferri<br />

Muniz de Mello, Myrian afirmava que suas experiências familiares com os<br />

parentes portugueses foram muito diferentes daquelas vividas com os italianos:<br />

“Os meus avós portugueses eram fechados, austeros [...] Eu lembro quando eu ia<br />

à casa dos meus avós paternos, eu não falava: era proibido falar [...] Parecia que<br />

tinha morrido alguém!” (JANUZELLI e JARDIM, 1999/2000) Em contrapartida à<br />

austeridade lusa, ela conviveu com a espontaneidade dos parentes maternos: “Na<br />

19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!