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MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

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sobe o astral, como cria um clima de excitação e alegria! Se você vê que<br />

estão desanimados, pronto, manda dançar que já melhora tudo, todo<br />

mundo fica contente, amigo, gera cordialidade! (IDEM, 1999/2000)<br />

Exercícios em grupo, envolvendo contato:<br />

Muitos exercícios de contato, de relação. Eu faço um exercício que é um<br />

tapete, tipo de Sheik, em que um deita e rola em cima do outro. Eles<br />

ficam horrorizados e parecem umas rãs nervosas, porque ficam com tudo<br />

tenso. Às vezes eles param em cima do outro e quase matam o outro,<br />

quer dizer, não têm idéia que existe o outro embaixo, dão cotoveladas no<br />

peito, no saco do outro, quase se matam. E, além disso, tem um medo<br />

horroroso do contato! Aí você observa que a educação, a religião, a<br />

política, a repressão, ele tem tudo isso na cabeça.(IDEM, 1999/2000)<br />

Porém a importância do “relacionar-se” não se limitava aos alunos-atores,<br />

mas também de como esse grupo se relacionava com a mestra-encenadora,<br />

segundo depoimento de Cristina Pereira:<br />

Uma coisa importante, para ela, é a busca de uma relação. “Quero<br />

estabelecer uma relação com você”, ela diz quando a gente contracena.<br />

Um ator nunca está só, é preciso que se diga, e dessa boa relação<br />

humana é que se consegue gerar um diálogo. Myrian acorda o ator, ouve<br />

o que ele fala e ensina os outros a ouvirem. (VARGAS, 1998, p. 219)<br />

Myrian afirmava que a potência de uma experiência criativa no teatro<br />

depende muito da relação de confiança que se estabelece não só entre os atores,<br />

mas também entre eles e o diretor, relação essa que deve ser sempre pautada na<br />

delicadeza: “Para mim o diretor é uma espécie de guia que vai nos orientado.<br />

Afinal de contas, não nos enxergamos e cabe a ele – quem está olhando – a<br />

aprovação ou não daquilo que estamos fazendo.(IDEM, 1998, p. 105)<br />

3.3.5- Formando um grupo<br />

Uma vez estabelecida uma relação verdadeira entre os alunos-atores e<br />

entre estes e o mestre-encenador, Myrian propunha que se criasse uma<br />

identidade de grupo, sempre partindo do material teatral com o qual se iria<br />

trabalhar, seja ele um autor, um texto ou ainda atividades práticas desenvolvidas<br />

em conjunto. Esse trabalho permitia que se encontrasse um interesse mútuo que<br />

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