MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

praticar o que você quiser! Me parece que é isso, precisa de tempo para
aprofundar, é processo, então demora. (IDEM, 1999/2000)
Myrian era uma mulher com o olhar atento para o outro e isso fazia da sua
atuação pedagógica algo que, lidando com a diversidade e a diferença individual,
se tornava um ato sublime, segundo Carlos Alberto Soffredini:
[...] o principal caminho que Myrian tomou na vida: ensinar teatro. Não
ensinar uma outra matéria qualquer mas ensinar esse teatro no qual ela
acredita, ou o qual ela é: um ato de coragem, de transgressão, de
exposição absoluta. A Myrian sabe que esse é um ato sublime e, talvez
ainda imbuída pelas idéias do antigo Teatro de Arena, é um ato salvador.
E ela quer que o outro participe deste ato, não para si mesma, mas
porque ela não tem dúvidas de que é bom para ele, ainda que muitas
vezes nem ele mesmo saiba disso. (VARGAS, 1998,p.17)
A sua pedagogia dialogava com o momento presente, porém com os olhos
voltados para a formação artístico-teatral que estava sempre um pouco adiante,
por se tratar de um processo delicado e demorado. Ela acreditava no teatro como
instrumento de construção de uma vida pessoal mais repleta de significado e que
portanto o seu aprendizado não estava apoiado em um molde pré-determinado,
mas respaldado pelo desenvolvimento individual de cada aluno-ator, como forma
de expressão possível naquele momento.
3.2- As práticas
Um ator em ação,
ou um diretor em ação
ou um professor em ação:
É tudo a mesma coisa.
Myrian Muniz
A linha de trabalho de Myrian Muniz, dentro da pedagogia teatral, tinha uma
característica extremamente transgressora, por não se apoiar em uma única teoria
de interpretação mas sim por conjuminar, de acordo com a combinação
mestre/aprendiz/situação, as teorias e experiências que melhor poderiam servir
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