18.04.2013 Views

MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

iniciantes, durante esse grande rito de passagem que acontecia ao final de um<br />

ano de encontros, e que tinha um caráter de celebração.<br />

3.2.3- Atividades desenvolvidas com os iniciados<br />

O conjunto de atividades que era proposto por Myrian aos alunos-atores<br />

que já possuíam alguma experiência tinha duração de um ano, em encontros duas<br />

vezes por semana na sala Guiomar Novaes da FUNARTE/SP e encontros extras,<br />

que aconteciam em pequenos grupos, na casa dela. A cada ano estudava-se um<br />

autor, um tema ou até uma peça teatral:<br />

Em primeiro lugar escolhemos um mestre e vamos pesquisar e estudar a<br />

vida dele, a sua obra e focamos em uma parte dela para fazermos a<br />

montagem. Já trabalhamos com Mário de Andrade, Oswald de Andrade,<br />

Jean Cocteau, Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues, Fernando Pessoa,<br />

Juó Bananere, Lorca, Brecht, entre outros. Eu levo a poesia ou o texto,<br />

apresento o autor, digo quem é, analiso, leio, e aí passo para eles<br />

estudarem, memorizarem, interpretarem, o que é o mais difícil. Precisa<br />

ter conhecimento, vivência. No fim de ano tem uma montagem com<br />

cenografia, figurino e luz. A divulgação, o levantamento de recursos,<br />

administração, tudo eles fazem. Tenho trabalhado assim. (IDEM,<br />

1999/2000)<br />

A cada ano se estabelecia, em torno de um autor ou peça teatral, um<br />

período de investigação cênica partindo do universo retratado pela obra escolhida.<br />

O estudo dos personagens era o principal instrumento utilizado por Myrian para o<br />

aluno-ator chegar ao entendimento de si mesmo. Ela acreditava que o ato de<br />

investigar o personagem não deve gerar uma fusão entre artista e criação, mas<br />

sim possibilitar uma intersecção entre ambos, que provoca pontos de contato e<br />

identificação, gerando uma conscientização de que o ator não é o papel que<br />

representa, mas que o primeiro contém o segundo.<br />

119

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!